segunda-feira, 29 de abril de 2013

Poema abstrato homenagem

Um poema abstrato, poema
Escuro, escuso, excuse me, esquema.
Sem tema, poema apoético.
Poema que não acredita
Em forma, grotesca ou bonita.
Hermético, asséptico, cético.

Poema por vezes cirúrgico;
Forjado, noutras, metalúrgico.
Feito em laboratório, estúdio,
Estufas, fábricas; à toa.
Poema de cara ou coroa.
Protesto, pro texto, ou prelúdio.

Poema às cegas, que desvairo,
Sem nexo, disléxico: a la Jairo.
Poema araújo, ou jairense,
Poema que sabe de tudo.
Poema calvo e narigudo,
Absurdo, alóctone, non-sense.





sábado, 27 de abril de 2013

Triunfo

Fábio Leôncio
A todos ataca
E como Pôncio
Pilatos, se aplaca,
Faz-se de sonso
Põe mãos no bolso:
Mãos de faca.

Lava cada mão
Não por higiene
Pois em vez de sabão
Usa querosene
Como Pilatos
Lava a mão no sangue
Dos, agora exangues,
Pobres sensatos!

Mas há quem explique
Sua alma colérica:
Ele queria ser chique
E passar na Lotérica
Mas pra retirar a bufunfa
E não do bolso mãos vazias;
Pois quando Fábio triunfa
Sua raiva se torna em alegrias!



(Concentração e torcida para Fábio ganhar hoje na mega!)

sexta-feira, 26 de abril de 2013

O QUE O LEANDRO QUIS DIZER


Ai que timedinho da patroa.
Tenho que defender o meu emprego,
disso nunca peço arrego,
não quero por aí ficar a toa,

enfiando a viola no saco,
na esquina com chapéu,
trabalhando como bedel,
 e abandonado por Baco.

Para mim tudo acaba em pizza,
nem mesmo desejo um nhoque...
Se Márcia pedir toco de rock
até uma música prolixa.

Márcia, caso de noite você espirre,
adiantado eu lhe falo: - saúde,
sou teu eterno alaúde,
e puxa-saco, mesmo que o Fábio birre!


Faroberto

Defesa de Márcia

Márcia não nos trouxe nhoque
Mas isso não a estigmatiza,
Pois, Fábio, não se equivoque,
Quem foi que ontem pediu pizza?



MÁRCIA E A MASSA


Márcia, grande especialista em massa,
prepara incomparável espaguete.
Mas com nhoque algo sempre embaça,
mesmo que o almoço ela oferte.

De batata, espinafre ou mandioca,
ricota, molho branco ou bolonhesa.
Esqueça, vá estourar uma pipoca,
nhoque dela nunca vai pra nossa mesa.

Cada dia uma desculpa ela inventa
- É que hoje era o dia da faxina!
No outro é o forno que não esquenta.
Semana atrás, disse: - fiquei na jogatina.

Restava-nos um pouco de esperança.
O queijo faixa azul todo ralado.
As tigelas, as panelas, minha pança
vazias, banquete de favelado.

Passou o tempo, nada de nhoque.
Talvez não mereçamos a iguaria.
Parece que desculpas têm em estoque.
Quem sabe um dia Márcia atenda a minoria.


Faroberto

O Incêndio


Sucrilhos, iogurte, yakult,
café, mamão, melão e melancia.
Tolstoi o acompanha, ele é cult.
Descansa a gororoba em uma bacia.

Leandro matinal, bicho papão,
degusta portentoso breakfast.
Fatia com carinho todo o pão,
pra saciar a fome inconteste.

A frigideira esquece no fogão,
manteiga derretendo em cada lado.
Barriga dói, vai lá dar um cagão,
o pão deixa ficar carbonizado.

Fumaça toma conta da cozinha,
parece até o fim da madrugada.
- Bombeiros!!! (grita alto a vizinha).
Leandro cai de bunda na escada.

Apaga o incêndio o suco de laranja.
Catupiry’ nda passa no carvão.
Disfarça, morde, engole, aquilo manja,
arrota cinzas, peida um trovão.

