terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Amanhoje

Hoje é um monge
longe
que medita que me dita 
o mantra mantra mão
trama trama outra manha
manha manhã
amanhã a mañana
tr tr tr ch ch
ch... chama ch... chama
ch... ama... ana ch...ama x...ana ama.
Cama.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

domingo, 29 de dezembro de 2013

Em Um Reveillon


Não vejo a hora de chegar o reveillon,
beijar de novo esses teus lábios de batom.
Só nessa noite eu, você e Moet & Chandon,
entre fogos e artifícios, oh ma passion...

Ah, como eu queria ter a idade
certa. E me perder na tua cidade
luz, mas já se apaga a eternidade
dos olhos me restando só saudade

e a esperança de que acabe logo o ano.
Nossa promessa feita no cair dos panos,
navegue as ondas violentas do oceano,
pra ser vivida inteiramente sem mais planos...


Fábio Roberto

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Feliz Ano Novo

Olá 2014, tudo bem? Tá nervoso, né? Eu já passei por isso. Toda essa idade, experiência, vivência e começar tudo de novo. Dou uma dica. Primeiro tente aprender com quem é menor do que você. Seja humilde, não importa quem você é, foi, ou será. Observe a sabedoria das crianças, escute os mais velhos mesmo quando discordar deles, aja como se fosse um cão. Mas depois se espelhe nos Grandes Mestres.  E faça isso para sempre. Certamente você encurtará essa transição. Tantos te esperam de braços abertos. Muitos depositam toda esperança em você. Venha com força, mas cauteloso. Seja ousado, mas tenha bom senso. Qualifique seus 365 dias pela pauta do amor, honestidade, honra e coragem.

Quem sou eu para falar isso? Ah, meu amigo 2014, eu também sou um aprendiz passeando pelo espaço e pelo tempo e desejo a sua melhor sorte. Melhor sorte que a minha. A mim resta a oração desesperada de quem nunca perderá a fé, aconteça o que acontecer. Portanto concentre-se em tornar a sua existência de um ano, um mero e simples ano, no ano mais importante de todos os anos.

Que os 2013 anos anteriores te invejem e que o futuro te imite.


Fábio Roberto

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Hormônio

A caneta de André não levanta muito. Falta de textosterona.

Na estante

A do Millôr vai ser uma biografia auto-risada.

Ditado Impopular

De grau em grau a galinha fica com febre.

Faroberto

Cu dado

Nestes tempos do politicamente correto não se pode dizer que o email foi re...metido.

Faroberto

Cuidado

Nestes tempos do politicamente correto não se pode dizer que o email foi en...viado.


Faroberto

Ausência prenunciada

Amor é quando eu ainda sinto o perfume que deixarás na minha cama somente daqui a vinte anos.

Contagem

André não é poeta bissexto porque só chegou ao quinto...

Faroberto

Conclusão

Uma cobra não tem nariz. Definitivamente Jairo não é uma cobra.

Aparência

O Jairo parece velho mesmo no almoço.

Faroberto

Bule

Café derramado sofreu bullying?

Faroberto

Sacanagem 2

É depois de comer a puta dizer que não tem um puto!

Sacanagem...

é na hora de pagar a puta o cara ficar puto.

Faroberto


Restrições

A história do sapo que não virou príncipe melou mesmo quando a única mulher que ele encontrou era uma puta.

Sacrifício

Mais valem três bebês na barriga do que um só BBB na tv.

Sortudo

Até para um tarado tem hora que mais vale um rei do que uma dama.


Faroberto

Exausto

Para quem está escalando mais vale...

Cagado

Para quem está com diarreia mais vale um penico do que um banquete


Faroberto

Tesudo

Para quem está sozinho e com tesão mais vale o passarinho na mão do que...

Faroberto

Sedento

Para quem está sedento mais vale um beijo no meio do deserto infinito do que qualquer tempestade em copo d'água.

Faminto

Para quem está com fome mais vale um ovo estrelado do que um céu idem.


