quinta-feira, 18 de junho de 2015

Prometeu

Talvez eu morra
nascendo em outro
nessa masmorra
em que me encontro.

Talvez eu viva, 
o que é pior.
Minha saliva
é teu suor.

Agora mesmo
mordem meu olho.
É o vigésimo,
sem monopólio.

Alguém resmunga,
a voz é minha,
e me excomunga
pagão! definha!

É o fim no termo
a-z do ômega.
Nada mais ermo
que meu estômago.

Mal choro a lâmina
que me tritura
meu riso unânime
já me costura.

O que é pior,
pois nunca cessa.
A minha dor 
é uma promessa.

Talvez eu nasça

morrendo em outro
nessa desgraça
em que me encontro.