segunda-feira, 1 de abril de 2013

O INVÁLIDO


O meu joelho de súbito torceu
contra mim, o safado, infelizmente.
Ficou roxo, inchou, muito doeu,
mas era menos do que uma dor de dente...

Ignorei, dei-lhe um baita de um gelo.
Ele gostou, fingindo-me estar bem.
O choque arrepiou o meu cabelo,
quando levantei e caí como um neném.

Como esta sede alcançaria a geladeira?
Como não andar pra lá e pra cá?
Eu me arrastei, sem rodinhas na cadeira,
uma cerveja poderia me “salvá”.

Bebi de um gole, pra ficar amortecido,
grudado ao chão parecendo lagartixa.
Fui muito macho, dei um pulo emputecido,
voltei ao chão e gemi como uma bicha.

Eu me acalmei ao acender uma fumaça
atrás da outra, só restava mais um maço.
Tem horas que realmente a vida embaça,
feito o ibope quando só apresenta traço.

Depois de horas de meditação profunda,
iluminei-me, descobri que a dor não existe.
Ainda bem que foi joelho e não a bunda,
senão a estória ficaria bem mais triste.


Faroberto

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