Faroberto

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Teoria da vida

De grão em grão o outro forma
Outro de um outro se forma um
Um que outrora fora nada
Sendo agora o outro tudo
Põe-se em berros mundo mudo
Desse feito o céu em luto
Cá um anjo ao nono mês
Teoria posta em prática
Contrapondo a matemática
Um mais um igual a três.

André

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Massas

Miojo é a polaroide das massas.

*

O povo chinês é o inventor das grandes massas.

*

Um pizzaiolo pode ser considerado um massagista?

*

Papel velho você amassa, porque odeia? Talvez amasse mais, sabendo ser um poema meu.

Tinta

Pintar os cabelos não disfarça pensamentos ultrapassados.

Faroberto

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Material Escolar 4

Cecília, Alice, Simão e Foquinha são o recreio.
Celi é a prova surpresa.
Rosana é o lápis de cor.
Sonia é a lousa.
Enrique é o fichário
Bruna é a campainha.
Gabi é o giz.
Gui é a massinha de modelar.
Edu é o apontador.
Luciana é o pincel.
Carol é a tinta guache.
Baden é o bedel.

Faroberto

Material Escolar 3

Quem será a (o) mala?

Faroberto

Material Escolar 2

Leandro é a caneta.
Murakami é o compasso.
Carlão é a régua.
Marili é o caderno.
Márcia é o livro.
Fábio é o estojo.
Sarah é o uniforme
Jairo é o lanche.


Faroberto

Material Escolar

O André é o lápis-borracha.

Faroberto

Látex

A vida é um elástico.
Você pode com ele prender cabelos ou grana, por exemplo.
Pode utilizá-lo como arma que atinja alvos para machucar ou feito catapulta que faça um aviãozinho de papel voar sonhos de crianças.
De repente vira uma pulseira se o pintarmos bem colorido.
Ou é apenas um elástico insípido numa caixinha cheia de elásticos depositada numa escrivaninha qualquer.
Mas essencialmente continua totalmente flexível.
Parece com os nossos sentimentos em relação ao cotidiano.
Êxtase. Desespero. Alegria exacerbada. Depressão profunda. Decepção. Esperança.
Tristeza é ser estático. O futuro é dinâmico sempre e pra sempre. O agora já está passando.
Respirar é tempo imprevisível. Melhor que seja assim.
A vida ser um elástico.

Fábio Roberto


quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Caminho do Meio

Um pé sempre quer o caminho da meia.

Faroberto

Insight inoportuno

Por que, Poema, vens a essa hora
justo quando me encerro e me recolho
e me cubro, e me cobras: "Agora!"
querendo abrir o meu fechar do olho?

domingo, 1 de dezembro de 2013

Da Série "Destinos" - Destino XVIII

DESTINOS XVIII

Quando nasce, o amor não sabe se morrerá de velhice ou de doença. Ou se sobreviverá ao tempo pela sua verdade e força.

E quem vive não sabe quando e como morrerá, ou se permanecerá eterno pela saudade provocada pela obra que irá deixar.

Perfeitos são o amor e a vida sobrevivendo ao tempo porque se tornaram um só.

Cada um, isoladamente, pode até brilhar por momentos, mas ambos estarão fadados a morrer cedo ou tarde.

O amor porque não existe verdadeiramente e forte separado da vida. E a vida porque nada significa sem a presença de um intenso amor que provoque saudade.


Fábio Roberto

sábado, 30 de novembro de 2013

Da série "Destinos" - Destinos III


DESTINOS III

Uma pedra não tem vida, não tem coração.
E corações de pedra, então, também não têm
vida.
Quem atira a primeira pedra não tem nem
coração de pedra, porque atira a pedra e o
coração juntos.
E sem pedra, coração e vida nunca entenderá o destino ser apenas uma metáfora.

Fábio Roberto

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Perfeição

A vida.
Ahhhh... a vida.
É inexplicável. Podemos estar no limbo e ao mesmo tempo no paraíso.

Há vida em todos os lugares.
Há lugares em todos os limbos.
Paraísos em todos os lugares.
Limbos em todos os paraísos.

Nada é perfeito. Isso não é perfeito?



