quinta-feira, 30 de abril de 2015

O transeunte

Aos policiais batendo perguntam o que fazem.

– Estamos aqui pra manter a Ordem.

Aos professores no chão perguntam: por que apanham?

– Representamos o Progresso.

E o transeunte, que devia enfiar o E no meio, apenas vê a cena e pergunta:

– E?



quarta-feira, 29 de abril de 2015

O sonho da Arte

Antônio se deita demônio.
Levanta sacrílego santo.
O sonho se ajeita ao neurônio
e espanta do epílogo o pranto.

Antônio morrer não nos choca.
Melhor dizer: eletrocuta.
Pois inda que imóvel provoca
a quem tenta, mas não o escuta.

Antônio era um disparate.
Talvez um delírio da câmera.
Antônio era um sonho da Arte,
que é o sonho de Antônio Abujamra.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Trigésimo primeiro

Se André Aguirra, efêmero,
Faz das palavras jejum,
Ao menos aceite os números:
Portentosos 31.

Ora um bebê com seu leite
Ora um pirata e seu rum.
Que importa, apenas aceite,
Valorosos trinta e um.

É a idade clímax, é o auge.
Momento igual há nenhum.
Três décadas são um menáge.
Gloriosos 31...

Daqui pra frente, eu sei não.
A vida é célere... zum...
E no futuro serão
Os saudosos trinta e um.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

AO...POEMA AO CAIEIRO

E se um dia, findo o livro que vivo e escrevo
A cada segundo contado
E a cada passo dado
Alguém o ler com os olhos
E não n' alma sentir
Será como visitar o sepulcro
E minha lápide
Chorar os meus restos
E não lembrar de mim

Por isso deixo grafadas essas letras mortas
Pegadas de meus passos
Para que pensem e saibam
Que elas estão mais vivas
E sinceras em meu coração
Que sente e vê do que o horizonte
Mais


Trecho que musiquei do "Poema ao Caieiro", de Leandro Henrique, um dos muitos que gostaria de ter escrito e sinto como se fosse meu.
Fábio Roberto