segunda-feira, 4 de setembro de 2017

HIBEERNANDO

Quem avisa...

Os seres humanos, coletivamente, aparentam estar retrocedendo e endurecendo os seus espíritos, enquanto os animais tornam-se cada vez mais sensíveis. Tudo está errado, mesmo aquilo que parece certo, porque não existe parâmetro ou lógica na existência sem roteiro definido.

Improvisação é o sonho impossível que se deve realizar, pois vivemos ao sabor amargo da imprecisão do destino, não sabendo pra onde o vento irá soprar, nem tendo certeza de que haverá vento para nossas caravelas navegarem no mar da inconstância.

Nesse cenário, fazer, provocar e divulgar arte é uma arte fundamental e este Blog é incansável na missão de fomentar os escritos, ditos, cantados ou desenhados que gerem sentimentos perturbadores de forma positiva e a movimentação deste planeta estagnado nas mesmas rotações e translações para dimensões inovadoras.

Em seu segundo período de exposições criativas, o Blog “Poemas Brabos” novamente atingiu a meta de emocionar, instigar, inspirar e irritar os poetas que escreveram e os leitores que visitaram suas páginas apreciando versos e adversos. Foram 1.192 publicações e 622 comentários Brabos!

Mas numa auto-pro-vocação artística em busca do entendimento ou desentendimento de sua consciência em relação ao Universo, “Poemas Brabos” entrará em recesso, hiato, coma, estado de meditação plena ou hibeernação, permanecendo fechado para novas postagens e aberto para visitas e eventuais comentários, por tempo indeterminado, tal qual é o tempo da vida.

A todos que acompanharam ativa ou furtivamente, participaram com ousadia ou fugiram covardemente do Blog “Poemas Brabos”, agradecemos presença ou ausência.

Voltaremos aqui. Se não voltarmos é porque transcendemos este tempo/espaço.

AMIGOÉ

(André Aguirra, Fábio Roberto, Leandro Henrique)




sábado, 2 de setembro de 2017

mudo

tenho dúvidas se duvido

até da sombra de dúvidas

sob árvores de incerteza

se de seus frutos dúbios

sorvo o sumo silêncio

ou sumo até nem mais não ser

desapareço até de dentro 

se dentro de cada mudez

há uma sede à flor dos lábios

buscando apreensiva o beijo

em cuja mudez me perenizo

em cuja permanência mudo

duvido então até se duvido

dessa questão entre muitas

uma dúvida de vidro imersa

num espelho de perguntas.


quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Do Livro das Letras - BRILHOS TURVOS

Voluntário ou não o poema surge na cabeça. Não há porque temê-lo, só faço escrevê-lo, como se fosse do teatro uma peça, e musicá-lo. Dentro de mim há intensa vida, e o sentimento não calo, seja chegada, seja partida, seja pra amada, seja ferida...

BRILHOS TURVOS (musicada em 1979)
A ponta da faca roça meu peito.
Em pensamentos turvos me vejo em novo leito.
Coragem selvagem.
Coragem covarde.

A ponta da lâmina brilha afiada.
Nenhuma voz para dizer pare.
Nenhuma voz para dizer não.
Nenhuma voz brilha.

A ponta da faca covarde.
Pensamentos turvos roçam meu peito.
Coragem afiada.
Pensamentos brilham.

A ponta da lâmina turva.
Nenhuma voz, lâmina selvagem.
Nenhuma voz, peito aberto.
Um brilho turvo cai no leito.

Ouço gritos, brilhos turvos,
gritos histéricos dizendo não.
Ouço gritos, brilhos turvos,
gritos histéricos dizendo não.

Fábio Roberto


terça-feira, 22 de agosto de 2017

FORASTEIRO


Não sou essa tola verdade de homens
Não sabem quem sou
Eu sou muito mais do que a própria idade
Que nunca chegou
Não sou essa falsa amizade
Sou inteiro naquilo que sou
Forasteiro perdido
Som

Sou inteiro pedaços partidos
E viverei até sonhar
Sôo longe deste lugar

Soa o grito canalha
Dessa febre inocente

Sou a voz dos temporais




Fábio Roberto


Obs.: musiquei este poema em 1983 e lendo a bela poesia da Andréa Fernandes o lembrei e achei adequado publicá-lo agora.

RECEITAS MÁGICAS


O que é de verdade permanece
O resto é chuva de verão, ilusão e desgosto
Sepulcro caiado, jato de tinta desbotado
Vidraça quebrada, espelho estilhaçado
Num mundo velado
Tudo é fake, tudo de mentira, tudo vazio, decepção
Não darei receitas mágicas ao que exige tradução e uma brilhante dedução
Seja perspicaz, seja iluminado
Nos tornamos seres esquisitos, preocupados em agradar a quem não merece, atacar quem padece
Peça à bússola o seu norte
Peça ao jogo de cartas sua sorte
Peça uma arma e seu porte
Conto de fadas é pra crianças
Jogo de espadas pra viris
Não espere de mim metade
Por que só sei ser por inteiro, de verdade


Andréa Fernandes



segunda-feira, 21 de agosto de 2017

LIBANESA

Desenho no teto do meu quarto
Rabiscando a escuridão com os olhos
A tinta é a lembrança de uma visão
Alguém trazida de um futuro iluminado
A letra foi forjada na força da emoção
Alegrias e caminhos, as matizes deste sonho
E o silêncio desta pintura se quebrará
Num violão em melodias harmoniosas
Uma paz na certeza de amar
Certeza de ser feliz para todo o infinito
Que este teto, esta escuridão, esta lembrança
Eternizados na presença constante do amor.