Faroberto

quinta-feira, 25 de abril de 2013

O ataque da lasanha!

Ele estava com uma fome
Não tinha nada pro almoço
Nem osso, casca ou caroço
Fábio Roberto é seu nome.

E ele revirou o armário
Escavou a geladeira
Mas não tinha nem besteira
Já passava do horário.

E foi roncando a barriga
A coluna toda curva
A visão ficando turva
Nem migalhas pra formiga.

Eis senão que ele abre o freezer
Dá de cara com uma estranha
E congelada lasanha
Simpática, ouvi dizer...

Sem hesitar, ligou forno
Esperou trinta minutos
Urrando como urram brutos
Até que ficasse morno.

A essa altura dilacera
Já a fome quase grita
Ele nem um pouco hesita
Abre o forno e nem espera.

Mas a especiaria ferve
De nervosa, não aceita.
Para isso não foi feita
Pra ser comida não serve.

É uma briga! Se engalfinha!
Ela dá-lhe uma mordida!
Ele, assustado, revida!
Quer morder a coitadinha!

Ela dá o último golpe
E queima-lhe a pobre mão
Pra depois cair no chão
E arrancar-se num galope.

Queimadura de primeiro grau.
Fábio Roberto, o faminto,
Ao menos vai comer o distinto
E belo rango de hospital!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Só mais um trago!

Há nenhum motivo
Para se estar vivo.
Há nenhum conforto
Em se estar morto.

Envelheço? Osmose.
Qual vinho envelheço.
E na hora final
Quando já estou
Melhor, afinal,
Despeço, mas peço
Só mais uma dose...

E após outro gole divago
E destilo no que escrevo
À guisa de epitáfio:
Dessa vida nada levo.
Dessa vida tudo trago!

Barril de lágrimas (lágrimas de pólvora)

Descanse, filhinha, com calma,
Ainda a pele não te burca.
És toda uma nudez de alma.
Vida é um sim que em mil nãos bifurca.

Fique aí, inexistindo ainda,
Não te apresses por nascer logo!
Cuida que a aquém-vida é mais linda:
É já o céu pelo qual em vão rogo.

Não te apegues tampouco àquela
Que te ofereceria o colo
E te daria o peito, e dela
Nascerias nesse frio solo.

Não venhas cá! Estás proibida!
Se vieres tomarás de amargo
Castigo, mais que a própria vida
Te há de prover, sem embargo...

O fogo, a água, os homens loucos,
Os dentes, as unhas, as lâminas,
Nada há de corroer-te aos poucos.
Se te arranhar saudade, chame-nos.

Não venhas cá que vamos nós
Aí onde estás, não estando, a ser:
Sem voz, sem nós, após, a sós,
Onde és, não sendo, ser; sem nascer.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Horóscopo Brabês

Taurinos teimam que não são teimosos.
Batem casco em chão, fincam par-de-chifres.
São pacientes, calmos, mas perigosos...
Toda uma vida pra que tu decifres.

Leoninos, de sua humildade orgulhosos,
Rugem persuasões, armam contendas.
Concorde com eles; são belicosos...
Toda uma vida pra que tu entendas.

Mas seja de que signo do zodíaco,
Poetas Brabos destilam seus romances
Cujo intelecto infunde-se ao cardíaco.
Toda uma vida pra que tu alcances?


Língua solta

Poeta brabo só escreve coisa braba
Compõe tão brabo quanto escreve coisa braba
Tão brabo até que baba molha barba
Baba à toa com olhar de tua amada

Poeta brabo não tem escrúpulo
Palavra ardente mantém faminto
A carne em sangue embebe o suco
Verdade escrita em vinho tinto

Nunca outrem vindo tão longe escrito
Se de coragem não obscuro
Gritam de longe: Ó Deus, Ó mito!
Escrita certa papiro puro

Se em escrita certa se faz verdade
Em escroto verso se põe ao chão
Maldade ingrata só por vaidade
Briga de galo, rinha de cão

Nunca se espera maldade alheia
De amigo grato, a mão quem dera
Se mal dormida noite em olheira
Em nova cama acalma fera

