— É ter uma meta de vida.
— E depois, afinal, qual seria a meta?
— Ter uma met|ade vida.
— Você metade/zendo que não tem meta?
— Você metade/zendo que não tem meta?
— De morte eu tenho. Que é alcançar a vida de novo, se é que me entende.
— Está dizendo que acredita em vida a pós?
— Está dizendo que acredita em vida a pós?
— Do vieste, ao voltarás.
— Quais seus lemas?
— Quais seus lemas?
— 'Lê, mas entende.'
— Qual é sua meta, fora a de morte?
— A metáfora, de não existir, um dia, ser uma coisa sem ser.
— Seriam tais pensamentos suicidas?
— Sui-generis, digo eu.
— A metáfora, de não existir, um dia, ser uma coisa sem ser.
— Seriam tais pensamentos suicidas?
— Sui-generis, digo eu.
— Qual seu gênero preferido?
— O generoso.
— O generoso.
— E o pós-ferido?
— O gênero de que menos gosto é o masculino.
— Alguma frase de efeito para fechar?
— Uso sempre uma frase para as visitas. 'Volte sempre. Para de-onde-veio.'
— Uso sempre uma frase para as visitas. 'Volte sempre. Para de-onde-veio.'
— Ambíguo. É uma espécie de 'vá para a puta que te pariu'?
— Se a caraputa servir.
— Se a caraputa servir.
(Entrevista feita para o jornal Ôlha, concorrente principal dos monopólios 'a Folha' e 'a Veja'. O entrevistado era o cara mais desconhecido do mundo nos anos 1970 e por esse mérito acabou ficando famoso. Mas logo caiu em ocaso, pois ao ficar famoso perdeu o único mérito que tinha. Agora que ele voltou a ser o mais desconhecido do mundo preferimos não citar nomes para não manchar sua reputação anônima.)
Lê
Um comentário:
Será que eu conheci esse desconhecido quando ele ficou conhecido? Agora desconheço!
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