Quando criança, André dizia 'o homem não foi à lua'. Se alguém podia afirmar isso com tal propriedade era ele que estava sempre com a cabeça lá.
Mas na realidade não cria que o homem havia ido à lua porque não acreditava na existência da lua.
Por consequência, André refutava a existência das marés. Logo, nessa lógica, o mar também deixava de existir. Por isso, também concluiu: o homem nunca foi ao mar.
Mais longe ainda, negava com ferocidade a mínima possibilidade de haver o conceito 'humanidade', de modo que, não acreditando assim no homem, facilmente desconfiava do fato de o tal ter à lua ido.
Até seus 12 anos de idade supunha que o homem ainda não havia ido à mulher (tomando como referência geral sua experiência própria), logo não acreditava na existência feminina.
No dia que finalmente conseguiu chegar à mulher se deparou com suas diversas fases, suas inconstâncias, sua atmosfera aguda, seu ciclo dilacerante do qual agora fazia parte, e, ao olhar para baixo e ver a esfera azul se afastando mais e mais, André pode fincar sua bandeira, suspirar com alívio e decretar: agora sim, agora sim acredito que o homem foi à lua!
Lê
Um comentário:
hahaha sensacional!
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