segunda-feira, 4 de setembro de 2017

HIBEERNANDO

Quem avisa...

Os seres humanos, coletivamente, aparentam estar retrocedendo e endurecendo os seus espíritos, enquanto os animais tornam-se cada vez mais sensíveis. Tudo está errado, mesmo aquilo que parece certo, porque não existe parâmetro ou lógica na existência sem roteiro definido.

Improvisação é o sonho impossível que se deve realizar, pois vivemos ao sabor amargo da imprecisão do destino, não sabendo pra onde o vento irá soprar, nem tendo certeza de que haverá vento para nossas caravelas navegarem no mar da inconstância.

Nesse cenário, fazer, provocar e divulgar arte é uma arte fundamental e este Blog é incansável na missão de fomentar os escritos, ditos, cantados ou desenhados que gerem sentimentos perturbadores de forma positiva e a movimentação deste planeta estagnado nas mesmas rotações e translações para dimensões inovadoras.

Em seu segundo período de exposições criativas, o Blog “Poemas Brabos” novamente atingiu a meta de emocionar, instigar, inspirar e irritar os poetas que escreveram e os leitores que visitaram suas páginas apreciando versos e adversos. Foram 1.192 publicações e 622 comentários Brabos!

Mas numa auto-pro-vocação artística em busca do entendimento ou desentendimento de sua consciência em relação ao Universo, “Poemas Brabos” entrará em recesso, hiato, coma, estado de meditação plena ou hibeernação, permanecendo fechado para novas postagens e aberto para visitas e eventuais comentários, por tempo indeterminado, tal qual é o tempo da vida.

A todos que acompanharam ativa ou furtivamente, participaram com ousadia ou fugiram covardemente do Blog “Poemas Brabos”, agradecemos presença ou ausência.

Voltaremos aqui. Se não voltarmos é porque transcendemos este tempo/espaço.

AMIGOÉ

(André Aguirra, Fábio Roberto, Leandro Henrique)




sábado, 2 de setembro de 2017

mudo

tenho dúvidas se duvido

até da sombra de dúvidas

sob árvores de incerteza

se de seus frutos dúbios

sorvo o sumo silêncio

ou sumo até nem mais não ser

desapareço até de dentro 

se dentro de cada mudez

há uma sede à flor dos lábios

buscando apreensiva o beijo

em cuja mudez me perenizo

em cuja permanência mudo

duvido então até se duvido

dessa questão entre muitas

uma dúvida de vidro imersa

num espelho de perguntas.