Jairo Medeiros
20 08 2017

Para Roberta

SEMPRE

Muito bom ter você perto
Matando a saudade no olhar
Profundo, lento e direto
Matando a distancia no abraço
No sorriso aberto, sincero
Acabando com a solidão nas noites frias
Esperando as luas do verão para passeios
Mãos dadas na sombra da nossa alegria
Fé que o caminho é longo e tortuoso
Mas que a paisagem faz valer a pena
Teu perfume no embaraço dos teus cabelos
Quando passo minha boca em seu pescoço
Sentido arrepios e desejos mais ternos e profanos
Distrações eternas como garoa fina em noite sem luar
Temos todo tempo do mundo para ter isso sempre.
Sempre.
Sempre.

Jairo Medeiros
21 agosto de 17

Para Roberta

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Maio Maria Matão

Ela olha  as frutinhas
A mais de 20 metros de distância

O canto dos pássaros
Os cachorros perdidos

Ela se compadece
Da tamanha loucura que é o viver

Na Terra
É tudo vislumbrante e tenebroso

Plantamos uma árvore
Explodimos uma minhoca

Admiramos o trabalho árduo das formigas
Pisamos

Enormes folhas são carregadas
E sob as nossas costas
O peso das dúvidas:

O que eu faço na Terra?
Quem sou eu?

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Feche os olhos.



Pense nuns olhos fechados
E respiração lenta
Mente leve e desperta
Ouvindo o murmúrio do amor
Sentindo a pele arrepiar
No toque dos beijos leves
Navegar por dentro dos teus ouvidos
E descobrir qual a música sou pra você

Jairo Medeiros  2017-08-15


segunda-feira, 14 de agosto de 2017

HEIN?

Faço poemas pras Musas
-Sacana!
Chamo uma puta de puta
-Canalha!
Digo-me maldito errante
-Psicopata!
Tinjo-me de suavidade
-É gay!
Cortejo quem me atrai
-É casada!
Desdenho quem me enoja
-Vai lá!
Agrido quem merece
-Violento!
Revelo as verdades
-Tarado!
Vomito a sociedade
-Hipócrita!
Isolo-me nas festas
-Estranho!
Sorrio pra desgraça
-Interna!
Choro um romance
-Piegas!
Acendo uma paixão
-De novo?
Esqueço uma paixão
-De novo?
Tranco o coração
-Que é isso?
Faço uma canção
-Trabalha!
Brindo por viver
-É bêbado!
Distraio-me sonhando
-Drogado!
Desejo só morrer
-Suicida!
Eu olho para frente
-É surdo!
Fábio Roberto

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

DEUSA

Ainda não sei o sabor
Do beijo que ontem sonhei
Passeando pela paisagem
De mãos dadas com uma deusa

Eu lembro que havia o canto
Da natureza espantada
Com a paixão que nascia
E o coração desejava

Os pés nem se cansavam
Amantes assim flutuam
Parecia tudo real
Os olhos clareando a noite

Não precisamos palavras
O sentimento entendeu-nos
Aquecendo em abraço tão forte
Que a vida se despertou

Movimentando a lua
Do céu para outro tempo
Nascendo um dourado dia
Feliz por abrir os olhos

E admirar o teu rosto
Sorrindo e era apenas sonho
Lugar onde eu te beijei
E onde eu sei o teu gosto


Fábio Roberto

09.08.17

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

EPITÁFIOS DE...


Dono de Celular da Oi: tchau!
Dono de Celular da Vivo: morto-vivo
Dono de Celular da Tim: aparelho fora da área de cobertura.
Curto e Grosso: off
Cervejeiro: daqui não há quem cevada.
Realista: a pós-vida está osso!
Desiludido: enterraram meus sonhos.
Viciado: do pó ao pó.
Convencido: meus pêsames para todos.
Português: terra à vista!
Rico: o futuro... adeus, pertences!
Sovina: Deus me pague!
Ateu: Há...Deus?
Pobre: lápide retirada por inadimplência.
Gay: já dei o que tinha que dar.
Devedor: devo não nego, vem aqui me cobrar.
Modelo: meu esqueleto veste um terno Giorgio Armani.
Fumante: estou na área reservada para fumantes!
Atleta: bati o meu recorde sem respirar!
Bombeiro: só restaram cinzas...
Pescador: tantas minhocas, mas cadê a vara?
Ansioso: já fui tarde.
Incrédulo: isto não está acontecendo.
Otimista: passei desta para melhor
Fábio Roberto

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

O ANO NOVO

O Ano Novo resolveu não nascer. De soslaio perscrutou o ambiente e resolveu continuar no casulo. Não gostou de nada do que viu. Que adianta chegar e tudo ser igual ou pior? Para que novamente tantas falsas promessas ou esperanças que seriam frustradas? Que ficasse tudo como estava, o Ano Velho se perpetuando coberto de insensatez, injustiças e maldades. Quem sabe a realidade se tornando tão cruelmente perene, pudesse em algum momento a vida sorver com a língua suas lágrimas.

