sábado, 29 de setembro de 2012

ROTINA NA RETINA


A rotina não persegue a minha retina.
Faça o que eu faça igual todo dia, noite ou madrugada.

Quero a mesma mulher que amo.
O mesmo abraço dessa mulher é cada dia melhor.
Por ser mais forte é sempre diferente.
A paixão é cada vez mais e muito além quanto eu mergulho.

Quero sempre o mesmo bar que desesperadamente bebo.
Quero nele o mesmo copo, mesa, garçom, lugar.
Nada ali se repete em minha mente
A paisagem sempre muda frente aos meus olhos.

Quero os mesmos amigos de sempre, de mesmos velhos papos que já escutei, porque os ouço como se fora a primeira vez.
E os papos que ainda não soube serão impressionantes, isso já sei.

Quero o meu mesmo trabalho seja ele qual seja
e em qual momento e em qual escritório.
A mesma cadeira, o mesmo telefone e batalha.
O mesmo computador de teclado apagado digitando novas conquistas em novos notebooks.

Quero o mesmo violão que toco há 40 anos, só trocando cordas.
Quero as minhas mesmas palavras, que as embaralho de outra forma.
Quero as minhas mesmas notas e melodias, que faço outro som.
Eu tenho tanto ainda para criar do mesmo sentimento...

Quero a mesma família em todas as vidas.
O mesmo pai, a mesma mãe, a deles sabedoria.
O mesmo filho, a mesma filha e netas, o mesmo deles orgulho que eternamente terei.
A mesma esposa, a mesma estória com começo e fim sempre inesperados.

Mesmo semelhantemente o meu cotidiano é sempre diferente.
Semelhante mente, a minha está repleta de aventuras.
A minha retina está muito louca pra enxergar uma rotina, quem sabe ter um pouco de paz e um sono pouco, só um pouco mais tranquilo.

Mas a rotina não persegue a minha retina.
Faça o que eu faça igual todo dia, noite ou madrugada... 



fÁBIO rOBERTO faroberto

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