Humor, talento, ironia, reflexões, inteligência, sarcasmo, esperteza, maldade, sacanagem, diálogos, debates de ideias, (des)respeito, blasfêmia, provocações. Anti: moralismo, preconceito, censura etc. Participe se tiver coragem!
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Espelho: aquário
Cada espelho: será um adeus?
Nunca mais é mesma a imagem?
Cada vez eu me vejo a outros eus?
Serão-me, serei-os? Miragem?
Que sou da imagem do espelho?
Parente? E ele, eco de mim? Cópia da mentira
que finjo não ser, mas me assemelho
a outro de mim, que não respira?
Espelho reproduz cheiro, som, como o ar?
Ou é igual despedida, que é anósmica, muda?
E se as sombras são as únicas a pernoitar
no espelho, por que nele a minha não gruda?
É o espelho uma espécie de aquário
onde os olhos sobrevivem do que podem ver?
Será o espelho o sonho, o imaginário?
É possível, por muito tempo, fora dele sobreviver?
Lê
Quem sou eu? 3
Eu
gosto de experimentar alimentos
Iguarias
raras, preciosas, diferentes
Comer
tatu para mim não é sofrimento
Por
isso tenho igual aos lobos os dentes
Já
engoli cobra, lagarto, capim, jacaré
E mulheres estranhas, andando milhas e milhas
Mas
nada se compara, eu juro, tenha fé
Ao almoço do Jairo e suas famosas lentilhas!
faroberto
Quem sou eu? 2
Mastigo palheta de clarinete
E mordo hashis em vez de sushis
Racho vassoura ao meio num cacete
Destruo árvores pela raiz
Um dia quebro a mesa do escritório
Faço o computador pifar assim
Comerei meu caixão no meu velório
André? Claro que não! Sou o cupim.
Lê
E mordo hashis em vez de sushis
Racho vassoura ao meio num cacete
Destruo árvores pela raiz
Um dia quebro a mesa do escritório
Faço o computador pifar assim
Comerei meu caixão no meu velório
André? Claro que não! Sou o cupim.
Lê
Quem sou eu?
Como carne só como acepipe
Pegar com a mão pra mim não é cafona
Se falta carne nem dou chilique
Tenho um pratinho recheado de azeitona
Durmo tarde e acordo cedo, sim senhor!
Acostumado desde pequeno ano a ano
Nem carnívoro nem herbívoro com louvor
Me chamo Fábio sou cervejetariano
André
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
SENHORITO POEMA
AQUI VAI UM TRAVA-LÍNGUAS( Nos dois ou mais sentidos) PARA VOCÊ:
SE O TEMPO TIVESSE EU
TODO O TEMPO QUE O
TEMPO TEM
TALVEZ TIVESSE TEMPO
EU DE ME IRRITAR
COM A FALTA DE TEMPO
QUE AGORA TENHO EU.
SE O TEMPO TIVESSE EU
TODO O TEMPO QUE O
TEMPO TEM
TALVEZ TIVESSE TEMPO
EU DE ME IRRITAR
COM A FALTA DE TEMPO
QUE AGORA TENHO EU.
POESITLER
Neologismo criado para designar um usuário obstinado que escreve poesia diariamente, que beira à loucura, e que ainda espera que seus vários seguidores o leiam.
Senhorita Poesia
Poetisa representante dos futebolistas,
Marili novamente se irrita, se enfeza
com o silêncio dos comentaristas.
Entre poema sério e meio-sério reveza
sua verve, mas ninguém parece que nota,
então Marili se recolhe com tristeza.
A leitura é e sempre foi algo silencioso,
basta ver o silêncio que envolve a biblioteca.
De que serve avaliar algo que já é valioso?
Será que quem apenas lê e cala peca?
E se quem leu devolve em outro escrito
em vez de um comentário que disseca?!
Mas a razão é sabida, é feminina e bendita:
quer (como toda mulher quer ser mais bela que as outras)
a poesia, que é moça, ouvir que é a mais bonita!
Lê
Marili novamente se irrita, se enfeza
com o silêncio dos comentaristas.
Entre poema sério e meio-sério reveza
sua verve, mas ninguém parece que nota,
então Marili se recolhe com tristeza.
A leitura é e sempre foi algo silencioso,
basta ver o silêncio que envolve a biblioteca.