Fábio Roberto

domingo, 24 de novembro de 2013

Estrutura do poema

Escrever é ócio?
Pra mim, escrever é osso.
É o que me sustenta.
E o que permanecerá 
quando eu me for.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Otimesmo

O sentido do não, ao menos no rosto (ocidental), é horizontal.
Do sim, vertical. Basta ver o rosto em que sentido pende.

Sendo assim, o sim é como um náufrago de pé em uma ilha, avistando...
cercado de nãos por todos os lados.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Happy Hour

Leandro foi ao Rio de Janeiro conhecer Copobacana


Faroberto

Niemeyer

Lina Bo Bardi pensava ter arquitetado no Masp o maior vão livre de Sampa. Aí Márcia Salomon e Leandro Henrique esculpiram o busto do Jairo, cujo nariz...


Faroberto

Tipoia

André imobilizou o braço direito, aquele que deveria ser utilizado para escrever. Mas já não estava imobilizado?

Faroberto.

God

Deus existe
Deus insiste
Deus desiste
Deus exit

Faroberto

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Vitral (foi mal)


Foi mal pela demora...
E até dia 15 de dezembro vou continuar com essa lerdeza...

Vitral


Renato Murakami
Obra apresentada na IV Mostra Artística Temática da Turma Braba.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Depressão


Cena interpretada na IV Mostra Artística Temática da Turma Braba.
Cast: Renato Murakami (mulher) e Luciana Catarina (homem).
Texto e Trilha: Renato Murakami.

sábado, 9 de novembro de 2013

O Motor


Movimenta-se lento o êmbolo
Visão turva, a imagem embola
Pele carcomida que se esfola
Fraco, cansado, trêmulo

O sangue entope a máquina
Resultando em um coágulo
Paralisando o veículo
Prostrado sobre uma isnáquia

Deslizar é passado
Foram-se cilindros e anéis
Desligaram-se painéis

Nada a ser lubrificado
Não pode ser ressuscitado
Que rezem por ele os fiéis


Fábio Roberto
Para a IV Mostra Artística Temática da Turma Braba

Tema “Êmbolo”

A Ideia Intelectual do Amor



FIQUEI MUITO TEMPO
TENTANDO ESQUECER
PASSEI QUASE ANO
CANSADO EM SOFRER
FIZ SAMBA NO MORRO
PARA ME ACOSTUMAR
MAS NADA CONTORNA O AMOR
QUE TE FAZ PENSAR

ENTÃO, NEM MESMO A POESIA
NEM A FILOSOFIA
TRAZEM IDEIA DA DOR
QUE O AMOR
ESSE ARDOR QUE ME FAZ CANTAR

COMPREI ENCICLOPEDIA
PARA ME INFORMAR
FUI AUTO-DIDATA
PASSEI ATÉ A SAMBAR
MALDITA AURORA
BARAFUNDA DOS FATOS
SÓ CAREÇO DE UM VERSO
QUE ENFIM,
TE FAÇA CHORAR.

Marili Santos e Gabriela Gabriel
Para a IV Mostra Artística da Turma Braba
Temas: Ideia e Barafunda


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Obscenidade


Leandro Henrique e Márcia Salomon
Escultura criada para a IV Mostra Artística Temática da Turma Braba.

O Lado Escuro da Lua


Quando aqui é dia lá é noite.
Percebi que lá o silêncio é o bem mais precioso e a introspecção e a solidão se fazem reinar.
Como ser feliz assim?
Solidão é o sozinho. Felicidade é o com e o junto (conjunto), é ter a companhia de um companheiro para juntos terem um consenso da vida, é ter o calor do contato.
Sou feliz por perceber que apesar do meu sangue pertencer ao lado escuro da lua, minha essência é do lado claro.
Mas sempre me faz recordar que só conhece a luz quem presenciou o escuro.

Celi Hirashima

Para a IV Mostra Artística Temática da Turma Braba

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Canto Só


Um passarinho, tadinho,
Canta sozinho
Chama em vão
Pia por sua parceira
Antes ligeira
Hoje no chão

Esbanja libertinagem
Um gato selvagem
Sem coração
Nas presas, penas e plumas
Em meio às espumas
Da trituração

Num desespero em psicose
O passarim, por osmose,
Canta ininterrupto
O gato quase o compreende
Quase até se arrepende
Vestido de luto

Mas preto em sua pelagem
É só camuflagem
Todo gato é astuto
O passarinho, tadinho,
Canta sozinho
Não para um só minuto...

