sábado, 29 de dezembro de 2012

Dança

Dois pés não podem ocupar o mesmo espaço. Onde pisa um o outro pisa em cima.

PUNÇÃO

Quando um está tão dentro do outro que só sai de lá forçado.

faroberto

Unção

Quando casam dois são um. Quando separam unção dois.

JUNÇÃO

Dois corpos apaixonados podem ocupar o mesmo lugar no espaço.

faroberto

domingo, 23 de dezembro de 2012

REENTRADA NA ATMOSFERA ou FELIZ NATAL


Depois de duas semanas de árduo trabalho, folgo para a vida. Prestes a comemorar a Festa de Natal, parei uns instantes para pensar na simbologia disso tudo; tirando os presentes, as comidas, as obrigações, esse momento serve antes de tudo para agregar. Sim. É no Natal que ligamos para quem quase nunca vemos, ficamos mais suaves, doces e suscetíveis.

Recebemos ontem a visita de um amigo de infância, desde que nos casamos ele sempre vem, sempre, perto do Natal trazer um panetone para nós, especialmente para o amigo, é claro. Nesses vinte anos, sem falhar nenhum. Há nesse ato simbólico todo o resgate possível.  Vemos-nos apenas uma vez ao ano, as crianças crescendo de ano em ano, e uma amizade ligada pelo fio do Natal.

Engraçado ou não, nesse ano especialmente, não sei se por estar mais velha, mais cansada, mais suscetível, esse ato tocou-me profundamente; pela fidelidade, pelo carinho sem cobrança, por toda dedicação, enfim pela personificação da Amizade. Natal, portanto, nos serve, além de outras coisas, para lembrar-nos de que somos humanos, ainda bem.

Um ótimo Natal para você!
Marili

sábado, 22 de dezembro de 2012

Jairo

Eu sempre admirei muito o Jairo. Mas ultimamente eu estou com muito audio dele. *


* pronunciar 'audio' em inglês

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Para Não Carnívoros

Diz que fizeram uma rede social só para vegetarianos: alfacebook!

faroberto

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Ciclo

Latidos dos cães incomodam os humanos,
que soltam rojões que incomodam os cães
que lambem, rolam e abanam rabo aos humanos
que acarinham, amam e alimentam os cães,
que alimentados fazem cocô em que pisam os humanos,
que dão bronca, xingam e põem de castigo os cães,
que depois de alguns anos morrem e deixam o humano
com saudade das lambidas, dos latidos e cocôs do cão,
cuja tristeza maior é não poder roer o próprio osso.

Lê 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Zabumba de Cinco

Cem anos eu faria
To na tumba, mas não meu legado
Levada de cinco na zabumba
Recentemente experimentado

Cara branca e minha marrom
Sorriso conhecido, não deixa mágoa
Acompanho piano com humilde acordeon
Dave Brubeck e eu, Luiz Gonzaga

André

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Noite alta.
Nem lua, nem estrelas
Somente sede
e olhos vermelhos

Noite alta
Nenhum ruído
O silêncio é uma faca
Somente a sede.

Noite alta.
Olhos vermelhos
Um violão começa a grunhir
E a sede

Noite alta
Olhos vermelhos
Grunhidos
O Fábio é o Vampiro!

Jairo Medeiros

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Músicas

Eu enfado com canções portuguesas.

faroberto

FESTAS

BarTENDER não gosta de PERU.

faroberto

Deus sabe o que não faz.

faroberto

Tempo

Muito tarde para dormir e cedo para acordar. Melhor continuar sonhando.

faroberto

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

VELEIRO II

Vinham, André e Leandro, olhando o mar na escuridão. Perguntas sem respostas, palavras na maresia. Quando, de súbito, viram aproximando-se uma enorme vela. Pararam para observar a chegada do grande veleiro. quando estavam mais ou menos a 100 metros, puderam certificar que não era nem vela, nem veleiro. Era o Jairo. Mas não era o nariz (nem o chifre), viu?