De que serve avaliar algo que já é valioso?
Será que quem apenas lê e cala peca?
E se quem leu devolve em outro escrito
em vez de um comentário que disseca?!
Mas a razão é sabida, é feminina e bendita:
quer (como toda mulher quer ser mais bela que as outras)
a poesia, que é moça, ouvir que é a mais bonita!
Lê
Ode aos selvagens
André e Fábio fazendo união
num ataque aos inocente pratos.
O que fizeram a esses ingratos
para sofrer tamanha ingratidão?
Será que odeiam também panelas
e evitam os talheres a todo custo?
Serão selvagens e tomam susto
ao imaginar o rango preso em celas?
Será que já descobriram o fogo?
Ou comem o boi vivo nem cru?
Será que eles pensam que 'mu'
é o boi pedindo que o matem logo?
Selvagens andam mesmo em grupo
e se urinam pra marcar território...
Eu, civilizado, só uso o mictório,
e é por isso que nem me preocupo.
Pois agora já descobri a razão
da repulsa incontida desses gaiatos:
é que nunca aprenderam a usar pratos
pois sempre comeram na minha mão...
Lê
num ataque aos inocente pratos.
O que fizeram a esses ingratos
para sofrer tamanha ingratidão?
Será que odeiam também panelas
e evitam os talheres a todo custo?
Serão selvagens e tomam susto
ao imaginar o rango preso em celas?
Será que já descobriram o fogo?
Ou comem o boi vivo nem cru?
Será que eles pensam que 'mu'
é o boi pedindo que o matem logo?
Selvagens andam mesmo em grupo
e se urinam pra marcar território...
Eu, civilizado, só uso o mictório,
e é por isso que nem me preocupo.
Pois agora já descobri a razão
da repulsa incontida desses gaiatos:
é que nunca aprenderam a usar pratos
pois sempre comeram na minha mão...
Lê
Dorminhoco
Leandro diz que é bom de cama
Enche o peito, orgulha, inflama
Eu não sei nem saber quero
Mas não venha com lero lero
Não sou eu que pago o pato
São palavras de outro relato
Eu me atento só aos fatos
Tem dormido só com pratos
André
CAMA, MESA E BANHO
Leandro
é bom de cama, por isso dela não sai
Antes
das duas da tarde, quando rola e dela cai
Também
é bom de mesa, fica cheio de mesuras
Aguardando
o meu café, a chaleira em fervuras
Gosta
de banho quente, ele é bom no desodorante
Aperta
mais de dez vezes, nunca pensa que é o bastante
Mas uma
coisa eu digo, quarto dele acumula cem pratos
Preocupar-se
só depois que juntar pó, barata e ratos
Sarah
pede com jeitinho, eu imploro, a Sonia insiste
“Leandro
lave a louça”, diz Quevedo que isso não ecxiste!
faroberto
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Lava, passa e cozinha
André lava a louça
Já eu nunca lavo
Eu não sou escravo
Tampouco sou moça
André passa a cueca
Já eu passo a vez
Eu não sou burguês
Tampouco careca
E vai culinária!
E pilota o forno!
Eu sou é noturno
André... é diária!
Lê
Já eu nunca lavo
Eu não sou escravo
Tampouco sou moça
André passa a cueca
Já eu passo a vez
Eu não sou burguês
Tampouco careca
E vai culinária!
E pilota o forno!
Eu sou é noturno
André... é diária!
Lê
Improvável
Não acredito no jipe
Na gripe
Na cura
Na Lua
Não acredito no Neil
Espaçonave nem viu
Nem à Lua desceu
Nem tampouco morreu
Acredito em tão pouco
Não perco tempo nem fico rouco
Não quero saber se passou na tv
Qualquer um acredita naquilo que vê
Se o homem foi à Lua
Em Marte montanhas o Curiosity fuça
A verdade crua e nua
Tão provável quanto Leandro lavando louça.
André
CONTESTAÇÃO
André
afirma categoricamente que o jipe Curiosity não está em Marte.
Segundo
ele, após a morte de Neil Armstrong, o astronauta que não pisou na lua, a
conspiração para enganar a nós, os crédulos na ciência e suas possibilidades,
está novamente ativada, agora não mais pela guerra fria porque o planeta Terra
está cada vez mais quente, mas a manipulação continua.
