Ele era um som
um tanto esquisito
Tinha voz fina
igual de mosquito
Não tinha corpo
nem era bonito
era peculiar
nem sei como imito
Era um agudinho
de fazer atrito
de quebrar vidros
muito mais que grito
Esse som tadinho
um tanto orfãozito
procurava um jeito
de ser erudito
Procurou chaleiras
e lá foi perito
mas a chaleira tinha
um outro quesito
Quis ser silvo de árbitro
ou guarda de transito
mas chegava tarde
tudo era restrito
Já estava tristinho
no seu choro infinito
até ver um homem
chupando um pirulito
Mas era um clarinete
que o homem aflito
chupava ansioso
sem mais gabarito
E o som se lançou
feito um meteorito
penetrou na palheta
para ser novo mito
E foi assim que nasceu
o mito que não omito
do som do clarinete
que sofria de apito.
Lê
Nenhum comentário:
Postar um comentário