domingo, 9 de dezembro de 2012

Veleiro


Horizonte longínquo, uma vela navegava no oceano, observada pelos poetas Leandro e André. Uma cena comum para qualquer pessoa, menos para pessoas tão sensíveis. A vela subia e descia imponente pelas ondas, de forma que não era possível para eles desligarem-se de imagem tão marcante. Foi então que a vela foi se aproximando e crescendo, aproximando e crescendo muito. Quando a vela, já enorme, estava a 500 metros da terra firme, perceberam que não era vela e sim o nariz do Jairo, amigo que boiava placidamente meditando nas águas do mar...

faroberto

Escafandro

Jairo praticava mergulho quando colocou só o nariz na superfície. Foi pânico geral na praia: tubarão! tubarão!

faroberto

Surto na Praia

Aconteceu com André quando a Celi na farmácia pediu um fio dental.

faroberto

Confiança


Claro que Leandro e André não ficaram com ciúmes dos biquínis das amadas. Elas estavam de burca!

faroberto

Músico

Foi tocante ver Leandro à beira-mar catando conchinhas acústicas.

faroberto

Gourmet

André ficou muito bravo na praia na hora do almoço. Queria peixe e serviram porquinho!

faroberto

Como pode um peixe vivo...

Leandro no mar é um peixe fora d'água.

faroberto

Salva-Vidas

André fez a maior onda para entrar no mar.

faroberto

CASH


Leandro foi pra praia e se negou a emitir cheques. Tem medo de borrachudos.   

faroberto

MARESIA

André foi pra praia foca e voltou camarão.

faroberto

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Opiniões

Tem gente que acha difícil escrever prefacio.

faroberto

Bastardo

Um sacana que é filho de musicista sacana é um filho da pauta.


By FR e Lê

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Adolescência x Velhice

[jovem]
Vai furar mais uma fila
Bebedor de clorofila
Porta-voz dos vegetais
Desse mês não passa mais

[idoso]
A idade pesa na orelha
Eu sou lobo e não ovelha
Mas minha carcaça velha
Inda guenta um mês mais
Se hoje eu tô muito cinza
Se acordei todo ranzinza
É pra não dormir jamais

[jovem]
Se não paga mais transporte
Tá com um pézinho na morte
E o outro pézinho atrás
Só vive me dando esporro
Se fico parado ou corro
Se calo ou falo demais
Só destila rabugice
Fala mal té dos meus pirce
Das tatoos e meus blue-eyes

[idoso]
Pensa que eu tô muito mal
Que eu tô gagá, o escambau!
Você não sabe, ô rapaz:
Tudo que vivi transborda
Da cuca desse calhorda
Pois não cabe nada mais
Saco cheio, cuca cheia
Meia bomba, sombra-e-meia
Tô assíduo em hospitais

[jovem]
Não escuta, passa mal
Comedor de bacalhau
Anda só na contra mão
Caga mole, peida e foge
Não lembra que dia é hoje
Com a visita do alemão

[idoso]
Já você, embora jovem,
Tá mais surdo que Beethoven
No finzinho dos finais
Tá mais cego que Tirésias
Você tem mais amnésias
Que todos peixes mundiais

[jovem]
Repete tudo dez vezes
Só te dou mais alguns meses
Já tá pra lá dos Bagdás
Ô velhinho, que vexame,
Vá pras tumba e se embalsame
Junto com seus ancestrais.

[idoso]
Você não veio do barro
Veio do burro, ô bizarro,
Não leu da placa os sinais
Que dão, por leis federais,
Préstimos preferenciais
A pessoas especiais
Gestante, etcétera e tais
Que como eu, ademais,
Têm tantos uis, tantos ais
Quanto um desfile de vogais
Cê quer saber o que faz?
Vá tomar nos seus anais
Seu filhinho de papais!

André e Lê

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Sou

Durmo tarde e acordo cedo.
Vivo cedo e morro tarde.
Confiante durmo, acordo covarde.
Mato-me corajoso, mas vivo medo.

Morro coragens e medonho vivo.
Cedo sonambulismos e retardo o sono. 
Sequestrador, sou o meu cativo.
Sou meu escravo, sou meu dono.


Dureza


Falei para o Jairo que ele tem um coração de ouro e ele saiu correndo para a loja de penhores...

faroberto

Crença


Duendes não acreditam em Enriques!

faroberto

Beabá

Marili me ensinou o beabá. Por isso é que fiquei assim, meio beabado.

