sexta-feira, 31 de maio de 2013

Inimigo Meu

Que bom, inimigo,
que você não baterá na minha porta.
Isto me conforta
e nunca mais deixará de assim ser.

Que bom, inimigo, não ouvir mais a tua voz
falando em vão meu nome toda hora,
pra todo o mundo,
querendo me pegar na esquina
só porque beijei tua menina.
Agora isso deixará de assim ser.

Que bom, inimigo, que ao soar a campainha
não precisarei tirar a espada da bainha.
A vida deixou de ser uma rinha
e tua mulher passou a ser minha rainha.
Apesar de que isso, nunca deixou de ser.

Adaptando do ditado popular, inimigo,
sem remorso algum te digo:

“Morreu um inimigo meu, antes ele do que eu”

Faroberto

Kibon amigo

Kibon amigo
das horas quentes insuportáveis,
ó inverno empalitado
que lambemos caninamente.

Que bom, Kibon amigo
poder morder-te a pele de geada,
se bem que o efeito estufa de meu hálito
derrete velozmente tuas calotas.

Kibon amigo, que bom
saber que na minha boca 
daqueles sabores que espero
e chegam trazendo frescor
estará o teu, até que venha
a preocupação 
de escovar o dente.




Que bom amigo


Que bom, amigo
Poder saber outra vez que estás comigo
Dizer com certeza outra vez a palavra amigo
Se bem que isso nunca deixou de ser
Que bom, amigo
Poder dizer o teu nome a toda hora
A toda gente
Sentir que tu sabes
Que estou pro que der contigo
Se bem que isso nunca deixou de ser
Que bom, amigo
Saber que na minha porta
A qualquer hora
Uma daquelas pessoas que a gente espera
Que chega trazendo a vida
Será você
Sem preocupação

Milton Nascimento

Me deu vontade de publicar isto, e dai? Pega eu!!!

Letra Ilustrada - Edição 8


quinta-feira, 30 de maio de 2013

Som da manhã clara

Manhã clara envolve ao sol 
Como do ovo a clara à gema.
Assim te envolvo lençol
Assim te envolvo poema.

Manhã clara afasta a lua
Como o ovo à ave expulsa
Assim tu me afastas nua
Minha alma da tua, avulsa.

Manhã clara, só a vida dói
Como um veneno na veia
Infecção na alma do herói
Manhã triste, densa, feia...





Som da Noite Escura

Noite escura acendo os meus faróis.
Não encontro estrelas, luas ou heróis.
Sem poesia resta este silêncio estranho.
Mundo esvaziado, lúgubre, tacanho.

Noite escura apago os meus faróis.
Universos regem os ritmos dos sóis.
Vaga-lumes mortos ainda brilham.
Já não voam e as naturezas maravilham.

Noite escura e nem a morte dói.
Uma melodia invade e corrói.
Nunca mais a esqueço, som de violoncelo.
Era fim da noite, um solo denso e belo.


Fábio Roberto

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Poeta bissexto

Esse é o André, minha gente,
Responde, mas só às vezes.
Outro poema decente
Quem sabe daqui seis meses...

Letra Ilustrada - Edição 6


Duas opção

Um bonequinho de engonço
André se tornou deveras.
É só provocar que o sonso
Se põe a falar besteiras.

Iniciativa? Tem não!
Nunca puxa a brincadeira.
Igual pescoço de cão
Puxado é pela coleira.

Você, duas opção tinha,
Chefe tribo ofereceu,
Mas, indecisa foquinha,
Foi e as duas escolheu...

A gata me a língua lambe
Só ela me aquieta e cala.
Já você, foquinha Bambi,
Quis morrer e quis balala!



Leandro está mais quieto...

que  as páginas em branco frente ao André.
que partitura vazia esperando composição do Jairo.
que grana no bolso do Fábio.
que garrafa de tequila frente a Marili.
que a churrasqueira inativa do Jairo.
que Carlão assumindo compromisso sério com namorada.
que o Batista sem a Turma Braba todo dia no bar.
que o Maracanã quando o Brasil perdeu a copa.
que a Márcia não comparecendo na Tradicional Happy Hour de Sexta.
que peru na véspera de natal.

Faroberto


Enquete

Leandro está em silêncio. Por quê?

a. O gato comeu sua língua.
b. A foca comeu sua língua.
c. A foca o comeu.
d. Virou Leandré.
e. Todas anteriores.