Para
o nosso amigo a alta resolução das fotos somente indica que é tudo montagem,
pois a atmosfera marciana não permite fotos tão nítidas, teria que estar tudo
turvo, nublado, segundo ele.
E
cadê a foto do jipe subindo e descendo montanhas? Se ele André foi andar 54 km
de bicicleta ao lado do Rio Pinheiros e não conseguiu tirar uma foto, como esse
jipezinho consegue isso nas montanhas de marte?
Onde
estão os rastros do pneu desse jipe? Qual é o combustível que ele usa?
Por
que ele está explorando o monte Sharp e não o monte Sony? Está tudo muito mal
explicado para esse discípulo de padre Quevedo.
De
qualquer forma, vamos aguardar a pesquisa do jipe imaginário e as considerações
do André, para que ele possa provar de uma vez por todas que Spielberg está
outra vez por trás disso tudo!
faroberto
Penal
Asasas
As as as
Asa sas
As a sas
A sa sa s
As às ás
A s a s a s
As asas.
Estilingue
Pedrinha à toa
Também voa.
De raspão...
Asa acena
Cai no chão
Uma pena!
Uma pena...
Lê
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
O nome absconso (versão livre)
Dar nome a um gato é um ato dificílimo;
não é nenhum joguinho, desses infantis.
Me deem por louco equivalente a mil sacis,
mas afirmo: um gato tem três nomes, no mínimo.
O primeiro é o comum, todos sabem de cór.
Poder ser um nome próprio ou um adjetivo
que indique a característica desse felino:
seja a cor, o aspecto ou o que lhe caia melhor.
Há outros nomes ainda que soam de fato
tanto para os machos quanto para as fêmeas.
Há palavras que até parece que são gêmeas
de tão idênticas ao jeito desse gato.
Mas todo gato quer um nome seu, seu só,
que com outro não se divida: um peculiar.
Senão, de que jeito manter a pose, miar
e abanar o rabo como quem espana o pó?
Um nome particular, um tanto mais digno,
algo como um título de nobreza, enorme!
Desses, com algum esforço, até mil designo;
mas nem falasse o nono e... já o gato dorme...
Pois acima de todos há um nome nessa
trilogia onomástica que nunca se soube.
Por mais que force o humano e ameace que roube:
apenas o gato o sabe e jamais confessa.
Ao ver um gato meditar (como quem some...)
saiba, o motivo é igual em todos momentos:
sua mente está imersa nos pensamentos
dos pensamentos aos pensamentos do nome:
seu impronunciável, simpronunciável,
pronunciavelado, enovelado, exosfeérico, e apenas seu, nome.
Lê
*
THE NAMING OF CATS
(The Naming of Cats is a difficult matter,
It isn’t just one of your holiday games;
You may think at first I’m as mad as a hatter
When I tell you, a cat must have THREE DIFFERENT NAMES.
First of all, there’s the name that the family use daily,
Such as Peter, Augustus, Alonzo or James,
Such as Victor or Jonathan, or George or Bill Bailey -
All of them sensible everyday names.
There are fancier names if you think they sound sweeter,
Some for the gentlemen, some for the dames:
Such as Plato, Admetus, Electra, Demeter -
But all of them sensible everyday names.
But I tell you, a cat needs a name that’s particular,
A name that’s peculiar, and more dignified,
Else how can he keep up his tail perpendicular,
Or spread out his whiskers, or cherish his pride?
Of names of this kind, I can give you a quorum,
Such as Munkustrap, Quaxo, or Coricopat,
Such as Bombalurina, or else Jellylorum -
Names that never belong to more than one cat.
But above and beyond there’s still one name left over,
And that is the name that you never will guess;
The name that no human research can discover -
But THE CAT HIMSELF KNOWS, and will never confess.
When you notice a cat in profound meditation,
The reason, I tell you, is always the same:
His mind is engaged in a rapt contemplation
Of the thought, of the thought, of the thought of his name:
His ineffable effable
Effanineffable
Deep and inscrutable singular Name.
T. S. ELLIOT)
não é nenhum joguinho, desses infantis.
Me deem por louco equivalente a mil sacis,
mas afirmo: um gato tem três nomes, no mínimo.
O primeiro é o comum, todos sabem de cór.
Poder ser um nome próprio ou um adjetivo
que indique a característica desse felino:
seja a cor, o aspecto ou o que lhe caia melhor.