Humanas


Enrique é físico, mas sempre rolou química entre ele e Marili.

faroberto

Chuveiro


Enrique tem muita resistência para beber. O problema é que resistência cedo ou tarde queima.

faroberto

Tônico

Uma aula com Enrique já faz nascer barbas em seu pensamento.

Quantum

Enrique aprendeu a beber cerveja com a turma braba. Mas a questão dele sempre foi apenas saber quânticos litros ele aguenta!

Texto


O Enrique não gosta de texto com má...temática.

faroberto

Fatos verídicos

Enrique é sedentário? Quero ver alguém fazer mais exercício físico que ele.

ps: e ainda por cima andar de bicicleta fumando cachimbo carregando 5 livros debaixo do sovaco.

Outras Linhas


Enrique escreve em Marilinhas.

faroberto

Galão

André-Celi não me convidou ao seu casamento. Ainda bem, senão eu ia ter que cantar de gala.

LINHAS


André cantou de galo ao escrever algumas galinhas.

faroberto

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

De certo 2

Leandro escreve bêbado por linhas bounce*.

André

*O que é bounce?
Pergunte pro Jairo.

De certo

Fábio escreve torto por linhas bêbadas.

André

Diz que trabalha

Trabaleandro?
Que se fonta!

André

André, o ecológico

Preocupado com os desmatamentos das florestas mundiais, André, o ex-critor, aboliu o papel de sua vida. Depois, antecipando às complicações de energia que no futuro irromperão, absteve-se até do próprio iPad. 
Mas não se preocupem! Nada está perdido. Há indícios de que André está aprimorando a escrita telepática!

APOIO


Jairo, maxi experiente em abster-se de escrever e virar saco de pancadas nos Poemas Brabos, manifesta amplo, geral e irrestrito apoio ao André neste momento difícil. Para provar isso está convidando o amigo para a não realização de uma composição, parceria que não existindo ficará para sempre assim registrada em nosso esquecimento.

faroberto

Provérbio sem verbo

André certo por linhas tortas.

(Frase desconexa, mas tem sentido, já que André parece que não escreve mais.)

Artes Marciais

Protege aos poetas 
(cujas canções indefesas) 
a tua voz faixa-preta! 


* Para Márcia Salomon, cujo próximo lindo CD (MINHA TRIBO) é composto de algumas canções de autoria de Fábio Roberto e deste que vos escreve.


Futebol Arte

Não convidem André para um jogo de futebol. Vai que sem querer ele faz um gol de letra,,,

faroberto

Em Cheque


André está tão sem inspiração para escrever que nem cheque está assinando.

faroberto

Nos dias improfícuos

Não estranhem o fato de André não conseguir escrever nada ultimamente. Parece que a rinite acabou com sua inspiração.

Avaliação

Sou a favor de exames, trabalhos, lição de casa e provas de avaliação no ensino musical. Nada mais justo para o musicista do que se esforçar para ganhar uma nota.

Elasticidade do aúúúúú

Cão de borracha látex pra lua.

Haicai de aú

Cão que morde a própria língua
mertiolate a noite inteira
enquanto a lua míngua.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Escárnio

Enquanto outro se matava de trabalhar, aposentadoria.

faroberto


NAS NOITES POÉTICAS


Não estranhem se nessa noite houver confusão. Apenas ...Fábio e Leandro fazendo uma composição.
Marili

NAS NOITES DE CRIAÇÃO

Quando faz poesia o André diz que está trabaleandro.

faroberto

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

INSONIA

O Simão não dorme porque o Jairo fica fazendo acorde.

faroberto

PERGUNTELHAS

Jogador de futebol dá caneta para jogar na linha?

faroberto

Nas Horas de Dormir


Só uma pessoa Sarah a insonia do Leandro.

faroberto


Nas Horas de Lazer


Jairo é um workalcoolic.

faroberto

Nas Horas de Descanso

André é tão atleta que quando chega em casa logo veste polichinelos.

faroberto

domingo, 25 de novembro de 2012

Nas horas de rachar a conta

Não estranhem. Juro que aprendo a dividir quando encontrar um meio de ficar rico.