E assim, decidido e irredutível, o Ano Novo fechou os olhos e adormeceu na manhã do último dia do Ano Velho. Este, ancião em frangalhos e com a alma carcomida pela dor, desesperou-se e gritou implorando descanso aos céus. Os Senhores do Tempo, subitamente surpreendidos pela inusitada ação do Ano Novo, convocaram uma reunião com todos os Anos Antigos, que estavam muito mais antigos, pois desde que o mundo se tornara mundo um se somava ao outro sem recesso, portanto o ano I era o Pai de Todos. O Pai de Todos os anos falou aos Senhores do Tempo que aquilo era inadmissível, um absurdo, uma afronta. Como aquele rebento que nem saíra ainda das entranhas da mãe eternidade se rebelava contra a lógica da existência? Exigiu uma providência enérgica falando em nome de todos os Anos Antigos e principalmente pelo Ano Velho atual, que tremia em espasmos desesperados, numa espécie de Parkinson aflorado pelo medo. Mas o que os Senhores do Tempo poderiam fazer? Não havia como obrigar o Ano Novo acordar se ele não quisesse. A situação foi piorando e ficando catastrófica, pois no planeta os preparativos para as festas da virada do ano prosseguiam despreocupadamente, até que o Ano Velho avisou que exatamente à meia-noite também adormeceria para o horizonte.

E assim aconteceu. Sob os olhos estupefatos dos Senhores do Tempo e defronte aos boquiabertos Anos Antigos, o Ano Velho deitou-se em nuvens ao lado do Ano Novo, apagando-se rapidamente. Silenciosos e num sono profundo, ambos passaram a sonhar o mesmo sonho: um tempo que merecesse ter continuidade. Ninguém ainda percebeu que desde aquele dia o ano não muda, não vai pra frente nem retorna. E os dois ainda estão lá, sonhando. Quem sabe desta vez, quem sabe desta vez o Ano Novo acorde...


Fábio Roberto

terça-feira, 1 de agosto de 2017

DESTINOS

O poeta escreve o que vive, o que gostaria de viver, o que sente, o
que sentirá, o que vê ou irá ver, o que passou, o que sabe e o que
nunca saberá.

O destino do poeta é buscar as palavras mais bonitas, perfeitas e
simples para reproduzir a emoção de viver e amar.

Hoje, especialmente hoje, só neste instante, neste milésimo de
segundo e nunca mais talvez, não tenho vida para escrever, não
gostaria de viver nada, nada sinto ou sentirei, nada vejo ou verei,
nada passei, nada sei e nada soube.

Um poeta assim é um poeta sem palavras e ironicamente um
poeta sem palavras nem mais poeta é para poder reproduzir a
emoção de viver e amar.

Então encerro agora todos os destinos com o meu, o meu destino
de ser sem destino. E como não tenho destino algum, nem palavras,
calo minha voz e fecho os meus olhos.

Vou me deixar conduzir para onde o vento leva as folhas que
caem das árvores. Irei junto como uma folha de papel em branco.

Quando outro vento qualquer, por um capricho do destino, me
trouxer de volta, serei poeta de novo e trarei palavras vivas em
minha folha de papel.

Destinos...


Fábio Roberto

Fim do Livro dos Destinos


segunda-feira, 31 de julho de 2017

Rio



Dentro de mim passa um rio de palavras
As coloco na ordem que quero
Para transformar meu dia em paraíso

Para fazer o tempo parar quando te vejo
Para trazer o sol nos dias de solidão
Para fazer um caminho mais curto para te encontrar

E a lua se faz branca e intensa na minha boca
Para tanto, tanto, tantas vezes estar contigo
Mãos dadas na beira mar das lágrimas que derramei

Que o passado me deixou de herança
O presente secou

E o futuro fará o tempo quente ser eterno

Jairo Medeiros

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Do Livro de Textos e Crônicas - ÓCULOS ESCUROS

Vim com somente meus dois “olhos cor de mel” e alguma fotofobia para a claridade mundana deste planeta. Hoje eu os tenho juntamente com apenas meus tênis furados, de quem tanto gosto. Assim como amei todos os anteriores, que foram se desgastando aos poucos por tanto uso. A gente não consegue viver sem nossos tênis companheiros e insiste, insiste em tê-los até quando furam, rasgam, se desintegram... Então a gente sofre, mas os abandona e adquire novos tênis que ficarão velhos também.

Será que amar é assim? Feito um par de tênis que se ajusta aos nossos pés e depois se desintegra? O amor vai se moldando ao nosso corpo inteiro, invade, domina, toma tudo. Fica gostoso, aconchegante, perfeito. Torna-se uma nossa extensão, nos completa. Não se imagina a vida sem ele. Ele passa do sangue para a alma. Passamos a ser um só. Corpo, pés, alma, sorriso, lágrimas.
Amor é compartilhar tudo. Tal qual com o nosso velho par de tênis, não damos mais um passo sem. Até que ele nos enxerga como a um sapato velho e rasgado e nos deixa num canto sem pés, sem amor, vazios.

Será que a vida é assim? Feito um par de tênis e o amor, que se moldam a nós e depois se desintegram?

Nosso corpo vai se adaptando a cada fase do tempo, enquanto desenvolvemos o intelecto, a sensibilidade e todas as variáveis que compõe um ser humano. Aprendemos a valorizar cada respirar e nossas conquistas, até os tênis e os amores.
Crescemos com nossas famílias, realizamos alguns sonhos e continuamos desejando realizar todos os sonhos impossíveis. Até que o esqueleto reclama a sua idade. Mas como não se troca esqueletos, a alma busca novos ossos, pois que os velhos se desintegraram.

Vim com meus olhos cor de mel e tudo foi ficando mais claro, a ponto da minha fotofobia se tornar tão intensa que os olhos do meu coração estão se fechando. Nunca mais vou usar tênis. Nem vou amar novamente. Tampouco terei outra vida.

