quinta-feira, 29 de junho de 2017

DEVANEIOS


A DOR
Qual é o caminho da vida quando a vida é qualquer caminho
E tudo o que espera é andar sem destino?

Eu belisco o teu corpo no sonho para saber se eu estou vivendo
Se te doer eu estou vivo
Se não te doer eu continuo sonhando

Só me importava viver se você continuasse viva em meu sonho
Até em sonho a saudade era dolorida
Tristeza é não mais sentir essa dor

Qual será o caminho da vida quando o sonho for qualquer caminho?


PÁTRIA
Qual é o teu país?
Andar a esmo?
Elevar-se ao extremo?
Amar a rodo?
Apaixonar-se todo?
Talvez ser feliz


C’EST LA VIE
A morte é para quem vive.
A vida é para quem ama.
O amor é para quem morre.
A morte é pra quem ama. A vida.


DROGA
Tava pensando em fumar um cigarrinho de maconha. Aí a pessoa ao lado, indignada, pergunta: mas como assim? Você faz poesia, música, é doido e não fuma maconha? Assim acordado pra realidade eu decido não fumar um cigarrinho de maconha. Recuso, caretamente, hoje, o LSD que era tão ousado. E concluo, tão velho e desiludido do mundo, que preciso pensar. Beber que nem louco. Nada basta, não consigo mais sonhar. Não existe droga que me faça viver!


SOLUÇÃO
Seja otimista. Os seres humanos têm solução sim: a extinção!


Fábio Roberto
(de livros diversos) (devaneios escritos em perambulações recentes)



quarta-feira, 28 de junho de 2017

amorno

amorno: nem frio nem quente
o gelado da cerveja preserva
oposto do que há numa aguardente
amor faz tanto sol quanto neva
é tanto livre quanto mais carente
é menos visível quanto mais observa
por isso a boca busca sedenta a cerva
como sedenta busca o beijo ausente
não importa o líquido que se à boca leva
mas a volúpia que essa boca sente.


terça-feira, 27 de junho de 2017

de só a só

um jairo gira e gera
dois jairos que juram e giram e geram
outros jairos a girar gerúndios
jairando e gemendo
jairo é um bairro cheio de jairos
com casas cheias de jarras de jairos dentro
um jairo já ironizou com outro
jairópteros jairam sobre jairos
porque jairo é tudo
tudo é jairo
menos o próprio Jairo.




Amor

Cerveja é que nem amor. Feita para acabar!

Gaiola pessoal

                        Finalmente me encontrei.

Meditei e meditarei muito e,
Dentro de mim, descobri um presídio.
Nas portas as inscrições
Das coisas que condenei
E, em cada uma delas,
A sentença fria da Morte.
Mas, como sou o dono das chaves
Consegui agora abrir
Ao menos a primeira Porta:
A da Humildade.
Na porta a sentença da eterna Arrogância.
Desfeita esta barreira
Consigo entender que perdi. Perdi . Perdi. 
A segunda chave na porta:
A da Paz Interior,
Onde a sentença desta
Era o Desequilíbrio.
Respiro fundo à  partir deste momento
E olho os fatos com consciência.
A chave já está na próxima tranca:
Controle Emocional.
A sentença desta era, claro, o Descontrole.
Será esta a chave para minha Liberdade.
Pois com controle, dominam-se os acontecimentos,
Acabam-se as ansiedades.

Ainda faltam muitas portas.
Montei um grande presídio, como disse.
E, finalmente, chegarei na última:
A Plenitude do ser,
Algo parecido com a inocência de uma criança
E a curiosidade de um adolescente.
Agradeço a oportunidade de acordar e,
Agora, olhar o dia com alegria.
Sabendo que, ao término deste,
Cumpri a promessa de desmanchar o meu presídio
e Libertar-me para o Amor.


Jairo Medeiros -  21/02/17

TEU TEMPO

Pra que correr se és o tempo e tão menina
e para ti o dia chega como brisa,
acarinhando teus cabelos na esquina
da vida, cena que a paisagem frisa

em nossos olhos ansiosos e anciãos.
A nós o tempo já não mais espera.
Já passou, escorregando pelas mãos.
Morrer tranquilo e feliz, ai quem me dera...

Fábio Roberto

domingo, 25 de junho de 2017

Acróstico - POEMAS BRABOS

Pretensa ansiedade a controlar,
Ora brabezas, sempre destrezas
Estão a navegar pelo ar,
Marinheiros das durezas!...
Adicionam-me no espaço poético
Saúdo, pois, poetas-mor cibernéticos.

Baseados em fatos (i)reais,
Raciocínios transcendentais...
Armam o sarau e com cerveja
Bebemos cada gole das (in)certezas,
Otimizando o fígado, ora vejam:
Sentires espalhados, não pestanejam!