Nos dias úteis

Não estranhem se André, Napoleão moderno, agitar virtualmente a turma braba para um churras na casa do Jairo. Pare ele, os afins justificam os e-mails.


Nos Dias Escuros


Não estranhem Marili sempre à meia-luz. É que ela detesta o espocar dos flashs.

faroberto

Nos Dias de Outrora


Não estranhem se o Jairo aparecer com meio-nariz. Provavelmente colocou a outra metade onde não deve...

faroberto

Nas Noites Que Não Acabam


Não estranhem se o Leandro uivar à meia-noite. É apenas ansiedade pelo resto da noite.

faroberto

Nos dias de solidão

Não estranhem se o Fábio disser que não acredita em alma gêmea. Para ele, cara-metade é um conceito meia-boca.

NOS DIAS DO FUTURO


Não estranhem se André disser que está na meia-idade. É que ele quer se ajustar a uma possível calvície precoce.

faroberto

NOS DIAS DE FRIO


Não estranhem se o Leandro proferir meias-palavras. Ele as veste para aquecer seus textos.

faroberto

sábado, 24 de novembro de 2012

Nos dias de calor

Não estranhem se o Fábio disser que está usando meia-calça. Para ele, bermuda é uma calça pela metade.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O RELÓGIO E A BÚSSOLA


Relógio lembra quando deu
(foi numa tarde, precisamente às 15 horas)
o primeiro beijo em Bússola;
só não sabe onde.

Bússola sabe com exatidão 
onde foi (num parque da zona Sul) 
que beijou o tímido Relógio;
só não lembra quando.

Espaço e Tempo se fundem
no momento em que Bússola
se afunda, se afunila, 
se afoga e se afaga em Relógio;
assim sabem que existem mesmo
só não sabem como.

Tempo e Espaço se exp'rimentam
na direção em que Relógio
se transforma, se deita,
se ajeita e se aproveita de Bússola;
assim lembram que existem mesmo 
só não conseguem lembrar por quê.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Sulfite *


Que seria de sulfite sem grafite?
Haveria mente em que Nietzsche habite?
Felicidade não se omite
Nem gol que não se grite
Namore, beije, fite
Tenha um amor que não imite
Não leve nada, termine a vida quite
Beba, chore, grite, pite
Nessa vida coisa boa não tem limite


André

*Resposta à postagem da Marili no Face.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

AO... POEMA AO CAEIRO



E se um dia, findo o livro que vivo e escrevo
A cada segundo contado
E a cada passo dado
Alguém o ler com os olhos
E não n' alma sentir
Será como visitar o sepulcro
E minha lápide
Chorar os meus restos
E não lembrar de mim

Por isso deixo grafadas essas letras mortas
Pegadas de meus passos
Para que pensem e saibam
Que elas estão mais vivas
E sinceras em meu coração
Que sente e vê do que o horizonte
Mais

Leandro Henrique


Ps.: trecho que ousadamente musiquei de "Poema Ao Caeiro" . 
Não preciso explicar.
fÁBIO rOBERTO

sábado, 3 de novembro de 2012

Samba de uma Coca só


Já tomei muita caninha, muito vinho, muito chá
Tomei chá de erva daninha, uísque junto ao guaraná
Já sofri a consequência de ressaca e bafafá
Ao beber álcool zulu com yakult no Amapá

Quanta gente existe por aí que bebe um pouco e já desaba,
num guenta nada
Já me utilizei de quase tudo que é bebida destilada, 
não sobrou nada

Mas pedir aquela Coca foi o cúmulo, pois é
Um golinho fez a foca nunca mais ficar de pé
E quem quer licor, batida, breja, pinga, rum, gim, mé
Evite o alô-diabo: "Coca-cola, aqui? Jamé!" 


