terça-feira, 20 de dezembro de 2016

ENSOLARADO

O dia amanhece o seu estorvo,
sob as asas cansadas de um corvo
de olhar parado, solitário e lúgubre.
Fome de cadáver insalubre.

O dia é ensolarado e nem queria.
Cinzento e gelado ele seria,
pudesse conceber a sua escolha.
O vento o levaria como folha

caída, apodrecida pelo tempo.
Um resto de funesto sentimento.
Espasmo em uma face sem sorriso.

Mente que perdeu qualquer juízo.
Mantra que repete um só lamento.
Choro que ensurdece o paraíso.


Fábio Roberto

Nenhum comentário: