Noventa
por cento das “cagadas” humanas são por conta da burrice ou da insegurança. A
primeira deve-se a um estado doentio do ser, cuja cura é impossível, é o câncer
da mente. A segunda, essa sim, é digna de estudo e observação, possui estágios patológicos,
assume relações mercadológicas, estéticas, pueris, enfim...
A
maldita associada à carência então, nem se fala, é digna de palhaçadas,
entregas estúpidas, ostracismos, exageros; assumindo um antagonismo na alma
humana que requer um estudo mais detalhado, do qual nenhum acadêmico consegue
decifrar. Ela salga a comida, interrompe o namoro, suspende a pena ou branqueia
o papel, atrapalha o trânsito, condena os inocentes e absolve os choldras,
esconde os poetas e mentirosos, aniquila o corpo, aumenta os seios, alisa
cabelos, estraga amizades, provoca os abortos, suspende o chofre.
A
perversa aliada à raiva é cruel, desencadeia ódio, fortalece os estragos
físicos e emocionais, liberta a maldade e a loucura dos homens. A
incompreensível insegurança, somada à personalidade permite que as pessoas
convivam com este bem e/ou mal em escalas variáveis. Alinhando situações,
bordando decisões e escolhas na tentativa estúpida de conseguir os apenas dez
por cento de acertos felizes durante toda uma vida.
Resta-nos,
portanto, entre uma “cagada” e outra - inseguros destemidos ou não, conscientes
ou não, intuitivos ou lúcidos - assumirmos que sem ela, certamente, a
humanidade se descortinaria no caos das entregas, das verdades absolutas, dos
pedantismos exacerbados, das mortes justificadas e muito provavelmente não
saberíamos o que fazer com tudo isso!
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