Estória: Sarah Batista
Música/poema: Leandro Henrique
Temas: Libertinagem e Psicose

Para a IV Mostra Artística Temática da Turma Braba

Intimidade


Intimidade é uma coisa louca 
A gente pensa, matuta, viaja tanto. 
Mas não pode ficar abrindo por aí
vão usar contra você
ou você está se menosprezando
ou vão fazer um imenso texto no face falando o contrário
E quem não entende sua viagem? 
Vixe! Muitas vezes fui entendida mal. 
Pior é se desculpar. Ai q piora tudo.
Vida louca essa.
Tem aquela que acha a outra feia. 
Tem o outro deus do mundo. 
Tem de tudo.
Tem até eu com vergonha de tudo. 
Quis mudar. Atitude. 
talvez visu? 
Funcionando. 
Tô aprendendo, mas me liguei que quando relaxo, travo. É o portuga errado e o inglês de lado.
E essa data no calendário? Era 4, 3,
2 e nada. Até que no famoso 
karaokê molhado saiu um pensamento mais baixo. 
É... é por esse lado!
O tempo passando e eu só na prioridade. Me fazendo de autoridade. 
Agora relaxada dá pra pensar na casa do sarau. Mas um pouco só.
Tô só o pó.
Quem mandou se acostumar mal? 
Foi bem aproveitado. De um lado, um bebê aí no outro quarto. 
Sabia que ia ser assim. Mas tudo tem um fim.
Quero rir só de imaginar se alguém é como eu. 
Um pensamento de mão dada com outro. 
Acontece com quem?
Não precisa nem dizer, deixa tudo aí muito dentro da sua intimidade e coloque pra fora o que achar de melhor!

Rosana Cortez
Para a IV Mostra Artística Temática da Turma Braba

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O Feto


Não sei por que aconteceu isso comigo. De repente uma corrida desenfreada de espermatozoides onde eu tive que bater em um, em outro, em milhões, sem imaginar que acertar o alvo era apenas uma grande sacanagem. Então sem que eu esperasse estava germinando dentro de um corpo desconhecido, estranho e descuidado. A dona desse corpo não se preocupava comigo. Não me alimentava direito, se intoxicava com drogas baratas e ainda ficava sacolejando em bailes funks. Ouvir dez vezes “levanta a bundinha”e “abre as perninhas”, feto algum merece né mermão? E eu, espremido naquela barriga cada vez mais gorda e ao mesmo tempo apertada, tinha que disputar espaço com gases fétidos porque a dona do corpo só comia merda. Eu rezava para ela soltar um peido para eu me espalhar um pouco mais naquele espaço nauseabundo. Durava apenas segundos, pois logo tudo se contraía novamente. O cordão umbilical que me irrigava só trazia veneno e sofrimento.

Subitamente discussão, briga, barulho. Quem é o pai sua filha da puta, vagabunda, safada? - perguntou uma voz grave e violenta. Vai se ferrar seu corno, banana, trouxa - respondeu a voz esganiçada do corpo que eu habitava. Uma pancada forte me fez sacolejar dentro daquele receptáculo desprotegido e em seguida mais porradas, bordoadas, chutes. Facadas.
Fiquei tonto e cego quando uma hemorragia interna no corpo da besta que aconteceria minha mãe quase me afogou. Sirene de polícia, gritos, tiros. Sirene de ambulância, maca, correria. Uma agulha enorme com anestesia desfaleceu a anta anti-maternal, mas não me fez efeito algum. Apesar da intensa dor a minha alma machucada estava totalmente consciente. A ponto de eu ouvir gente falando... “vamos ter que abortar”. Demorou um tempo para eu saber que era a mim que se referiam. Descobri mesmo, assim que alguns instrumentos me dilaceraram rompendo carne e espírito, cortando finalmente os tênues laços que me ligavam a este mundo podre.

Que sorte. Pra mim, nascer seria um equívoco.

Fábio Roberto

Para a IV Mostra Artística Temática da Turma Braba

Tema: Equívoco

Pródromos


Cena interpretada na IV Mostra Artística Temática da Turma Braba
Texto: Leandro Henrique
Cast: Marili Santos (paciente) e Leandro Henrique (médico)

Profundidade


Performance de Enrique Gabriel na IV Mostra Artística Temática da Turma Braba

terça-feira, 5 de novembro de 2013

A Quase Morte do Zé Malandro


Conto Interpretado por Luciana Catarina na IV Mostra Artística Temática da Turma Braba
Autor: Ricardo Azevedo

Tema: Morte

Anuncio

ANUNCIO

 P R O N U N C I O
    R E N U N C I O
        E N U N C I O
           N Ú N C I O
                 Ó C I O
                     C I O
                     C I O
                     C I O...

                                   SILENCIO!


Marili Santos
(Para a IV Mostra Artística Temática da Turma Braba)
Tema: Núncio

Comércio entomológico

Hoje fui atacado por moscas de varejo.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Relíquia


O que tenho de valor
Cabe na palma da mão
Mas não se pode tocar
Não há como dividir

Raridade bicolor
Preciosa equação
Um mais um virou um par
na razão pra existir

Quis o destino dizer-me um sim
Quis um bom deus me abençoar
Francisco e Lourdes me deram seu lar
Tesouro eterno, imensurável, que trago em mim


Fábio Roberto

(Para a IV Mostra Artística Temática da Turma Braba e em homenagem aos meus pais)

Casas


Caroline Barbosa
(Para a IV Mostra Artística Temática da Turma Braba)
Com Leandro Henrique ao violão em João e Maria ( Sivuca e C. Buarque) e Bachianinha (P.Nogueira)

Biscate


Se manca! Não vou ser muito prolixo.
Viver de biscate, galho, freelance?
Tô fora! Isola! Nem a pau! Sem chance!
Quero é cargo público, emprego fixo.

Fixo que nem Jesus no crucifixo.
Ou como fixo o olhar de quem romance.
Fixo como um cadáver que descanse.
Como um aparelho que aos dentes afixo.

Não me venha com proposta vazia.
Eu quero é tomar banho todo dia
E não só uma vez no fim do mês.

E nem me venha com esse blábláblá!
Mon petit, mon amour, au revoir!
Eu não... quem vive de bico é francês!

Leandro Henrique
(Para a IV Mostra Artística Temática da Turma Braba)
Participação: Jairo Araujo como o Interlocutor

Coceira


Mostra Artística dá uma coisa na gente. É um formigamento na alma.
Atentos aos sinais, qualquer movimento nos alerta. Tudo se transforma, pode ser, será?
Parece que ficamos mais antenados, ligados em 220v, sonhos são praticamente reais, realidade é  muito mais suave.
Dá um nervoso de roer unhas, puxar os cabelos, andar pra lá e pra cá pensando no que fazer, no que criar, como transmitir. Há um medo e uma vontade incontrolável de se apresentar.
Frio na barriga, dor de barriga, fome, sede, tesão, vibração.
É a vida na essência da vida e a arte pura, sem compromisso que não seja com a própria arte.
Ninguém passa incólume a esses sentimentos tão intensos que resultam em prazer.
No fim tudo passa muito rápido como tudo que é eterno.
Mostra Artística dá uma coisa... Eu começo a me coçar toda sem parar.
Se a ideia não vem, coço a cabeça. Se a ideia vem, coço o papel.
Dá coceira em quase tudo, quase... Puta sacanagem! Só não deixa ninguém ficar parado, coçando o saco.
Assim é a Mostra Artística.

Márcia Salomon, Fábio Roberto e Leandro Henrique
(Para a IV Mostra Artística Temática da Turma Braba)


Obs.: fica registrada a performance da Márcia antes da apresentação, o que fez com que algumas pessoas sentissem muita coceira e outras tivessem alucinações com pulgas!

domingo, 3 de novembro de 2013

Zero


Zero pela definição do dicionário: Algarismo sem valor absoluto, nada, pessoa ou coisa sem valor...
Na história existem evidências da existência do número zero há mais de 3.700 anos...
Zero indica a presença da ausência...
Cheguei à conclusão que o zero é a verdadeira origem da angústia humana...
No momento em que criamos uma representação cujo significado é não possuir algo, criamos uma insatisfação, um incômodo, uma infelicidade, um desespero...
Criamos a forma de representar o vazio...
Será que antes de existir uma forma de registrar que não temos algo sentíamos falta das coisas que não temos?
Tento imaginar como seria a vida sem este número...
Aliás, parece que nem a ciência sabe como lidar com o zero...
Lembrei-me das aulas de matemática... Perdidas em algum lugar, nas memórias de meu passado...
Memórias não tão agradáveis das broncas da sempre zangada professora Raquel...
Acredito que como lecionava matemática, ela tinha consciência da infelicidade que é conhecer o número zero... Hoje consigo enxergar isto...
Zero não é positivo nem negativo... Zero não é um número primo tampouco um número composto... Não se pode dividir por zero... É impossível...
Pensei também no azar dos que frequentam cassinos...
Este é mais um lugar onde o zero mostra seu lado sombrio...
Os números da roleta são pretos ou vermelhos... Com exceção do zero... Que é verde...
Se todos os números são pretos ou vermelhos, porque o zero é diferente?
Além da cor diferente, o sempre onipotente zero representa o infortúnio a todos aqueles que estiverem na mesa...
Todos perdem graças ao zero...
Quanto mais eu penso neste número mais fundo eu mergulho em um mar infelicidade...
Um zero para representar cada coisa que não possuo...
Um zero para representar cada coisa que perdi...
Minha cabeça dói...
Preciso me livrar deste pensamento...
Deste peso... Desta dor...
Preciso de uma garrafa de vinho...
Vou me embriagar para esquecer deste encontro filosófico com o número zero...
Ah, se fosse assim tão simples...
Meu encontro com o número zero estava apenas começando...
Chego ao armário onde guardo minhas garrafas, ansioso por meu encontro com o anestésico que irá me levar para longe deste universo...
Que decepção...
Tenho exatamente zero garrafas de vinho...
Olho para o relógio...
00:00 horas...
A esta hora, a chance de encontrar uma loja aberta próxima a minha casa é zero...
E ainda que houvesse uma loja aberta, tenho exatamente R$ 0,00...
Como a própria representação gráfica do número zero, uma elipse, fechada... Uma vez dentro desta realidade, não há como escapar...
Maldito número zero...

EduardoMontenegro

(Para a IV Mostra Artística Temática da Turma Braba)

sábado, 2 de novembro de 2013

Torpedo



De sol o casco racha e rompe o solo seco
Lomba baixa e perna fina ágil porém
Se não se ágil de lado a pexera roça
E arrocha a vontade de correr
Pexera essa que de frente enfrenta cangaço
Que embainha cinturão famoso
Famoso é meu amo
Carrego a morte onde a boca manda
Sorte é obedecer em direção do nada

 Torpedo é forte, Torpedo aguenta

Pra direita vejo o Gatilho
Pangaré coxo da coxa
Culpada lance de foice
Não se deve nem dar coice
Gatilho logo vai, digo, foi-se

Torpedo é forte, Torpedo aguenta
           
Em mais um dia jornada nada
Buscando cabeça jurada à morte
Em alto penhasco avisto com sorte
Um cheiro carnal vindo ao sul e outro norte
Temido meu amo temida emboscada

Torpedo é rápido, Torpedo corre!

De dez jagunços gritam: Morre!
Mal criado desobedece a ordem
Esconderijo em judiado cacto
Percebe é seu todo esse sangue escorre
 Culpa o Diabo que desfez o pacto

E desse solo que em anos não se molha
Folha seca delicia um só gole
Suspiro último não se assusta com que olha
Pulmão vazio apertado feito fole

Torpedo é forte, Torpedo aguenta...


