quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Tese-fictícia-brincadeira

(Tese fictícia-brincadeira escrita em 2009)


E não é que o pessoal está discutindo isso plenos 2014!!....


http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/08/20/senado-discute-fim-do-c-ch-e-ss-na-lingua-portuguesa.htm



Tese (Téze)

 

C   -    Ç      

 

Observe-se a diferença entre uma e outra. A segunda figura é idêntica à primeira, a não ser por um sinal que a caracteriza, infortunadamente, com um anzol em sua base, o que lhe dá figura de um prisioneiro. Proponho a abolição da cedilha (ç) na língua “portuguesa”, sinal inteiramente desnecessário conservado em nosso idioma por mania ou burrice mesmo; para ser menos agressivo, talvez desatençãopreguiça, etimologia ou comodismo.

O motivo alegado de sua conservação é que a cedilha diferencia a pronúncia quando colocada antes das vogais A, O e UVejamos, pois:


Ca (som de Q) Ce (som de S)  Ci (som de S)

Co (som de Q) Cu (som de Q)


Os ditongos Ca, Co e Cu, quando acompanhados da cedilha, Ça, Ço Çu passam a ser pronunciadas com o som da letra SOra, mas então por que não colocar de uma vez a letra S, se o som que se quer é esse e não outro? Para que embaraçar a escrita? 

Meditemos no valor real da cedilha, o próprio nome já diz ou nos induz, sinal herdado do castelhano e absorvido por muitos idiomas. Sem tocar na “intenção” da cedilha de teoricamente modificar a pronúncia de algumas palavras dependendo de como forem empregadas as vogais com as consoantes, consideremos antes do som pronunciado a palavra escrita.

Guimarães Rosa, em sua extraordinária literatura, por exemplo, grafava o verbo Dançar de uma outra forma: Dansar. Com razão, observou que a Ç prendia a palavra pelos pés e a contradizia; ora a letra exprime movimento, totalmente de acordo com o próprio significado da palavra Dansar, dansar!, ao contrário da Ç, Dançar. Ora, se a pronúncia ficará a mesma, por que não darmos mais idoneidade ao significado da palavra realçando-o com leveza e beleza? Dansar!

Dirão uns que a grafia nada tem a ver com o significado da palavra, então lhes responderei que a grafia tem tudo a ver com o significado da palavra. Estamos falando de expressão, vida! Vida...

Proponho aqui a abolição da Ç, e para resolver alguns problemas que possam surgir, vejamos.

 

  Toda palavra deverá ser escrita da mesma forma que pronunciada, sem necessidade de sinais, mudanças que possam desvirtuar visualmente o seu sentido.

 

Alguns exemplos de alteração, ou talvez melhor, essencialização:

 

Casar (já que tem mesmo o som de Z) Cazar

Caçar (som de SCasar

Pesar (som de Z) Pezar

Alçar (som de S) Alsar

Disfarçar (som de S) Disfarsar

Coçar (som de S) Cosar

 

Proponho também a desvinculação do som de da letra S. Basta ao os seus próprios Zês. Adeixemo-lo em paz com seus Ésses. Cada letra terá seu próprio som.

A é A. B é B. C é C. D é D. E é E. F é F. G é G. H é H. I é I. J é J. L é L. M é M. N é N. O é O. P é P. Q é Q. R é R. S é ST é T. U é U. V é V. X é X. Z é Z. Por consequência torna-se “desnecessário” também a “geminação” da letra em palavras como “desnecessário”. “Assim” fique: Desnecesário. (Geminasão, Asim)

 

Passar (som de S) Pasar

Cessar (som de S) Cesar

 

Ora, se a minha intenção “fosse” obter o som de Z, assim o teria escrito, Desnecezário, Pazar, Cezar, então torna-se inútil a “presença” deste outro S. Totalmente desnecesário; pasar, cesar

Com certeza é difícil disuadir o cérebro a identificar algumas palavras que fomos acostumados a entender de uma forma e de uma hora para outra devemos identificá-la de outro jeito. (ou geito?)

Não é de uma hora para outra, temos toda a vida, a bem da palavra, do amor à palavra, que não deve ser perdido. Amor à palavra, ao sentimento, a tudo que exprime a sensação de estar vivo e não, ainda, morto.

 

Estão noivos, devem cazar logo.

Ninguém pode casar as onsas-do-mato.

Levados pelo som da zica, que podem senão dansar?

Não se deve forsar a natureza das coizas.

Se a dor não pasar, pegue um silênsio e ore.

 

Como consequência de tudo isto, percebemos que algumas letras, que poderíamos chamar de solidárias, emprestam o seu som a outras. Ou estas é que a tomam de roubada, imitando na cara dura. Ou ainda, há aí um caso de hereditariedade. A letra Q, por exemplo, é uma filha da letra C. Percebemos também que é imposível de ser uzada sozinha, está sempre acompanhada de sua parceira U. Visualmente é um com perninha. Não tenho nada contra ela, deixemo-la em paz por enquanto, considero que ela cumpre bem sua funsão.

Agora voltando à letra Z; percebe-se que é uma letra forte, a última do alfabeto, parece que chegou e foi logo impondo a todos de que ela é quem dá a última palavra! No caso, a última letra. Já tínhamos denunciado o caso da letra S, que às vezes era pronunciada com o som de Z, fazendo crer que era na verdade um Z disfarçado. Pois bem, desmascaramos o por baixo do e o desvinculamos.

Agora, outra letra se nos apresenta aos olhos sofrendo do mesmo mal que outrora sofria a letra S. É a letra X, que traz o seu próprio som, original. Há ocorrências de que em alguns casos, e letra é descaracterizada, e pronunciada como Z. Vê-se que muitas letras sofrem de Zê. Noutros casos, acaba saindo com o som de S. Vê-se que a letra é uma letra fraca ou passiva.

 

Exemplo: Ezemplo

Exumar: Ezumar

Existir: Ezistir

Ex-mulher: Es-mulher

Extrair: Estrair

Exato: Ezato

Exímio: Ezímio

Exame: Ezame

Expedição: Espedisão

Extração: Estrasão

 

Tudo isso deve ser loucura, mas que tem sentido, tem. O objetivo desta teze é trazer às prósimas, e por que não dizer à nosa gerasão, um benefísio (não fasilidade) no que diz respeito ao ezersísio da escrita em unidade com a fala. Tudo isso deve ser sentido, mas que tem que ter loucura, tem.


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Embaralhado noturno

                                                         
O fim justifica os meios                
       A mim justificam os seios    
O rim dulcifica os gelos 
     Jobim pimentica no alheio:
O gim mistifica os feios.    
                                  
Lê                    
    
   
  

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

De quatro estações

Mais uma Prima ele devora
O velho leão a Vera degusta
Palita os dentes da fauna e flora
A juba grisalha, carranca augusta

Mais um Inverno ele mastiga
Velho felino, a uma geleira engole.
Congela os dentes? Nem liga...
Mais fere duro gelo que água mole.

Mais um Outono ele abocanha
Velho mamífero, fera que assusta
Caem-lhe os dentes? Nem estranha...
Sabe quanto uma dentadura custa??

Mais um Verão ele se farta
Em inferno calor qual se assemelha
Não se rende, luta até raio que o parta
Em batalha até o diabo se ajoelha

André e Lê