André

domingo, 21 de abril de 2013

Jingle Sedenta




É maravilhoso e impressionante
Que a sede nunca passa              (     2x.   )

Bom é ver a geladeira cheia
Cheia de cerveja e de esperança
Aí a sede salta da traqueia
Num grito inocente de criança

É maravilhoso e impressionante
Que a sede nunca passa              (     2x.   )

Bom é ter o freezer sempre a zero
Mas de graus e nunca de cerveja
Sem a minha breja desespero
E meu olho logo lacrimeja

É maravilhoso e impressionante
Que a sede nunca passa              (     2x.   )

Faroberto /  Lê / André

(Encerramento da campanha "Sede" criada por Faroberto)

sexta-feira, 19 de abril de 2013

POETAS dos POEMAS BRABOS

Restaram poucos dos poetas
brabos no octógono das linhas.
Almas quando são analfabetas
voam longe feito andorinhas

procurando o colo de um verão.
Medo de um tenebroso inverno
que lhes prenda o verso no alçapão.
Vivem em grades do silêncio eterno.

Aves brabas sobem muito além,
nunca temem pedra de estilingue.
Brotam-lhes palavras no harém,
para que a escolhida vingue.

Forma-se na página um ringue.
Polemizadores nos seus córners.
Escrevem tanto, até que o sangue pingue
e a folha inteira um poema adorne.


Fábio Roberto

Segundo round!

André nunca se diverte
Que criança ranzinza
Moleque quase inerte
Tem mentalidade de quinze
Mas corpo de velho infértil.

Rapaz, volta pro escroto!
Teu trauma, diz Freud,
Vem antes de ser garoto
Quando, espermatozóide,
Casou-se com um perdigoto.

Moleque, volta pro saco!
Teu trauma, diz Darwin,
Vem antes de evoluir o macaco
Mesmo que te escavem
Não acham nada, ser opaco!

Se arrasta daqui, mondrongo!
Volta pra proveta, pro tubo...
Molusco! cérebro de fungo!
Senão te quebro, te derrubo!
Só te salva o soar do gongo...


Galinha de briga

Galinha de briga gosta de rinha
Apanha sem dó e nunca se entrega
Tadinha, falta fermento nessa farinha!
Perde a pose, teima e se nega

Bate, chora, esmurra, esbraveja
Chorando assim até me acanho
Já sei do problema que dó, hora veja!
Ele sofre com a gripe do frango

Ou então pode ser nascedouro
Problema que há anos o açoita
Seu signo não é de touro
Descobri! Deve ser vaca louca

André

Clímax

O vizinho está perplexo
O bairro todo se treme
Quando a gente faz sexo
Até o asfalto geme

O vovozinho está pasmo
O asilo todo se espreme
Quando a gente tem orgasmo
Até a parede geme

O padre chamou a polícia
Quer até que nos algeme
Quando a gente faz delícia
Até o presídio geme

Pra lá e cá o povo zanza
Acham talvez que eu blasfeme
Mas quando a gente transa
Até Deus-Pai geme

Mas se a gente faz jejum,
Que desperdício de amor!
A vida geme incomum... hummm....
Mas geme assim, de dor.




O FÓDÃO


De coito
o André só chega perto
quando almoça um biscoito.

De sexo
o Leandro só se aproxima
ao receber um amplexo.

Relação carnal
para o Jairo é fazer
um churras semanal.

E Cópula
pro Carlão é olhar a mesa
e colocar o copo lá.

Dessa fome
só mesmo o Fábio entende e pratica:
pega, mata e come!

Faroberto

Primeiro round (Lê vs. André)

E foi só fogo de palha
Queimando igual um palito
De fósforo, logo falha.
Só faísca seu escrito.

Vem pro ringue, ô amarelo!
Tá com medo de que apanhe?
Deixa de ser tão pinguelo...
Vem pro ringue, não se acanhe.

Tá com medo? Venha cá!
Na base todo se treme...
Tira o MMC, treina o MMA,
Ou cala, comendo um M&M's!



* M&M's = espécie de chocolatinhos coloridos e covardes.