Não há mais óculos que escureçam tudo o que vejo, sei e sinto claramente.


Fábio Roberto

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Velho Mundo Novo

Pessoas idosas cuidam de suas casas
Com um pincel
Cobrem, delicadamente, aquela ferrugem ressurgênte 
Soldam o portão quebrado 
Podam suas plantas

Os casais se apoiam e aposentam suas bengalas 
A ajuda é mútua e o cuidado eterno 

É fim de tarde
Cheiro de vinho
Azeite 

Pro Sol não entrar nas casas
O toldo é natural
Feito de oliveiras 

O ar é de calmaria
Não há o que ter pressa
O que Temer
Olhem essas casas
Castelos medievais

Em meio a antiquarias 
Casas restauradas
Há mente aberta ao novo 
Outros mentem pro povo 
O novo e o velho acontecem ao mesmo tempo 

É tudo tão clássico 
O sino toca nas catedrais  
Há anúncios nos shoppings  
O cheiro de brechó invade o ar

Caminho nessas ruas ancestrais 
observo o chão de pedra:
"Quantos homens já não devem ter pisado nesse mesmo local?"

Enquanto isso no meu Brasil, feito terra, minha terra!!
Passavam tantos animais...

Jabuti
Jararaca
Jacaré 
Jaguatirica

Avenida perto de casa é Jaguaré 
Meu pai mora na Jabaquara 
Visitamos o Pico do Jaraguá

O povo aqui acha gozado tais nomes 
Eu invejo e admiro 
A calmaria portuguesa 
Mas tenho saudade e respeito 
A minha essência brasileira

Ramo da Árvore



E cada história ficará pra sempre

Enquanto alguém lembrar do homem

Aquele com ou sem raízes

Os sonhos são sombras

Não existem sem mim

Diferente e ainda igual a  sombra da árvore seca

quarta-feira, 26 de julho de 2017

BEM DITO

nesta madrugada, amanhã de manhã, de tarde, na próxima noite ou em outra vida, estarei em estado contemplativo e introspectivo meditando profundamente sobre 

nada..........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................tudo

e se a ausência de paixão seria a não existência ou se a existência seria o pulsar etéreo do coração que sonhou viver uma paixão que nem sonhada poderia ser, então tampouco poderia ser vivida e assim não sendo verossímil em vida e sonho, como pode essa paixão ter sido poderosamente sentida, ter existido e ter morrido?

Não encontro resposta. Esqueceu-me a pergunta.
Nem som, nem sou, nem soul.
Maldito. Medito. Me dito.

Fábio Roberto
Fim das Meditações 

terça-feira, 25 de julho de 2017

INFINDO


INFINDO

Meus versos mais recentes
São feitos pra mexer comigo e com você

Falo direto contigo
Não é sem querer

Versos de amor sincero
Sem explicação

Sem ilusão
Enquanto você quiser

Eu quero
Amar a noite inteira sem parar

Fica  comigo
Fico inteira contigo

Enquanto houver amor
Não larga minha mão

Quero você bem perto
Coração e alma

Amor total, completo
Se você quer
Eu quero
Patricia Justino
Enviado por Patricia Justino em 16/07/2017
http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdeamor/6055692

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Do Livro dos Destinos - IMAGINAÇÃO

Voar era só para os pássaros até o homem
dar asas à imaginação.
Se os pássaros derem imaginação às asas,
os homens os alcançarão?
Fábio Roberto

sábado, 22 de julho de 2017

Do Livro dos Destinos - ÁRVORE

Uma árvore seca, sem folhas, é sombra da sombra que fazia.

Mas a sombra da árvore não é a árvore, não existe sem ela, não tem raízes.

Uma árvore seca continuará sendo uma árvore até morrer, como um homem velho, árvore seca, sombra da sombra, terá sempre a raiz fincada em sua estória de homem.


Fábio Roberto

sábado, 15 de julho de 2017

Do Livro dos Destinos

PAPEL
Preocupa-se muito um papel antes de nascer.
Que papel ele terá no mundo?
Papel de embrulho, para escrever ou desenhar?
Causará boa impressão ou fará um papelão?
Será ele uma pasta, notícias de jornal ou decoração de uma parede?
Oh missão ingrata, se com tantas possibilidades for chamado de higiênico para viver na merda!


Fábio Roberto

sexta-feira, 14 de julho de 2017

SOBRE A MESA...

Tinha uma torta,
era doce,
era meta,
sobre a mesa...
Doce que não se toca,
porque se prova
antes mesmo dos lábios abrirem,
antes mesmo de fazê-la...
Torta como esses versos,
Reta como as indiretas
que por vezes seguem um mapa,
peculiar,
lunar,
morrendo no mar!...

quinta-feira, 13 de julho de 2017

AMOR À PRIMEIRA VISTA

Resolvi encontrá-la amanhã.
A minha namorada, uma mulher especial.
E eu vou me apaixonar por ela instantaneamente.
Em minutos escreverei três livros de poemas
a ela dedicados. E serão compostas por mim,
em menos de meia hora, uma centena de músicas
inspiradas por essa Musa. Ela, com seu jeito
ora tímido ora maroto, conquistará o meu coração
com tanta força que a pedirei em casamento
amanhã mesmo. Com um sorriso resplandecente,
amanhã ela dirá sim. Amanhã nos enlaçaremos
e vamos nos amar tão intensamente que geraremos
nossos filhos, que ainda amanhã crescerão belos
e saudáveis. Nós seremos eternamente companheiros amanhã. Envelheceremos juntos vivendo esse dia de forma violentamente verdadeira. O tempo não terá para nós nenhum sentido.
Não nos fará falta, nem nos sobrará.
Só nos importará o dia de amanhã.
Não anos atrás, que nem existiram. Não ontem,
quando não existimos realmente porque nosso amor
não existia.
Renasceremos amanhã com o nosso amor.
Sem pressa. Sem passado. Sem futuro.
Um amanhã que nunca acabará e deixará o depois de amanhã
sem ter o que fazer, estático, num perpétuo aguardar sem nem poder admirar o nosso amor que nunca terá acontecido ontem.
Por ter nascido e vivido dessa forma impossível, invejada, platônica, onírica, romântica, perfeita, loucamente apaixonada, utópica, lírica, mágica, totalmente e somente amanhã.
          

