O meu joelho
de súbito torceu
contra mim,
o safado, infelizmente.
Ficou roxo,
inchou, muito doeu,
mas era menos
do que uma dor de dente...
Ignorei, dei-lhe
um baita de um gelo.
Ele gostou,
fingindo-me estar bem.
O choque
arrepiou o meu cabelo,
quando levantei
e caí como um neném.
Como esta
sede alcançaria a geladeira?
Como não
andar pra lá e pra cá?
Eu me
arrastei, sem rodinhas na cadeira,
uma cerveja
poderia me “salvá”.
Bebi de um
gole, pra ficar amortecido,
grudado ao
chão parecendo lagartixa.
Fui muito
macho, dei um pulo emputecido,
voltei ao
chão e gemi como uma bicha.
Eu me
acalmei ao acender uma fumaça
atrás da
outra, só restava mais um maço.
Tem horas
que realmente a vida embaça,
feito o ibope
quando só apresenta traço.
Depois de
horas de meditação profunda,
iluminei-me,
descobri que a dor não existe.
Ainda bem
que foi joelho e não a bunda,
senão a
estória ficaria bem mais triste.
Faroberto
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