Ele estava com uma fome
Não tinha nada pro almoço
Nem osso, casca ou caroço
Fábio Roberto é seu nome.
E ele revirou o armário
Escavou a geladeira
Mas não tinha nem besteira
Já passava do horário.
E foi roncando a barriga
A coluna toda curva
A visão ficando turva
Nem migalhas pra formiga.
Eis senão que ele abre o freezer
Dá de cara com uma estranha
E congelada lasanha
Simpática, ouvi dizer...
Sem hesitar, ligou forno
Esperou trinta minutos
Urrando como urram brutos
Até que ficasse morno.
A essa altura dilacera
Já a fome quase grita
Ele nem um pouco hesita
Abre o forno e nem espera.
Mas a especiaria ferve
De nervosa, não aceita.
Para isso não foi feita
Pra ser comida não serve.
É uma briga! Se engalfinha!
Ela dá-lhe uma mordida!
Ele, assustado, revida!
Quer morder a coitadinha!
Ela dá o último golpe
E queima-lhe a pobre mão
Pra depois cair no chão
E arrancar-se num galope.
Queimadura de primeiro grau.
Fábio Roberto, o faminto,
Ao menos vai comer o distinto
E belo rango de hospital!
Lê
Um comentário:
Não adianta chorar a lasanha derrubada!
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