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Samba de uma foca só


Já comi muita sardinha contra uma foca só
Ostras brotarão no mar, catacrase é uma dó
Resta outra abstinência que acabo de bater
Como toda abstinência Maquiavel eu voltei

Certamente insiste por aqui quebrar encanto e diz que é braba, é quase nada.
Já que culminei todas as pragas no sarau não rolou nada, não deu em nada

Terminei a minha cota, como volto a escrever
Vou te dar uma canhota, sempre a postos pra você
E quem quer levar canhota, rela em mim toma sem dó
Se tá sem vê se apruma, contra uma foca só

André

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

SAUDADE

Quando
se olha ao espelho
colhe a última
escreve a final linha
perde o sapato
empresta o livro
quebra a vitrola
fica sem ver
não cabe mais
não toca
já lembra doído
já sonha com aquilo
sente
não sente
ressente
tempo vivido
morte parida
cheiro, muito cheiro, muito cheiro...

MARILI DEPOIS DAS DOSAGENS CERTAS DE BESTEIROL!

BULTIBROMETO DE ESCAPOLAMINA (BRABOL)

Remedinho receitado para combater as cólicas raivosas do André quando acessa Poemas Brabos.

faroberto

NOCOL

Remédio que Fábio e Leandro devem tomar sem falta três vezes ao dia.
Indicado para tratamento de naumeirrite aguda!

André

A COMISSÃO DE ANDRÉ


Foca foi paga pra ficar quieta
e mui bem paga: em cash!
(não em sardinha ou peixe)
Por que se afasta, se ejeta?
Aceita de bom grado o suborno?
Não sacode, não se mexe.
Não restarta, não reseta.
Deixou assim de ser poeta
para ser só mais um morno?

André tornou-se um biônico?
Seu cérebro eletrônico deu tilt?
Apertou o botão mute?
Virou asceta ou maçônico?
Está passando por transtorno?
Ou se menospreza, humilde?
Está em estado crônico?
Escrevo esse poema irônico
enquanto aguardo seu retorno.


A omissão de André

André tirou time de campo
Pendurou suas chuteiras
Pegou gripe, sarampo
Não passou nas peneiras

Não passou no anti-doping
Não joga mais nesse time
Foi passear no shopping
De palavras faz regime

André agora é omisso
Tomou chá de sumiço
Transformou-se em caramujo 

André, outrora Aguirra
Não mais He-man, hoje She-ha
Vulgo André Araújo.

FORMOL

Remedinho que o Fábio precisa tomar para aguentar ficar acordado lendo e escrevendo bobagens.

faroberto

Cachecol

Remedinho que Fábio toma para conter sua frieza.

LENÇOL

Remedinho que o Leandro precisa tomar para acordar cedo.

faroberto

SOL

Remedinho que o Carlão está tomando.

faroberto

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Empregadores


O empregador estava exaurido. As mãos dele, como uma balança, pesavam qualidades, capacidades.
Estava farto de ver que nas linhas de suas mãos se costuravam destinos alheios, nunca o seu.
Rejeitava esse, admitia aquele, mas na vida ninguém nunca o escolheu, nem como confidente, nem como saco de pancadas, nem para banco de pelada de várzea. 
No ancoradouro daquele RH sua vida pendia, ele era o cais de barcos aventureiros, piratas sorridentes, mas nunca conhecera o mar de fato.
Como conseguiu aquele emprego nem ele se lembra, parece que esteve sempre ali, parece que nunca ali esteve. Aquele emprego era a um só tempo útero e lápide onde ele se demorava, indeciso.
De repente entrou um rapaz novinho cheirando ainda a adolescência: seu olho feito agulha já foi logo pinicando as mãos do empregador; queria o primeiro emprego. 
Num átimo o empregador se descolou de si, feito sombra pegou suas próprias mãos e descosturou linha por linha os destinos que nele estavam bordados. Com a palma lisa, branca, virgem, cumprimentou o assustado rapaz dizendo 'toma, o emprego é seu'. 

E saiu-se por aí afora, sombra sem corpo, livre, como uma imagem que escapasse da fotografia.