Fábio Roberto

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Uma

Eu bebo muito. Falo exacerbadamente. Emudeço eternidades. Ninguém me alcança. Mas você canta e eu me ultrapasso.  Faço músicas compulsivamente. Tenho tesão de tarado. Escrevo insanamente. Bebo muito. Tenho pique pra 24 horas de papos ou trabalhos. Mas não tenho 24 horas. Sou um segundo.  Tenho ansiedade. E mantenho a calma porque morri a pressa.  Não tenho ódio. Apenas sou revoltado com este mundo medíocre. Bebo pouco pelo que tenho de sede. Vivo pouco pelo que tenho vontade de viver. Sonho muito pelo que tenho de vida. Bebo bastante. Tenho sede que não passa. Tenho fome de canibal. Animal. Uivo e sou gente.  Eu sou ninguém.  Sou tudo. Sou mais intenso que fogo. Fico de fogo, mas sóbrio. Sóbrio eu enlouqueço. Sou além de nada. Eu amo. Eu te amo. E amei além de paixão. Amor. Amorte. Eu me queimo e quem chega perto queimo violentamente. Mente. Minto. Eu sou todo verdade. Tem mulher que acendi e vai ferver eternamente. Tem mulher que me apaguei. Nenhuma me apagou. Bebo muito. E te beberei toda.  Você ta chegando agora. Muito prazer, este sou eu. Saiba. Eu te desejo tanto que vou fazer mais uma canção de amor. Só prá você.


Fábio Roberto

quarta-feira, 5 de julho de 2017

FOCA EM FOCO

André pare de ciúme
O Jairo é todinho teu
Pode produzir um filme
Que ele será o teu Romeu

E você fará a Julieta
Certamente com maestria
Cena nua não será feita
Senão mostrará estria

Louvo brilhante volta
A esta nossa brincadeira
De poetas sem escolta
Só com palavra ligeira

Escrevo neste poema:
Leve o teu Romeu pra cama
Lotarão qualquer cinema
Finalmente terás fama!

Faroberto





Safabio

Caro amigo, amigo Fábio que saudades tenho disso 
Admito fiquei longe, tô voltando, sinto falta 
Verso ao vento sem frescura, sem pudor, sem compromisso
Tenho só ninado baby, mamadeira ou troca fralda.  

Sei amigo, sente muito, que saudades  também
De apanhar de versos longos, todo dia, feito safa 
A alcateia sem um rumo, vira farra, não convém 
Paciência, tenha calma, tá voltando o macho alfa 

Agora tem um fato que incomoda sua fama
Você e amigo Jairo, eu pergunto, não me engana 
Quem é nesse romance o cavalheiro e quem é a dama? 

André 

terça-feira, 4 de julho de 2017

PROCURA-SE UM POETA


Atendia na alcunha de Foca
Às vezes o chamavam de André
Era um tal de Poeta da Mooca
Bom de palavras, churras e mé

Hoje só pensa em fraldas
De pano, plástico, papel
Em branco ficaram laudas
Na cabeça só cabe chapéu

Talvez um dia ele volte
A ser o que seria se quisesse
Talvez a inspiração solte
Quem sabe redija uma tese

Vou fazer a minha parte
Provocando os brios da fera
Quem sabe se lembre que arte
É fundamental pra atmosfera

Mas se preferir preguiça
Rasgar versos, quebrar viola
A gente reza uma missa:
vai ver que virou boiola!


Fábio Roberto

QUERER


Quero morrer
Agora
Neste instante
Neste momento em que estou respirando este ar
Tão saudável
E pútrido
E mal cheiroso
E perfumado
De mundo

Quero morrer
Agora
Antes que você fale palavra
Qual seja a palavra ou sentimento quero morrer

É uma dor insuportável quando eu me sinto feliz!


Fábio Roberto

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Te amo


Nunca pensei em falar Isto, mas te amo
Amo você por causa da distância,
Tanto de tempo quanto geográfica
Te amo por que te amo
Como hoje fosse meu último dia neste planeta
Te amo pois te amo
Nos sorrisos e nas horas em telefonemas
Te amo por te amar mesmo
Natural como respirar, como nascer ou  morrer
Acho que nunca amei ninguém na verdade
Na essência que sinto agora
Na tua presença em meus sonhos
Num perfume que ainda não senti
Te amo por que te amo.
Te amo pois nunca amei ninguém.
E agora
Te amo


Jairo 2017 

domingo, 2 de julho de 2017

UM PARECER DO TEMPO

Conversando com o Fábio em 2012, eis que surge a dúvida: "o que você vai fazer da vida Bia?". E eu respondo, segundo a boa memória do Fábio: "não sei ainda, estou na dúvida se faço exatas, humanas ou biológicas.