André

terça-feira, 28 de maio de 2013

Fênix

André é um cara que reage somente no último segundo da prorrogação. Detesta pênaltis. Pensa ser Muhammad Ali absorvendo golpes e se machuca esperando o momento de desferir um direto. No futebol André fica na “banheira” esperando a bola quicar na sua frente sem zagueiros e, feito um Romário, faz gol de bico, mas com classe. Na luta André é o cara que apanha cinco rounds inteiros para tentar finalizar o oponente com uma chave de braço antes de soar o gongo. André sempre sai muito machucado, leva meses para se recuperar. Ele é praticamente um kamikase, um masoquista, uma mulher de malandro que gosta de apanhar. O problema dele é que eu gosto de bater.


Faroberto

Maca a cada

Macaco velho da bola azul
O líder do bando, costa prateada 
Da cara feia da bunda assada
Comedor de carniça feito urubu
Mal humorado, pança babada
Machão tem medo da namorada

Macaquinho novo saiu do ovo
Do ovo azul do pai macaco
Neném primata se diz o tal
Já ta mais velho que neandertal
Come cigarro arrota cinza
Como esse jovem ta velho ranzinza!

Um velho ranzinza
Outro jovem velho ranzinza
Brigam de noite porque dormem de dia
Se esbofeta e lembra que existo
Saibam disso ceis dois, eu insisto
Não parece pai e filho, e sim mãe e filha!

André

Saudades

A dor de Leandro viver sem o André o fará trocar de nome para Leandré.

André

Energia ABC

André de uns tempos pra cá está muito abc'tado!

Energia C

Lema de André: O último a sair apague a própria luz.

Energia 16

André largou o piano porque não encontrou teclas Ctrlx, Ctrlz...

Faroberto

Energia 15

Para o André todo Ditado é Impopular.

Faroberto

Energia 14

André sempre falou: escrever? um dia eu me Livro disso!

Faroberto

Energia 13

Não é que o André está quieto. Ele é um boneco de pano e o Jairo o seu ventriloquista.

Faroberto


Energia B

André em relação a energia é igual Fábio em relação a grana e Jairo a culhão; não tem.

Energia 12

André desistiu da matrícula no MBA: tinha que preencher uma ficha!

Faroberto

Energia 11

André está tomando muita vitamina A: A...morfo.

Faroberto

Energia 10

André trocou a literatura pelo esporte: agora ele...nada!

Faroberto

Energia 9

É que André é especialista em TI: Terminou Inspiração.

Faroberto

Energia A

É injusto dizer que André está sem energia. Vocês não sabem o esforço que ele faz para imitar o Jairo ultimamente!

Energia 8

O André arrumou emprego novo só para sair de férias literárias.


Faroberto

Energia 7

Na verdade o André é uma bacia de petróleo numa camada inacessível de pré-sal.


Faroberto

Energia 6

Não se deve dizer que André está com preguiça de escrever, pois num último esforço ele assina embaixo.


Faroberto

Energia 5

Tradução de M.M.A. para André: artes marciais malemolentes.

Faroberto

Energia 4

O André está tão suave que não bebe mais Red Bull, toma Pink Bull.

Faroberto

Energia 3

O André trocou seu pit bull por um pit stop.

Faroberto

Energia 2

O André é o inverso do Popeye. Deixou o espinafre para ser espinafrado.

Faroberto

Valores

Meu amor, eu sei que estou acima do peso, do dólar, do euro, do real...

Energia

O André parecia um cara muito ligado, mas era só fogo de pilha.

Faroberto

Letra Ilustrada - Edição 5


COMUNICATION

Agora que não tem mais Msn, meu amor, espero que você não Skype de mim!

Faroberto

sábado, 25 de maio de 2013

Letra Ilustrada - Edição 4


Pequena História de um Infinito Amor

Quando as nossas almas se tocam,
os corações cansados ficam iluminados.
Que paixão é essa que renasce após as tempestades
como se as idades perdurassem além do tempo?
Feito uma saudade que não existe,
nó já desatado, assunto resolvido, verso do passado.
Nem o futuro assusta o passo que há de vir.

A nossa febre não amaina.
Fome insaciável e voraz.
Cada instante é o primeiro
e o único que temos pra viver.
E viveremos felizes para sempre
em nossa história: era uma vez...


Fábio Roberto

Das Questões

Quando a mulher tira o vestido ele não deveria mudar o nome para despido?

Faroberto

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Zoo

Zoar André não tem graça,
Tanto quanto ir ao Zoo.
No entanto, faça o que faça,
Gosto de animais e os zoo.