André


(Para a IV Mostra Artística Temática da Turma Braba)

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Abertura da IV Mostra Artística da Turma Braba


Cast: Renato Murakami, Márcia Salomon, Jairo Araujo e André Aguirra
Participações Especiais: Baden e Bruna
Roteiro, Produção, Filmagem, Som, Edição e Direção: Leandro Henrique e Fábio Roberto

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

PORRE

A gente tem que saber a hora de parar de beber
A gente tem que saber a hora de parar
A gente tem que saber a hora
A gente tem que saber
A gente tem
A gente tem que beber
A gente tem que beber a hora
A gente tem que beber a hora de saber
A gente tem que beber a hora de saber parar

A gente tem que saber beber a hora de parar



Fábio Roberto

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Rotina

Muito Bem. Agora que já passou a IV Mostra Artística Leandro e Eu podemos continuar a escrever, o André pode continuar a escrever depois da vigésima provocação e o Jairo pode simplesmente continuar a não escrever provocado ou não.

Faroberto

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Maus Tratos

Pior foi na época de Ben-Hur com aquelas corridas de beagles!

Faroberto

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Ovulação

No fundo da moça existe um poço
onde existirá outra moça de quem possivelmente 
e de cujo a se formar outro poço outra moça existir possa,
isso caso o do a-existir-moço futuro passo pise a poça. 

E será assim ininterruptamente 
até que não haja mais a possibilidade de subir.



Evolução

No fundo do poço existe outro poço
e outro fundo do poço onde existe outro poço
e outro fundo do poço.
E assim,
sucessivamente.

Lenta,
muito              
l    e    n    t    a    m    e    n    t    e,
nessa jornada ao inverso da vida
haverá o revés do passo,
pois que a vida não tem fim.

E será assim,
sucessivamente,
até que não existam poço e fundo do poço
onde existam outro poço e outro fundo do poço
e outro poço,

que só existirá a opção de subir.


Fábio Roberto

terça-feira, 15 de outubro de 2013

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Imagem real do poeta

O cabelo cai no rosto como chuva.
Não é sonho nem são lágrimas; cabelo.
Metáfora alguma cairá como luva
Se a própria realidade é pesadelo.

Poema vitalício?

Renato acha que não precisa mais poetizar só porque uma filha rima com a outra...

Confraria

André não escreve. Jairo não escreve. Renato não escreve. É a Sociedade dos Poetas Mortos. Até virou filme...


Faroberto

Cocaricó

Será que Renato não escreve porque, além do mouse, engoliu o teclado também?

Na Gaveta

Na verdade o Jairo escreve Muito. Mas é só isso.

Faroberto

Óbvio slogan conclusivo de produto vegetariano

...porque a carne é fraca...

Pós-Graduação

André concluiu com louvor o curso de especialização poética ministrado por Jairo defendendo a tese ...Em Tese Sou Poeta.


Faroberto

Diálogo musicorporal

"Dance, conforme a música."

Eu não danço, amiga Música, se conforme... Ah e vê se se toca!

terça-feira, 1 de outubro de 2013

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Longa e boa

Quero que minha vida seja um Stairway to Heaven, acionado o repeat.

Dessa pra melhor

O morto é mais poderoso que o Alzheimer.
É a eterna lembrança.

Pró-campanha Doação de Órgãos

Músico consciente o que ao morrer doar seu Hammond.

Inventário

Morrerei. E de mim deixo só:
A carne aos que carnívoros;
Um violão, já armado em dó;
E um caos ou cais, em livros.


Coca gringa tem rato ou não?

RenatoMurakami

Cerveja Escura

Os poemas do André estão Munchen...

Faroberto

Brandy

Jairo é um Napo leon.

Faroberto

Traga!

Uísque bom é dose e anos.

Trago

Whisky ruim nem é dose.

Faroberto

Chatinho

Nem chegava a ser mala, era trouxa.

Faroberto

Mico

Se pagou o maior pau foi por tara?

Faroberto

Odor

A lixeira mal.

Faroberto

Disputas

Aos vencedores as batatas. Aos perdedores balalas...

Faroberto

Qual?

Quando eu otimista posso. Quando pessimista poço...

Fábio Roberto

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Ciclo

Vou dormir porque dormir é morrer. Depois vou acordar porque a vida é talvez.


Fábio Roberto

Diafragma

Pensava ter a solução mas era apenas um soluço...


Fábio Roberto

Acolá

Quando você pensa que chegou lá você pensa.