Há outros nomes ainda que soam de fato
tanto para os machos quanto para as fêmeas.
Há palavras que até parece que são gêmeas
de tão idênticas ao jeito desse gato.
Mas todo gato quer um nome seu, seu só,
que com outro não se divida: um peculiar.
Senão, de que jeito manter a pose, miar
e abanar o rabo como quem espana o pó?
Um nome particular, um tanto mais digno,
algo como um título de nobreza, enorme!
Desses, com algum esforço, até mil designo;
mas nem falasse o nono e... já o gato dorme...
Pois acima de todos há um nome nessa
trilogia onomástica que nunca se soube.
Por mais que force o humano e ameace que roube:
apenas o gato o sabe e jamais confessa.
Ao ver um gato meditar (como quem some...)
saiba, o motivo é igual em todos momentos:
sua mente está imersa nos pensamentos
dos pensamentos aos pensamentos do nome:
seu impronunciável, simpronunciável,
pronunciavelado, enovelado, exosfeérico, e apenas seu, nome.
Lê
(Versão livre de um poema de T. S. Elliot que ousei fazer para Sarah, que, como se sabe, é apaixonada por gatos. Vai o poema original abaixo.)
*
THE NAMING OF CATS
(The Naming of Cats is a difficult matter,
It isn’t just one of your holiday games;
You may think at first I’m as mad as a hatter
When I tell you, a cat must have THREE DIFFERENT NAMES.
First of all, there’s the name that the family use daily,
Such as Peter, Augustus, Alonzo or James,
Such as Victor or Jonathan, or George or Bill Bailey -
All of them sensible everyday names.
There are fancier names if you think they sound sweeter,
Some for the gentlemen, some for the dames:
Such as Plato, Admetus, Electra, Demeter -
But all of them sensible everyday names.
But I tell you, a cat needs a name that’s particular,
A name that’s peculiar, and more dignified,
Else how can he keep up his tail perpendicular,
Or spread out his whiskers, or cherish his pride?
Of names of this kind, I can give you a quorum,
Such as Munkustrap, Quaxo, or Coricopat,
Such as Bombalurina, or else Jellylorum -
Names that never belong to more than one cat.
But above and beyond there’s still one name left over,
And that is the name that you never will guess;
The name that no human research can discover -
But THE CAT HIMSELF KNOWS, and will never confess.
When you notice a cat in profound meditation,
The reason, I tell you, is always the same:
His mind is engaged in a rapt contemplation
Of the thought, of the thought, of the thought of his name:
His ineffable effable
Effanineffable
Deep and inscrutable singular Name.
T. S. ELLIOT)
Eram os Andrés astronautas?
Andrezinho
não estava venus que podia fazer m..arte no sa..turno da noite, então ficou
plutão, correu, escorregou na terra, machucou-se e na ferida não passou mercúrio.
“Cromo?”, o advogado netuno perguntou. E completou: “assim você não está se c..urano.
Parece até ju..peter pan!” Assustado, o pequeno Andrezinho astronauta levantou
voo atrás da celisininho.
faroberto
Satélite
Quando criança, André dizia 'o homem não foi à lua'. Se alguém podia afirmar isso com tal propriedade era ele que estava sempre com a cabeça lá.
Mas na realidade não cria que o homem havia ido à lua porque não acreditava na existência da lua.
Por consequência, André refutava a existência das marés. Logo, nessa lógica, o mar também deixava de existir. Por isso, também concluiu: o homem nunca foi ao mar.
Mais longe ainda, negava com ferocidade a mínima possibilidade de haver o conceito 'humanidade', de modo que, não acreditando assim no homem, facilmente desconfiava do fato de o tal ter à lua ido.
Até seus 12 anos de idade supunha que o homem ainda não havia ido à mulher (tomando como referência geral sua experiência própria), logo não acreditava na existência feminina.
No dia que finalmente conseguiu chegar à mulher se deparou com suas diversas fases, suas inconstâncias, sua atmosfera aguda, seu ciclo dilacerante do qual agora fazia parte, e, ao olhar para baixo e ver a esfera azul se afastando mais e mais, André pode fincar sua bandeira, suspirar com alívio e decretar: agora sim, agora sim acredito que o homem foi à lua!
Lê
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Indignação
Eu impugno.