O último dos moicanos (solenidade)

A Associação Maxi-Braba,
Por meio deste ou desta,
Queria anunciar a festa
De entrega do troféu goiaba!

Mas por ser fruta indigesta,
Segundo uma alma diaba,
Mudar o nome é o que resta
Para troféu jabuticaba!

Mas como (pariu-que-puta!)
Essa alma diaba me aluga!
Não gosta do nome e refuta
Por lembrar uma tartaruga.

Sobrou então uma alternativa:
O famoso troféu berinjela!
Mas o caboclo ainda saliva
Que é verdura muito singela...

Ora, André, que puta fresco!
Pega logo esse troféu pra tu
E enfia no espaço gigantesco
Que há no meio do seu baú!




(Troféu imaginário e honorário concedido a André Aguirra, único doido varrido a suportar essa bagaça braba por tempo recorde!)

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Surra

Mas pai, ele começou!
Eu tava quieto na minha
Ele veio e provocou
Foi logo perdendo a linha.

Eu queria o futebol,
Ele, brincar de casinha.
Por isso que esbravejou
E até fez na calcinha...

Pai, isso aí é recalque.
Meu irmão fácil se frustra.
No time ele é o desfalque
Acho que isso bem o ilustra...

Pai, é ele que começa,
Não estou fazendo birra!
Pois dê logo na cabeça
Do meu mano André Aguirra!

CHICOTES


Queridos filhos, não briguem
Castigá-los, não me obriguem
Tenho colo para os dois
Duas pernas, ora pois

Não ruminem qualquer mágoa
É pior que beber água
Tenho cafuné pros dois
E dois dedos, ora pois

Ambos são meus preferidos
Sejam anjos ou bandidos
Tenho chicotes pros dois
Sem fricotes, ora pois!

Faroberto

André, filho rebelde

Que coisa mais feia, André
Criando intriga entre nós
Bem sabes que um filho, nunca
Deve ao pai erguer a voz

Parricida é que não sou
Disso não tenho motivo
Por que investes contra quem
Lhe tem como filho adotivo?

Lembra o dia na pizzaria
Em que ele, fugindo à regra,
Te assumiu frente ao mundo?
Ingrato! cruel! ovelha negra!

Sendo assim és meu irmão.
Caim, Caim, que fizeste?
Somos filhos do mesmo Adão.
Seu mal-criado, sua peste!

Só porque mamãe Eva
Está em Pernambuco
Se sente desamparado
Doido, louco, maluco?

Papai te acolhe, maninho
Por isso te dou o código
Volte ao nosso regaço
Como volta o filho pródigo!

Leandro "Covarde" Henrique

Leandro tem medo do pai
Que covarde esse moleque
Se caga ameaça e não vai
Sempre tenta, mas leva xeque

Deve ter muito apanhado
Pega o lápis, treme e não engrena
Leandro não fique acanhado
Vai reclamar com Maria da Penha

Provocar sou eu quem provoca
Pro pai nem ousa menção
Pra falar só mastiga paçoca
Que mocinha, não honra o culhão

André

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Michê

André, garoto de programa,
Faz programa o dia inteiro.
Em cima, embaixo da cama,
Sua bunda é um travesseiro
Onde todos põe cabeça
Até que o dia amanheça.

André de dia se chama.
De noite chama-se Andreia.
Sabe, pois, ser uma dama
Embora uma mocreia.
Lhe fez bem tantas ginásticas,
Diz a sua clientela
Por suas pernas elásticas;
De Adão ele é a costela.

Sabe de cor Kama Sutra
Dizem que ele é mais rodado
Do que a rodovia Dutra.
Diz que ele é o próprio pecado,
Mas aí a questão é outra.

Mas nunca ele foi adúltero!
Isso não! Fiel como um cão
Desde os tempos do útero
Até o fechar do caixão!
Fiel a tudo e a si mesmo
Como o porco ao torresmo.

André, garoto de programa,
Faz programa o dia inteiro.
Ele, e disso nem reclama,
É o descanso do guerreiro!

Fera Ferida

Quer dizer que o que faz muito
Pode virar aposentado?
Como sempre tanto coito
Já vai por o seu de lado?