UM PARECER DO TEMPO 
Posso parecer menina
Mas meu tempo passa como de um ancião

Um relógio descompassado e ansioso
Como é também meu coração 

Minha alma hoje é repleta de
poucos amores sentidos e de boas viagens vividas 

Apesar disso carrego em mim os estranhos medos Humanos 
A certeza dos futuros não Exatos
E a dúvida da complexa arte Biológica
que é o viver

sábado, 1 de julho de 2017

LÁBIOS DE MANEQUIM

Era bela a estória, mas não teve fim
Como se de um livro página rasgasse
Derradeira cena que não se filmasse
Ou se arrancasse as cordas do bandolim

Antes que a seresta uma voz cantasse
E se batessem as asas de um querubim
Como se apagasse luz de curumim
Ou se o tempo nunca mais passasse

Deixando só o vazio que o olho admirasse
Terra devastada, sem nenhum jardim
Samba que esqueceu o som do tamborim
Um reencontro em que não se abraçasse

Ou nele se beijasse lábios de manequim
Como se um poeta nunca mais amasse
E se a lembrança que o habitasse
Fosse a estória bela que não teve fim


Fábio Roberto

quinta-feira, 29 de junho de 2017

DEVANEIOS


A DOR
Qual é o caminho da vida quando a vida é qualquer caminho
E tudo o que espera é andar sem destino?

Eu belisco o teu corpo no sonho para saber se eu estou vivendo
Se te doer eu estou vivo
Se não te doer eu continuo sonhando

Só me importava viver se você continuasse viva em meu sonho
Até em sonho a saudade era dolorida
Tristeza é não mais sentir essa dor

Qual será o caminho da vida quando o sonho for qualquer caminho?


PÁTRIA
Qual é o teu país?
Andar a esmo?
Elevar-se ao extremo?
Amar a rodo?
Apaixonar-se todo?
Talvez ser feliz


C’EST LA VIE
A morte é para quem vive.
A vida é para quem ama.
O amor é para quem morre.
A morte é pra quem ama. A vida.


DROGA
Tava pensando em fumar um cigarrinho de maconha. Aí a pessoa ao lado, indignada, pergunta: mas como assim? Você faz poesia, música, é doido e não fuma maconha? Assim acordado pra realidade eu decido não fumar um cigarrinho de maconha. Recuso, caretamente, hoje, o LSD que era tão ousado. E concluo, tão velho e desiludido do mundo, que preciso pensar. Beber que nem louco. Nada basta, não consigo mais sonhar. Não existe droga que me faça viver!


SOLUÇÃO
Seja otimista. Os seres humanos têm solução sim: a extinção!


Fábio Roberto
(de livros diversos) (devaneios escritos em perambulações recentes)



quarta-feira, 28 de junho de 2017

amorno

amorno: nem frio nem quente
o gelado da cerveja preserva
oposto do que há numa aguardente
amor faz tanto sol quanto neva
é tanto livre quanto mais carente
é menos visível quanto mais observa
por isso a boca busca sedenta a cerva
como sedenta busca o beijo ausente
não importa o líquido que se à boca leva
mas a volúpia que essa boca sente.


terça-feira, 27 de junho de 2017

de só a só

um jairo gira e gera
dois jairos que juram e giram e geram
outros jairos a girar gerúndios
jairando e gemendo
jairo é um bairro cheio de jairos
com casas cheias de jarras de jairos dentro
um jairo já ironizou com outro
jairópteros jairam sobre jairos
porque jairo é tudo
tudo é jairo
menos o próprio Jairo.




Amor

Cerveja é que nem amor. Feita para acabar!

Gaiola pessoal

                        Finalmente me encontrei.

Meditei e meditarei muito e,
Dentro de mim, descobri um presídio.
Nas portas as inscrições
Das coisas que condenei
E, em cada uma delas,
A sentença fria da Morte.
Mas, como sou o dono das chaves
Consegui agora abrir
Ao menos a primeira Porta:
A da Humildade.
Na porta a sentença da eterna Arrogância.
Desfeita esta barreira
Consigo entender que perdi. Perdi . Perdi. 
A segunda chave na porta:
A da Paz Interior,
Onde a sentença desta
Era o Desequilíbrio.
Respiro fundo à  partir deste momento
E olho os fatos com consciência.
A chave já está na próxima tranca:
Controle Emocional.
A sentença desta era, claro, o Descontrole.
Será esta a chave para minha Liberdade.
Pois com controle, dominam-se os acontecimentos,
Acabam-se as ansiedades.

Ainda faltam muitas portas.
Montei um grande presídio, como disse.
E, finalmente, chegarei na última:
A Plenitude do ser,
Algo parecido com a inocência de uma criança
E a curiosidade de um adolescente.
Agradeço a oportunidade de acordar e,
Agora, olhar o dia com alegria.
Sabendo que, ao término deste,
Cumpri a promessa de desmanchar o meu presídio
e Libertar-me para o Amor.


Jairo Medeiros -  21/02/17

TEU TEMPO

Pra que correr se és o tempo e tão menina
e para ti o dia chega como brisa,
acarinhando teus cabelos na esquina
da vida, cena que a paisagem frisa

em nossos olhos ansiosos e anciãos.
A nós o tempo já não mais espera.
Já passou, escorregando pelas mãos.
Morrer tranquilo e feliz, ai quem me dera...

Fábio Roberto

domingo, 25 de junho de 2017

Acróstico - POEMAS BRABOS

Pretensa ansiedade a controlar,
Ora brabezas, sempre destrezas
Estão a navegar pelo ar,
Marinheiros das durezas!...
Adicionam-me no espaço poético
Saúdo, pois, poetas-mor cibernéticos.