Todo animal é engraçado
Embora de escrita não entenda
Animal que for letrado
Só se for boi de fazenda.


Lembre, André, que é capaz,
E jamais se subestime.
Faça jus aos animais

Então, ô animal, se anime!

A SAUDADE


De fazer sexo André desacostumou.
Implorou umas aulinhas pro Barbosa.
Com veemência explica:- não desabrochou!
Por enquanto a transa só está na prosa.

Criar poemas André desacostumou.
Para o Leandro ele pediu algumas dicas.
Foi de repente que o seu fogo apagou.
Frente ao papel em branco sua em bicas.

Beber cerveja André desacostumou.
Ligou pro Fábio perguntando o que fazer.
Tentou um gole, só com o aroma vomitou.
Da Turma Braba ele passou a se esconder.

Tocar piano André já desacostumou.
Faltou na aula, nem falou com o Didi.
Envergonhou-se porque nada harmonizou.
E ainda fingiu que não estava nem aí.

Dar gargalhadas André desacostumou.
É que do Jairo não se aguenta de saudade.
Por causa disso de tudo se eclipsou.
Cabelos brancos. André trocou de identidade.

Faroberto

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Manual do poema (para o engenheiro André)

Rasgue a embalagem, abra a cabeça.
Pegue o alfabeto, que já vem incluso,
Destaque algumas letras, umedeça
Com suor, lágrimas até que enlouqueça.
Pra ligar uma palavra a outra use parafuso.

Encaixe o feixe de palavras noutro feixe
Até formar um conjunto. Espere secar.
Após dez minutos em descanso, deixe
Ao sol; depois de quinze, troque o eixo:
Está pronto o poema, basta assinar!




sexta-feira, 3 de maio de 2013

MAIS UMA LETRA...


Coração cansa de amar e bater sem nunca parar.
Toda paixão é fogo e todo fogo pode apagar.

Cada um tem seu problema,
Dia a dia, um poema.
Vento que levanta a saia,
Nem reluta, nem ensaia,
Trás a chuva passageira,
Molha flores, brincadeira.
Quando o sorriso se fecha?
Quando o alvo atinge a flecha.

Coração cansa de amar e bater sem nunca parar.
Toda paixão é fogo e todo fogo pode apagar.

Não há luta, não há briga,
Simplesmente a vida obriga,
A seguir caminho inverso.
Não me siga, eu te peço,
Cada um tem sua sina,
Cedo ou tarde a vida atina.
A canção fique pra ontem,
As histórias que nos contem.

Coração cansa de amar e bater sem nunca parar.
Toda paixão é fogo e todo fogo pode apagar.

Fábio Roberto

Poeta vivo. Poeta vivo?

Pobre André, andrógino,
Da poesia perdeu a roupa.
Seu verso agora foge nu.
Pra vesti-lo nem estopa!

Pobre André, andrajoso,
Quando veste, veste trapo
Em seu verso. O curioso
É que era bom de papo...

Não faz jus aos de Andrade:
Mário, Drummond, que são
Poetas de fato, de verdade.

Pois não precisa ser um gênio
Para ser poeta, nem de inspiração.
Só precisa de pulmões. E oxigênio...

ANDRÉ SEM FAZER POEMAS


Quando da happy hour André declina,
é porque poema novo ele não fez.
Fica parado feito poste na esquina,
com o tablet em branco outra vez.

Ele tenta, tenta e não consegue.
Qualquer frase soa tosca, desconexa.
Até no dicionário ele persegue
as palavras, numa solidão perplexa.

Adormece em plena hora do batente.
Sonha com o Jairo gargalhando,
gritando que ele é incompetente
e até no sexo parece estar falhando.

O coitado acorda trêmulo, assustado,
com medo de não mais fazer um verso.
Poema passa a ser cheque sustado.
Chora esse castigo tão perverso.

Alucina e sai correndo do escritório,
pra impedir que o documento vá a protesto.
Invadindo a sala nobre do cartório,
vomita um kibe, almoço indigesto.

Começa a recitar feito um insano,
rimando como fosse João Cabral.
Levita, pensa ser um aeroplano,
e o internam como um mero anormal.


Faroberto

SUÍTE


Sou cara calmo, zen, cordato,
até quando Alguém me irrite.
Momento que faço o distrato,
do Alguém, sem que me excite,
com meu mundo e nem maltrato
a pessoa. Mando eu em minha suíte.

Faroberto