Leão velho mal das pernas
Dorminhoco ouviu titica
Provocado coça as sarnas
Já virou jaguatirica

Mesmo velho inda tem time
Das palavras tem um silo
Mas se ficar com alzaime
Colocamos num asilo

Leão Júnior se estuca
Fica inerte feito murta
Sei Leandro não cutuca
Porque tem a vara curta

André

OS NÚMEROS COMPROVAM...


Postagens em Abril/03 - Poemas Brabos
Fábio 17
Leandro 14
André 06

Postagens em Março/03 - Poemas Brabos
Fábio 15
Leandro 04
André 04



Os números comprovam
Cristalinos como cerva
Têm poetas que não trovam
Nem fumando uma erva

Quero ver quem me alcança
Mês a mês na brincadeira
O André é bom de dança
Mas eu lhe tiro a cadeira

A minha mente é perversa
A dele quer ser também
Mas enquanto aqui se versa
Ele dorme como neném

O Leandro está na moita
Evitando mais hematomas
Madrugada aqui pernoita
Buscando poesia em somas

Como disse um aposentado
Do alto da sua experiência
Mesmo se parecer desdentado
Cutucar leão velho é imprudência

Faroberto

FOCA FORA DE FOCO


Eu estou aposentado
Escrever deixo pra ocê
Jejuno nesse jingado
Nem apresentou Tcc

Já escrevi pra muitas vidas
Versos faça agora ocê
Eu perfumei as feridas
Você ainda tem cecê

Mesmo se eu ficar calado
Meu poema toca em ocê
Pare o matraqueado
E vá aprender o ABC

Faroberto

Tadinho do cujo

Fábio está lento...
Mais lento que caramujo
Na cabeça só tem cimento
Tadinho do dito cujo
Não sei se tal coisa agüento!
Está quase Fábio Araújo.

André

Ó.....

Ó grande Sábio!
De esforço se priva
Como um monge não lavra
Faz jejum de palavra

Ó grande Sábio!
Há algum tempo não traga
Em carne dente não crava
Será que ainda se salva?

Ó grande Sábio!
Terá uma pedra derradeira?
Como tripa em atiradeira
Vai ter chuva de pedreira

Ó grande Sábio!
É falta da amada por perto?
Quebrou e levou pro conserto*?
O que há grande Sábio Coberto?

André

* com "s"

terça-feira, 16 de abril de 2013

Bebamos!

Teu amor, meu reveillon,
Espero tanto por ele...
Saudade faz o tintim
O abraço é o brinde da pele!

Pela raiz

De fato, longe fica o fim-do-mundo.
Mais longe fica o dele início...
Como acabar com o vício mais profundo
Se eu nunca sei onde começa o vício?!

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Provocado

André pela primeira vez em meses não se calou-ro!

Calouro

Me sinto como calouro
E sempre desejo sentir
Primeiro beijo na amada
Do neném o primeiro choro

Cada verso é nascedouro
Cada linha é como prima
Cada letra uma pegada
Dessa longa caminhada

Não desejo ter diploma
E tão pouco veterano
Entra ano e sai ano
Cada tombo um hematoma

Hematoma logo cura
Só se lembra quando apanha
Mais que perna de aranha
Essa dor é que pendura

Se alimenta sua vaidade
Não sou bom em te cê cê
Sou calouro até morrer
Minha eterna faculdade

André

O TCC de André (tema ainda a definir)

Poeta há meses chegado
Na universidade braba,
André, tadinho, coitado!
Tem de si a si pensado:
Trote nunca que se acaba?

E assim, sai ano, entra ano
Pergunta-se André cismando:
Quando serei veterano
Deixando de ser fulano?
Quando o diplomado, quando?

Respondo, caro indivíduo,
Com outra pergunta (praxe!):
Quando serás mais assíduo?
Quando, não mais só resíduo,
Tua poesia, teu guache?

Digo uma coisa a você
Em claríssimo idioma
Só depois do tececê
E de muito hematoma
É que vai ganhar diploma!

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Lição do dia

Sexta sempre acaba com um acorde de quinta.