BESTEIROL

Remedinho que a Marilí está tomando para voltar aos Poemas Brabos.

faroberto

SIMANCOL

Remedinho que o Sidnei tomou para desaparecer dos Poemas Brabos.

faroberto

BROCHOL

Remedinho que o Jairo está tomando para nem acessar os Poemas Brabos.

faroberto

SOSSEGOL

É o remedinho que o André está tomando para se livrar de provocações.

faroberto

PREGADORES


O pregador estava velho. Sua madeira amolecida quase se desmilinguia sozinha. A presilha enferrujada praticamente já não permitia que ele se sustentasse no varal. Era um esforço hercúleo. E ficava ali abandonado, sujeito às intempéries, sem prender uma calcinha, uma cueca, uma simples meia furada.
Foi então que ele olhou pra cima e viu uma luz. A luz sempre estivera ali, mas ele nunca tinha notado.
Subitamente dessa energia retumbou uma voz grave, instigante e gutural que lhe falou: cumpra a sua missão!
Imediatamente, tomado pela emoção, desprendeu-se do varal e espatifou-se no chão.
Dolorido mas tomado por uma força sobrecoisa, já que não era humano, juntou os seus restos e passou a pregar palavras.


Tornou-se o mais rico, influente e respeitado pregador que já se conheceu.


fÁBIO rOBERTO

Depredadores (paródia)

O muro vivia rodeado de putas e depredadores que tinha que escorar.
Sempre algum pichador mais ousado lhe borrava a ex-tinta coloração, como um cão marcando território. As putas abaixavam as calcinhas (as que as usavam) e espirravam urina sobre a ainda fresca tinta de spray. 
Fora isso era um muro inútil, monótono, sem função, não separava casas, não protegia quintais, ninguém pulava o muro: era só passar por um dos lados abertos. Só escorava as putinhas (a quem nunca experimentara, mas sempre o sonhara) e servia de caligrafia ou sparring aos depredadores.
Até que um dia a sífilis levou a última ninfetinha embora, e a pneumonia levou o último vândalo.
O muro adoeceu, amoleceu, tijolos esfarelaram ao sol, a base ruiu, veio abaixo.

Nesse exato instante se separou de si. 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

PREDADORES


O espantalho vivia rodeado de frutas e dos predadores que tinha que espantar.
Mas sempre um predador mais ousado rompia limites e roubava algo do que ele tinha que proteger.
Não entendia o fracasso.
Ficava ali estático, firme, dedicado, de braços abertos cumprindo a sua função sem questionar.
Nem uma frutinha sequer já experimentara.
Até que certo dia os predadores levaram a última preciosidade do terreno.
Estava tudo acabado. Frutas, função, firmeza, dedicação, razão de viver.
Desapareceram os predadores e até o sol sumiu, o que não justificava mais nem usar o seu chapéu de espantalho.
Mergulhou em profunda depressão, sem saber pra onde ir ou fincar.
Entristeceu uma dor imensa, pensou que ela nunca mais iria passar.
Exausto e sem futuro, finalmente abaixou os braços.

Nesse exato momento espantou a tristeza.


fÁBIO rOBERTO

Aviso geral

Informo ao público em geral que neste corrente mês os funcionários desse bológue estão em ciclo de baixa produtividade devido a corte de verbos.

Alegam outros que a ausência de postagens não passa de uma homenagem ao Jairo, aniversariante do mês que vem não longe.

Outras fontes afirmam apenas que


terça-feira, 23 de outubro de 2012

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Filosofando em uma tarde qualquer


Filósofo 1:
- As mulheres mandam em nossa vida, essa é a primeira verdade das leis imutáveis de todos os tempos! 

Filósofo 2:
- Newton elaborou a lei da Gravidade por causa da maçã que Eva comeu no Éden, diante da gravidade do assunto. Por causa dela, Adão foi expulso de lá. Ou seja a mulher manda nos destinos do homem desde os primórdios.

Filósofo 1:
- Na verdade Newton se equivocou no nome da lei que deveria se chamar Lei da Gravidez

Filósofo 2:
- Uma outra lei ainda, mas aí acho que foi Einstein, ou não? É de que um corpo tende a permanecer em repouso no sofá até que a esposa nos mande sair dali.
Inclusive Salvador corria perigo se não saísse Dalí.

Filósofo 1:
- Essa ainda é Newton.
A do Einstein é da relatividade, ou seja, não importa o ponto de vista elas ainda vão achar que é relativo à loira.

Filósofo 2:
- Então, ainda segundo Newton, as mulheres creem que as espécies evoluem pela seleção. Exceto quando assistimos a um jogo do Brasil. 