Baseados em fatos (i)reais,
Raciocínios transcendentais...
Armam o sarau e com cerveja
Bebemos cada gole das (in)certezas,
Otimizando o fígado, ora vejam:
Sentires espalhados, não pestanejam!

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Samba de uma foca só


Já comi muita sardinha contra uma foca só
Ostras brotarão no mar, catacrase é uma dó
Resta outra abstinência que acabo de bater
Como toda abstinência Maquiavel eu voltei

Certamente insiste por aqui quebrar encanto e diz que é braba, é quase nada.
Já que culminei todas as pragas no sarau não rolou nada, não deu em nada

Terminei a minha cota, como volto a escrever
Vou te dar uma canhota, sempre a postos pra você
E quem quer levar canhota, rela em mim toma sem dó
Se ta sem vê se apruma, contra uma foca só

André

quarta-feira, 15 de março de 2017

Texto para Zumbido, o filme-canção

O Zumbido que me enlouquece é a voz da solidão que sinto neste planeta desconhecido. Dói na alma a angústia de viver aqui, sem poder melhorar os destinos, impotente frente à realidade cruel que não se transforma.
A beleza do que admiro em cada paisagem da natureza ou gesto caridoso de humanidade, não torna existir mais suportável. Pouco há que suavize esta provação.
As palavras e as melodias que recebo tornam-se a esquizofrenia de um ser atormentado, que tenta escapar por instantes da prisão cantando a agonia ao universo.
Vez ou outra uma Musa surge inspirando obras que descrevem amor e paixão, emocionando o infinito. Mas isso dura o tempo de um sonho, como se fosse um relâmpago no céu da eternidade.
O que resta ao acordar é o vazio e buscar novamente algo que me complete, provoque, envolva, motive, entorpeça, anestesie, drogue, inspire, apaixone...
Não sei se eu sou Um Açoite ou Uma Espada. Talvez eu seja Um Grito Pichado No Muro. Um Zumbido. Que Zumbe e Zumbe e Zumbe...
Fábio Roberto

quarta-feira, 8 de março de 2017

"A Estória de M..."

Baseada  em fatos reais, mas qualquer coincidência é mera semelhança!

Conheci M... em uma rede social da internet em dois mil e alguma coisa. Garota do interior, bonita, engraçada, dona de uma vivacidade peculiar que combinou com o meu jeito imediatamente, apesar de mais novinha. Ela tinha em torno dos trinta e poucos e eu já estava nos quarenta e tantos. Passamos a trocar brincadeiras no site, eu comecei a provocá-la com poemas e logo nos identificamos. As conversas foram se aprofundando, ficando diárias, primeiro pelo msn, depois também por celular. Dorminhoca, quando ela acordava de manhã encontrava um monte de recados na caixa postal com tudo que eu tinha pensado na noite, inclusive poesias de amor. O chato é que ela estava noiva. É uma sina que me persegue, essa de ter relacionamento com mulher comprometida. Algo que nunca me impediu, mas um dos motivos que devo ir pro inferno.

Os papos foram esquentando até que um dia ela veio passar uns dias em Sampa com a desculpa de visitar familiares. Fui buscá-la no início da tarde de uma sexta feira no metrô Saúde. Vê-la em foto era ótimo, mas quando M... surgiu nas escadas arrepiei. Que linda era essa moça com rosto de menina. Os olhos expressivos, meigos e ao mesmo tempo provocantes. Um sorriso meio irônico, meio sapeca. Em resumo, uma mulher apaixonante, obra esmerada de um escultor divino. O abraço foi demorado e bem quente. Eu me arrependi de ter prometido pra ela que não aconteceria sexo entre nós, porque o cheiro delicioso que ela exalava me excitou profundamente. Eu tinha uma série de atividades previstas com a Turma Braba nesses dias e levei M... em todas. Naquela noite iríamos num show junto com vários amigos. Mas antes ela foi conhecer a Casa do Sarau.

Tínhamos a tarde toda pela frente e estávamos sozinhos na Casa. A simpatia de M... era mágica e eu sentia que rolava forte sintonia comigo. O leve sotaque caipira dessa garota cativava. Conversamos, rimos, toquei violão cantando “sou caipira Pirapora nossa...” e rimos mais um pouco, ela fingindo braveza me dando tapinhas... Aí aflorou o Fábio inquieto. Levantava, sentava, balançava, aproximava, resvalava. Certo momento M... saiu da cadeira pra pegar alguma coisa na mesa e ficou de costas, bem pertinho de mim. Aquele perfume me tomou inteiro. Não resisti e a puxei num abraço delicioso e ela falou muito sensualmente que eu tinha prometido não fazer aquilo, mas se entregando. No que respondi que eu era um grande mentiroso...

Foi uma tarde intensa e que por mim teria durado até hoje de tão boa. Transa sensível, densa e natural como se a gente se conhecesse a vida toda. Recuperamos as energias quando chegou a noite, então fomos com os meus amigos ao show, o que é sempre emocionante. E depois do espetáculo teve um mini sarau em Casa. Claro que M... curtiu demais. Pra mim eram atividades corriqueiras, mas pra ela tudo era novidade. Certo momento ela pediu coca cola com limão e gelo, porque não agüentava acompanhar-nos nas cervas. Aproveitei pra zoá-la um pouquinho. De madrugada levei M... na casa dos parentes e foi fantástico acordar de manhã com uma surpresa, porque dessa vez ela que me presenteou com uma cartinha de amor que tenho guardada com muito carinho até hoje e que revendo me motivou a contar estas singelas aventuras.