André

Sex Shop

A sugestão de minha mãe
(hoje dada ao meu pai divulgo)
pra que ele alguma grana ganhe.
Tal ideia endosso e promulgo.

A ideia é: que ele e Carlão
(em vez de beber tanto chopp)
canalizem tara e tesão
e montem, pasmem!, um Sex Shop!

Que dá dinheiro, ela garante
e ainda ajunta, que Barbosa,
com seu porte luxuriante
e sua convincente prosa

muitas clientes arrebanha;
desde senhora ou senhorita,
simpática moça ou estranha,
moça de fato ou hermafrodita.

Fábio, por sua vez, sem asco,
(um senhor um tanto distinto)
vai vender de montão, num frasco,
seu célebre aroma de pinto.

Mas que toque mais perfeito
foi dado aos supracitados!
Que façam pois melhor proveito
dos seus pedigrees de tarados! 

quinta-feira, 11 de abril de 2013

DEPOIS DA CHUVA

A quem interessar, poça.

Faroberto

Desenjairecer

Enjairecer? Tenho honra! Tenho cacife!
Não ouço música com cara de patife
Não passo meses sem assar um bife!
Não largo os amigos e vou pra Recife.

De metamorfose não sofre Jairo
Vive inerte como Siddartha
Não voa mais por onde pairo
Voltou a ser uma lagarta

Cadê talento que era sina?
Falta fermento ovo e farinha?
Viola e lápis estão em rinha?

Sinuca de bico, bola de quina
Pega viola e na hora afina
Quebra o casulo borboletinha!

André

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Andrairo

Mas quando o nariz de André
Alcançar os horizontes
E quando, pé ante pé,
Atravessar as mil pontes

E quando o olho de André
Inundar seu rosto calmo
E quando ler mas sem fé
Como bula a cada salmo

Quando o cabelo de André
Branquecer mas sem velhice
E quando usar um boné
Para esconder a calvície 

E não escrever nem carta
E se renegar como poeta
Feito asquerosa lagarta
A se tornar borboleta

Quando tudo isso ocorrer
Estará feita a simbiose:
É o André a enjairecer
Que triste metamorfose...

André está mais Jairo...

Do que o próprio Jairo.



FÁBIO ESTÁ MAIS DECLINANTE... (19 a 23)

Que jogo de tênis da Turma Braba.
Que show da Márcia em São Paulo.
Que Jairo tocar Take Five.
Que Leandro dançar axé.
Que promessa de parar de fumar.

André

FÁBIO ESTÁ MAIS DECLINANTE...


Que tomate em mesa de pobre.
Que evangélico em baile gay.
Que gente com educação.
Que honestidade no congresso nacional.
Que churrasco na ausência do Jairo.
Que bons programas na televisão.
Que mulher virgem depois dos 13 anos.
Que música boa em rádio FM.
Que enterro de anão.
Que ônibus no fim de semana.
Que táxi em dia de chuva.
Que emprego para cinquentão.
Que letra bonita de médico.
Que peixe no Rio Tietê.
Que celular completando ligação.
Que sóbrio no Bar do Batista.
Que André criando um poema
e Jairo uma composição.

Faroberto

terça-feira, 9 de abril de 2013

ESPARSAS


Atchum é um tipo de peixe com resfriado.

Esqueci onde fica o Largo da Memória.

Tem fera que só dá o bote porque sabe nadar.

Faroberto

NOSSO TEMPO

O Tempo é Relativo. A Falta de Tempo é Absoluta.

Faroberto

segunda-feira, 8 de abril de 2013

SONATA


Soa o tempo retumbante allegro.
Respira a vida sóis e consequências
do que fui. Sorrio largo e desintegro
o futuro, minhas imprudências...

Soa o tempo vagaroso adágio.
Respira a vida, melancólica.
O vento forte trás outro presságio
A árvore que verga, simbólica.

Esta parte apresenta um minueto.
Dançando as folhas soltas dão o sinal.
Levanta-se, prepara-se o quarteto,

não segue partitura ou libreto.
Como um destino, chega ao final,
a minha sonata em forma de soneto.