Filósofo 1:
- Aliás, Darwin foi o que disse que o universo se resume a uma casca de nós, daí que surgiu a primeira lei do casório. 

Filósofo 2:
- E Galileu que disse que após o casamento dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, nem no universo.



André e Lê.... Filosofando

Se Poemas-Brabos! fosse um país

Fábio seria o ex-presidente;
Ex porque Marili, da oposição, organizou o impeachment.
André seria o PIB, 
Eu, um patriota, 
Marcia e Sarah seriam turistas,
Sidnei, um imigrante clandestino
E Jairo estaria em exílio.

MEDIDAS

Abraçar o mundo é impossível quando ele é pequeno para braços longos.

fÁBIO rOBERTO

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Tal pai, tal filho


Embêbado em colostro
Em peito madre chora
De outubro medo a gosto
Em puta madre ora

Manhã em merda fralda pesa
Noite o mimo afoga em riso
Caimbra em perna afasta resa
Coiote o uivo afoga em mijo

Será que aguenta o tal coruja?
Será que enfrenta o dito cujo?
Se correr o bicho caga
Se eficaz o bicho suja

André

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Informações úteis no feriado

Veja o que abre e fecha no feriado de 12 de Outubro:

PERNAS: há que se examinar bem a flexibilidade, e dos horários.

OLHOS: alguns olhos abrirão durante o dia e fecharão à noite. Olhos 24h abertos, só de peixes e insones.    

PORTAS/JANELAS: algumas portas estarão fechadas; recomenda-se, nesse caso, entrar pela janela. Não havendo essa possibilidade, a sugestão é de que se fique do lado de fora mesmo.

BOCAS: abrirão na hora de falar mal e fecharão na hora de falar bem.

TEMPO: (clima) o tempo abre, mas o sol sai na quinta para nunca mais voltar pelo menos até segunda. 

ASPAS: se bem usadas, abrirão e fecharão. 

GUARDA-CHUVA: é uma flor que só abre com chuva.

ZÍPERES: é previsto que alguns zíperes não abram na hora das necessidades. Nesse caso o ideal é fazer nas calças mesmo. 

Polêmica noturna

No calendário existem algumas datas comemorativas.
Pra mim tanto faz, singular ou plural, mas, qual é o termo comum?

Dia das Crianças ou Dia da Criança?
Dia das Mães ou Dia da Mãe?
Dia dos Pais ou Dia do Pai?

ps: valendo uma Erdinger.

DIA 12²

Dia 12 é dia da Noite, porque dizem que a Noite é uma Criança.

faroberto

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Dia 12

A criança que há em mim já está velha
Está um tanto enferrujada, soterrada
Desbotada, desbocada, abandonada
A criança que há em mim é uma pentelha
Sobrancelha franzida, cara fechada
Maleducada, malagradecida, mimada *

Já nem lhe dou bola, quanto mais raquete!
O ping-pong que jogo hoje é só comigo
A criança que há em mim vai de castigo
Já nem lhe dou uma trela, quanto mais sete!
Essa criança em mim é um ser tão antigo
Que ainda pende um cordão de seu umbigo

Na verdade, não mais lamento pela criança
Que há em mim e não mais fede nem cheira **
Apenas sinto falta daquela brincadeira...
No entanto vejo, enquanto idade avança,
O velho que há em mim crescer por osmose
E é pra ele que vou dedicar esse dia doze.



* Eu era uma criança chata, anti-social, insuportável.
** Não gostava de tomar banho.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Soneto cinzento

Não só de métrica vivem poemas
Nem só de liberdades um escravo.
Mui menos de Bilac vive Olavo,
Que tinha seu fetiche por algemas.

Não só às claras vivem do ovo as gemas,
Tampouco ricos sem nenhum centavo.
Nem um artista vive só de Bravo! 
Nem vive amor só de telefonemas.

Não vive uma velhice que jejua   
Nem uma infância sem a guloseima,
Pois ambas desse modo são ranzinzas.

Quem dera a poesia fosse lua
Iluminando a noite enquanto queima.
Mas todas as palavras tornam cinzas...