Fábio Roberto

Quase

Faltou um pouco. Muito perto. Era tão próximo e era quase. Não sei se o eterno pode ser efêmero. Não sei se o quase pode ser pra sempre. Quem sabe o tempo se saiba.


Fábio Roberto

Nada

Quando nada mais te emotiva não há mais motivo pra nada.

Fábio Roberto

Tudo

Tudo tem um motivo. Nem tudo tem uma motivação.

Fábio Roberto

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Bronco

O amor do troglodita cai qual pétala
Dentro do seu coração em balbúrdias.
Entre pregões, cenas estapafúrdias,
Ruídos, brigas, mortes, há um poeta lá.

Está sentimental o troglodita.
A primavera enfim já se aproxima
E o truculento põe-se a fazer rima
Logo que vê passar moça bonita.

Mas bonita a moça não considera
Nem uma palavra nem primavera
Nem pôr do sol nem lua nem crepúsculo.

Frustrado o brucutu rasga os escritos,
Bate o tórax e solta entre dois gritos:
'Amor o troglodita arrasta a músculo!'

Mens-corpore de um desengonçado

Meu espírito é esportivo
O meu corpo sedentário.
Meu sentir é progressivo
Meu coração anti-horário.
O meu passo é decisivo
O meu pé retardatário.

O meu carinho é um clímax
Minha mão empata-foda.
Minha mente igual a Fênix
Meu cérebro cinza, a poda.
Minha visão fiat-lux
Meu olho escuridão toda.

Tudo em mim, do que era ideia,
Quando realizado, afrouxa.
Algo assim feito uma estreia
Para uma plateia chocha.
Minha intenção? É na veia!
Mas o real é nas coxa.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Nunca

Nunca é o lugar a que sempre vou.
A palavra que digo a toda hora.
A pessoa que a todo instante sou
Enquanto o tempo se desmancha aurora.

Nunca é o luar que não se eclipsou.
A palavra que mordo e me devora.
A peçonha que em cura se tornou.
É o antes já depois talvez agora.

É jamais ter sido feliz, ao que parece,
Mas também sem nunca ter deixado de o ser.
É tudo que, por não vivido, não se esquece.
 
Intransponíveis obstáculos... Inalcançáveis metas...
Nunca... Nunca... Nunca! uns jamais vão saber
Como é lindo e absurdo o nunca dos poetas!

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Acordar

Uma palavra
Uma única palavra
De quem te ama
De quem você ama mais do que a vida
Movimenta tudo
Muda o presente
E o futuro se acende

É por isso que vale a pena amar intensamente como se a gente fosse morrer agora
A paixão realiza, te dá força, te eterniza junto à felicidade.

“como é bom poder tocar um instrumento” (Caetano Veloso).

Tem uma mulher que toca a minha alma e eu toco a alma dela.



Fábio Roberto

Adormecer

Triste morrer todo dia
Renascendo maldita esperança
Ah...esperança, isso cansa
A paz prometida é arredia

Não espero ou desejo mais nada
Que venha a verdade indigesta
Deixo a vida, palavra funesta,
Que minh’alma pro inferno se evada


Fábio Roberto

Preocupação paternal

Me perdoe, meu filho
Se te sou muito rígido
Mas é que andas tão frígido
Sem força nem brilho.

Será que acabou a pilha?
Estará com mau contato?!
Isso preocupa de fato
Sua artística família.

Andamos tão apreensivos
Co'essas novas companhias
Com o entrares numas frias
'stás calado, sem motivos.

Esse tal Jairo Araújo
Não lhe é boa influência
Afirmo com veemência
Que é pior que o dito-cujo.

Teu escrever periódico
Nossa alegria extravasa
É como, ao voltar à casa
Bem faz, o filho pródigo.

Radical

Mergulhado em mar poema
Aspirando nova idéia
Um hostil ecossistema
Sobrevivo em apnéia

De palavra toma um gancho
Em verso esquiva vem
Uma estrofe em ponta queixo
Abre métrica contagem

Não é luta, não é forte
Nem toureiro ou alpinista
Radical é esse esporte
Quem pratica é poemista

André