Fábio Roberto

sábado, 6 de abril de 2013

Guilhotina

Se André fosse condenado, a guilhotina seria inútil. Porque parece que ele  está sem cabeça para tudo mesmo.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

ANTES DA EXECUÇÃO

Não adianta ficar sentido com a vida, porque ela não tem sentido.

Faroberto

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Estertor

Jairo se mudar pra Recife,
essa a razão de tanto snif?

André, embora sem cacife,
por que se portar como um patife? *

Fábio está em dieta de bife **
pra poder caber no esquife?

O Poemas Brabos está tão pífio
que até eu me sinto um xerife.



* patife no sentido de acobardado!
** Fábio está mesmo fazendo regime!

terça-feira, 2 de abril de 2013

Aviso importante

Informamos que o Poemas Brabos 2ª edição está chegando ao seu fim. O conselho deliberativo ainda está em conclave para definir a data de encerramento.
Agradecemos aos tentantes e principalmente a André Aguirra, grande promessa da escrita moderna.
 
ass: Amigoera
 

Heróis da resistência

Poemas Brabos é que nem sarau aqui em casa, no fim, ficamos apenas eu e meu pai.
 

CIRCO

Mulher barbada é aquela que a gente consegue muito fácil.

Faroberto


ps. para os jovens: Bras. Gír. desp. Páreo fácil, jogo fácil de ganhar, ou que assim se presume.

BEBUM


Vaca bêbada é que é esperta: vai pra breja e não pro brejo.

Faroberto

André não quer saber de verbo

André tem muitos empregos; assim também o verbo: o verbo tem muitos empregos.
André tem muitos empregos, mas não quer saber de verbo que tenha muitos empregos também; quer saber de verba.
 
 

FOSSABOOK


Tem gente parecendo esterco comentando que o outro só fala merda.

Faroberto

BOM DIA


Tão triste, mas alegre,
bom-humor é uma febre,
 caveira sempre sorrindo.

Prossiga o mundo dormindo,
quando o dia, ainda nem findo,
o amanhecer já celebre.


Faroberto

BUM!


O homem-bomba faz poemas para a mulher a(r)mada.

Faroberto

ASSINATURA


Nos momentos que sou estribo,
nem sabem que sou vingativo:
pé que pisa, deixa recibo...

Faroberto

BARGANHA

Trocaria tudo pela mesma vida.

Faroberto

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Hipóteses de contusão fabial

Fábio foi tirar a cerveja do joelho e se machucou.

Ajoelhou para pagar promessa, mas como não tinha dinheiro...

Ficou bravo porque não tinha ovos e resolveu machucar o joelhinho da páscoa.

Contradição

Fábio Roberto pegar um ônibus no Primeiro de Abril e não ser mentira.

ÔNIBUS


Um bando de gente indo ao mesmo diferente destino.

Faroberto

O INVÁLIDO


O meu joelho de súbito torceu
contra mim, o safado, infelizmente.
Ficou roxo, inchou, muito doeu,
mas era menos do que uma dor de dente...

Ignorei, dei-lhe um baita de um gelo.
Ele gostou, fingindo-me estar bem.
O choque arrepiou o meu cabelo,
quando levantei e caí como um neném.

Como esta sede alcançaria a geladeira?
Como não andar pra lá e pra cá?
Eu me arrastei, sem rodinhas na cadeira,
uma cerveja poderia me “salvá”.

Bebi de um gole, pra ficar amortecido,
grudado ao chão parecendo lagartixa.
Fui muito macho, dei um pulo emputecido,
voltei ao chão e gemi como uma bicha.

Eu me acalmei ao acender uma fumaça
atrás da outra, só restava mais um maço.
Tem horas que realmente a vida embaça,
feito o ibope quando só apresenta traço.

Depois de horas de meditação profunda,
iluminei-me, descobri que a dor não existe.
Ainda bem que foi joelho e não a bunda,
senão a estória ficaria bem mais triste.


Faroberto

O ANDRÉ VOLTOU A ESCREVER!!!

Calma, amigos, é primeiro de abril!!!

Faroberto