Ele
Mas, que é
isto?
Você
prometeu, jurou, correu,
Até pensou
E ainda
nada?
O meu amor
ali parada me esperando
Para nos
esfregarmos, gastura de prazer,
Lambuzar o
branco, manchar o imáculo
E, ao final,
estrebuchar
Numa mistura
de riso e choro
Olha, ela é
impaciente, vem outro e logo é crau!
E eu, de
cabeça duríssima
Enquanto
você dá desculpas,
Nem isto
Bunda mole,
vai criar micose ai sentado
Vendo jogo,
novela, ou pior,
Dormindo
Enquanto a
vida passa, e, olha... passa
Suas filhas,
nem na puberdade acompanhou
Será que é
cego, míope, vesgo, estrábico?
Bunda mole
micosado.
Estragado.
E coitada,meu
amor lá
Branquinha,
límpida
Ela acha
tudo isto um saco
Até pensa em
entregar-se até às canetas
Que são do
mesmo gênero
E eu, preto,
forte,duro, poderoso,
Agora cheio
de pó e teias de aranha
A lida te
carrega
Bunda mole
micosado,
Enquanto
isto, o violão chora
Ela
Aqui
deitada, acomodada, descansando
Pelo jeito,
eternamente descansando, né ?
Toda
branquinha, magra, esfuziante
Uma brasa
latente, aguardando meu negão
Que vem
sempre duro, forte
Me rasgando
toda,
Mas, o Bunda
mole não se mexe
Né, Bunda
mole?
nem olha
para nós
Avarento,
desousado, preguiçoso, um velho narigudo
Nem
continho, uma frasezinha, um ponto e virgula
Nada
Quem sabe o
neném rabisque tudo quando chegar
Me desenhe,
tatue, pinte e borde
E faça o que
o Bunda Mole se diz incapaz!!!
Conto de Jairo Araujo para a III Mostra Artística Temática da Turma Braba. Tema: Micose.
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