Escrevi Poema meio sério e Poema Sério, e nada de comentários!
Deu um puta trabalho!
Indignada estou!
Vou passar para turma dos ausentes! Pelo menos não sofrem!
Escrevi Poema meio sério e Poema Sério, e nada de comentários!
Deu um puta trabalho!
Indignada estou!
Vou passar para turma dos ausentes! Pelo menos não sofrem!
Aos entes ausentes
Talvez a ausência se sente
No lugar doente do ente
Doentediado da vida
Talvez a ausência se sinta
Do ente doente faminta
Quisera dar-lhe mordida!
Aos entes ausentes dedico
Esse poema quase nanico
Que louco falou colou coloucolouco... *
Até por isso que medico
Esse poema louco psico
Que esbraveja por pouco pou culpou cupouco... *
De louco fará feito fula fanfarra farra
Embora a beira dos mares de males esbarra
Vira fera cerra molares e dos lares espanta moléstia
Esgana essa gana se até cigana se engana
Idéia profana pessoa humana só vive em casta
Não quero presente de falsos contentes, basta!
Dedico o que digo comigo aos meus entes ausentes.
André e Lê
*(ler rápido embolado)
Cadê cadência
Cadê cadência? Decadência aqui baixou.
Cadê cadeira pra sentar e ver o show?
Cadê cadeado pra arrombar?
Cadê caderno pra anotar?
Cadê cadete pra deter quem silenciou?
Academia pra gastar o que juntou
Cadeia para alimentar quem já almoçou
Cadê, caduca década
Cadê a dica de cada
Cadê cadê cá decassílabo cadê?
Cadê cadência? Decadência aqui baixou.
Lê
(samba)
Cadê cadeira pra sentar e ver o show?
Cadê cadeado pra arrombar?
Cadê caderno pra anotar?
Cadê cadete pra deter quem silenciou?
Academia pra gastar o que juntou
Cadeia para alimentar quem já almoçou
Cadê, caduca década
Cadê a dica de cada
Cadê cadê cá decassílabo cadê?
Cadê cadência? Decadência aqui baixou.
Lê
(samba)
Sinopse
A vida fosse um filme o céu estaria dublado.
Chuva seria a tradução simultânea
de incompreensíveis águas estrangeiras.
A vida é um idioma ainda estranho para os nascituros.
Para os mortos, deve ser como hieróglifos indecifráveis.
Para nós, tanto um quanto outro.
De um jeito ou de outro,
o que se vê é a vida passar ligeira e inexplicável.
Um atribulado mosaico de imagens desconexas,
como um trailer de filme estrangeiro sem legendas.
Lê
Chuva seria a tradução simultânea
de incompreensíveis águas estrangeiras.
A vida é um idioma ainda estranho para os nascituros.
Para os mortos, deve ser como hieróglifos indecifráveis.
Para nós, tanto um quanto outro.
De um jeito ou de outro,
o que se vê é a vida passar ligeira e inexplicável.
Um atribulado mosaico de imagens desconexas,
como um trailer de filme estrangeiro sem legendas.
Lê
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
POEMA MEIO SÉRIO (veja Poema Sério em www.valsabrasileira.blogspot.com)
A moça olhou para o céu
Viu duas luas amarelas
Bêbada fez um escarcéu
Chamou outra, assobiadela.
Bebeu pela noite inteira
Pediu e contou copinhos
Cerva na mão brejeira
Copo dito bem cheinhos.
A moça olhou para o dia
Cansada, tanta emoção
Aliviada, enfim sabia
Entregue à tentação!
VINTAGE ( SOB PROTESTOS!)
Eu
sou assim meio Vintage.
Precisei
de vinte anos para ficar pronta,
E
mais vinte, para poder amadurecer.
Não
sei se estou no ponto certo,
O
que sei é que me sinto assim...
Como
aquele vinho maturado,
Esperando
a hora de ser tomado.
Quero
que a vida me tome agora...
Estou
pronta.
Estou
no aguardo!
