quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

MEDITAÇÕES


Hoje estarei em estado contemplativo e introspectivo, meditando profundamente sobre a existência ou não da vida, do amor e da poesia, e a relação intrínseca entre os fragmentos sensíveis da memória relativa junto ao tempo.

Hoje estarei em estado contemplativo e introspectivo, meditando profundamente sobre a existência ou não da morte, da paixão e da arte, e a relação intrínseca entre saber, querer e fazer com a dicotomia existente no despojamento ou desejo da alma sob a perspectiva da psique humana.

Hoje estarei em estado contemplativo e introspectivo, meditando profundamente sobre a consciência ou abstração do tempo na história universal humana, e a relação intrínseca entre a inércia do pensamento e a ação instintiva do espírito no conceito de existência, face ao conhecimento, sabedoria e objetividade.

Hoje estarei em estado contemplativo e introspectivo, meditando profundamente se a prática da virtude realmente fundamentaliza a existência do bem ou seria essa assertiva meramente uma visão teocentrista calcada em conceitos empíricos, e a relação intrínseca entre o movimento dialético do pensamento e a contraposição refletida por dogmas e preconceitos singulares ou universais.

Esta noite estarei em estado contemplativo e introspectivo, meditando profundamente se é o homem resultado do pensamento relativizado no tempo e no espaço de um mundo quântico, onde a observação do sujeito epistemológico e só essa observação pode desdobrar sujeito e objeto para o alcance do conhecimento, e a relação intrínseca entre a alma, pensamento, ondas, partículas e comportamento dos átomos face às várias interpretações da existência.

Esta noite estarei em estado contemplativo, introspectivo e em jejum total, para a prática dos exercícios de transmutação, pranayama, árvore dos sefirot, levitação e viagem astral, preparação para a série de profundas meditações a serem realizadas após a próxima 

Faroberto

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

ENSOLARADO

O dia amanhece o seu estorvo,
sob as asas cansadas de um corvo
de olhar parado, solitário e lúgubre.
Fome de cadáver insalubre.

O dia é ensolarado e nem queria.
Cinzento e gelado ele seria,
pudesse conceber a sua escolha.
O vento o levaria como folha

caída, apodrecida pelo tempo.
Um resto de funesto sentimento.
Espasmo em uma face sem sorriso.

Mente que perdeu qualquer juízo.
Mantra que repete um só lamento.
Choro que ensurdece o paraíso.


Fábio Roberto