De tarde nos reencontramos e até boa parte da noite rolou o Tradicional Churras Junino da Turma Braba na Casa do Churrasco, uma das Casas Associadas à Casa do Sarau. Tudo decorado com bandeirolas, repleto de iguarias, cervas transbordando e muito quentão. M... não estava acostumada com aquele ritmo de agito e em um momento insistiu em beber coca cola novamente, o que respeitei, mas não sem muitas brincadeiras. Com M... vivi momentos maravilhosos que me deixaram muito feliz, principalmente porque ela havia se integrado com a Turma como se fizesse parte há anos. Nessa época eu descasara e estava novamente numa fase de não ter compromisso. Cada vez estava com uma amiga, mas raramente as levava nos eventos da Turma pelo antigo vínculo da Segunda Musa da Vida. Confesso que M... teria se tornado a Terceira Musa da Vida (classificação especial superior a paixões, namoradas ou aventuras) se o chato do noivo dela não tivesse vindo furioso pra Sampa acabar com a nossa estória de paixão!

No início dos anos oitenta eu escrevi a letra de uma canção chamada Pessoas, onde canto sobre um poeta que não sabe de onde vem a dor que já não sente, mas está dentro dele e descrevo sua agonia pela vida que não encontra ou deixa perder em passageiras, fugazes, líricas pessoas. Pois então, M... acabou sendo mais uma dessas paixões. Chegamos a nos ver outras vezes, continuamos por um período a manter aquele encanto mútuo. Mas fui percebendo que ela estava tentando aos poucos se afastar de mim. Ela tinha que manter o compromisso que estava planejado e começando a ser estruturado. Aconteceu que ao mesmo tempo me surgiu aquela que seria a real Terceira Musa da Vida, a minha maior e mais louca paixão. Então deixei a inesquecível M... ir embora e ela simplesmente desapareceu. E eu não imaginava que também com o meu novo amor a sina continuaria e depois de muitos anos de “caso” também a veria partir. Eu já teria composto Colecionando Partidas... mas essa é outra, muito mais longa e poderosa estória...


Fábio Roberto

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

DO CARNAVAL

Atualmente relacionamento sério de carnaval é o que mais dura: pelo menos quatro dias de paixão eterna!!!

A maior disputa do atual carnaval brasileiro é entre duas enormes escolas: a dos corruptos/corruptores contra a dos delatores/bandidos. No meio de toda essa sujeira e cada vez mais pobre, o povo samba a sua alegria de coração puro, mas anestesiado, embriagado, disperso, alienado e desiludido, ávido por uma vida melhor. Enquanto isso toca aquela bela canção... "quanto riso, oh quanta alegria, mais de mil palhaços no salão..."

A coisa tá tão complicada que escola de samba tem que ter mestre sala-cozinha-dormitório-banheiro!

Detesto o carnaval Pernambucano. Por isso me frevo de raiva!

Eu vou pular carnaval. Vou direto pra páscoa!

Vou parar de falar em carnaval porque vou sair pra jogar no bicho. Ops, falei..

Nem no carnaval o vegetariano "solta a franga"....

Diz que o Dória neste carnaval vai se fantasiar de prefeito!

Eu acho que essa estória de carnaval é só pra desviar o foco da lava-jato!

Pelo que estão fumando neste carnaval já a segunda feira será de cinzas.

Eu sou tão ligado em carnaval que Fantasia pra mim é um belo filme da Disney!

Eu tenho muito samba no pé. O problema é a quantidade de mé...

Sem discriminação, mas quero muitas mu latas de cervejas.

Em Sampa só não vai atrás do trio elétrico quem não pagou a eletropaulo.

Neste carnaval vou colocar meu black bloc na rua.

Carnaval é pra bom leitor. Aquele que não sai do leito.

Situação ímpar é a de quem não arrumar um par no carnaval.

No carnaval um bom cinéfilo faz uma Série de atividades.



Faroberto

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

DEFINIÇÕES


Sede: sensação provocada pela necessidade de beber algo alcoólico e excitante como cervejas, whiskies, vinhos e a mulher amada.

Fome: sentimento de desejo e excitação pela mulher amada, superior ao tesão.

Vício: sentimento de necessidade da mulher amada, superior à saudade.

Tristeza: sentimento dolorido provocado pelo vício não consumado, a fome não satisfeita e a sede não saciada pela mulher amada.

Alegria: sensação agradável que se tem após o ato de ter a sede, a fome e o vício momentaneamente resolvidos com a mulher amada.

Ciúme: quando se pensa que a mulher amada está satisfazendo a sede, a fome e o vício de outrem.

Dor de Corno: sensação desagradável e específica de dor provocada por protuberâncias pontudas denominadas chifres, sentida quando efetivamente a mulher amada sacia a sede, fome e vício de outrem.

Esperteza: qualidade do homem que tem várias mulheres amadas e sempre uma pronta para saciar sua sede, fome e vício.

Inteligência: qualidade do homem que tem várias mulheres amadas, sempre uma pronta para saciar sua sede, fome e vício e, além disso, as deixa completamente apaixonadas.

Safadeza: ato de retribuir o prazer proporcionado pela mulher amada, levando-a ao merecido êxtase de satisfação e pleno prazer.

Sacanagem: é não fazer safadeza com a mulher amada, porque fez antes com outras mulheres amadas no mesmo dia.


Faroberto