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Tá no apuro? Dança Kuduro! (DESAFIO)
Meu carro ficou quebrado
Do lado de um grande muro
O cara do seguro
Chegou muito atrasado
O trânsito ficou atrapalhado
Povo nervoso, e eu no apuro
Um tanto quanto inseguro
Comecei a ficar desconfiado
Num impulso exagerado
Perdi a sensatez, eu juro
Comecei a dançar o Kuduro
Exibindo todo meu rebolado
O mundo impressionado
Entrou na dança do futuro
Eu, esperto, saí de fina, no escuro
Deixando pra trás o povo embasbacado
Marcia Salomon
Márcia Salomon é uma intérprete de alta sensibilidade e respeito aos compositores, destacando-se no cenário musical brasileiro com muita propriedade. Lançou 3 CDs pela gravadora Dabliú Discos: “Mundos e Fundos”, “De Lalá Pra Cá” e “Geminiana” (2006).
A vontade de renovar linguagens, descobrir novas formas de interpretação, sonoridades e textos contemporâneos, levou-a a participar ativamente de saraus por São Paulo, garimpando talentos e formas de expressão diferenciadas. Assim conheceu os compositores Leandro Henrique e Fábio Roberto, que seriam os porta-vozes de seus pensamentos melódicos e poéticos, resultando no quarto CD de carreira da artista, “Minha Tribo”.
O álbum conta com 14 canções inéditas produzidas por Edu Gomes (Cakewalking Studios), entre elas duas poesias do consagrado letrista Fernando Brant feitas para músicas de Leandro Henrique. Lançando o CD “Minha Tribo” Márcia Salomon consolida a sua carreira de forma ousada e inovadora, fruto da inquietude artística.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Vantagem (homenagem ao Vintage de Marili)
Se formos como o vinho
A amadurecer no caminho
A mim, Leandro Henrique
Que a vida só beberique
A meu pai, Roberto's Fábio
A vida só encoste o lábio
A professora Marili Santos
Vida beba a goles tantos
Ao velho André de Freitas
Beba em taças estreitas
Ao mestre Carlos Barbosa
Beba qual fosse gulosa
E nesse ponto a vida, já fraca
tomba de ressaca na maca...
A vantagem agora minha...
Não sabe o que perdeu
Justo na vez de Sarah
De beber a vida para.
Deixa que bebo eu!
Lê
A amadurecer no caminho
A mim, Leandro Henrique
Que a vida só beberique
A meu pai, Roberto's Fábio
A vida só encoste o lábio
A professora Marili Santos
Vida beba a goles tantos
Ao velho André de Freitas
Beba em taças estreitas
Ao mestre Carlos Barbosa
Beba qual fosse gulosa
E nesse ponto a vida, já fraca
tomba de ressaca na maca...
A vantagem agora minha...
Não sabe o que perdeu
Justo na vez de Sarah
De beber a vida para.
Deixa que bebo eu!
Lê
CADÊ?
UÉ
CADÊ TODO MUNDO?
E OS POETAS BRABOS SUMIRAM?
ESTÃO BRAVOS?
ESTÃO BÊBADOS?
ESTÃO PARALIZADOS?
ESTARIAM CANSADOS?
AMARGURADOS? ESCANDALIZADOS?
OU AINDA...
APAIXONADOS? ENAMORADOS?
EMBRIAGADOS?
CADÊ MUNDO TODO?
UÉ
CADÊ TODO MUNDO?
E OS POETAS BRABOS SUMIRAM?
ESTÃO BRAVOS?
ESTÃO BÊBADOS?
ESTÃO PARALIZADOS?
ESTARIAM CANSADOS?
AMARGURADOS? ESCANDALIZADOS?
OU AINDA...
APAIXONADOS? ENAMORADOS?
EMBRIAGADOS?
CADÊ MUNDO TODO?
UÉ
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Há uma ausência
Neto se faz de desentendido
Um tanto quanto esguio
Leva tudo pro mal entendido
Não responde nem desafio
Está um tanto quanto ausente
Palavreado tem na bala
Não sei, deve estar doente
Ou escreve ou tem balala!!!
André
Lamento do Sr. Ikio (Desafio) *
Do Japon expulsado
Minhas contas pagaro?
Minhas roupas levaro
To aqui mal tratado
Tenho olho puxado
Pro Japon custa caro
O pior nem te falo**
Tenho pinto encurtado
André
* Leia com voz de balala um pouco mais fino e com sotaque japonês.
** Em sotaque japonês lê-se "faro".
PAPA-ANJO
Não é o que você está pensando seu maldoso. É o que vira um Papa quando morre.
faroberto
APALPA
é o que diz uma criancinha quando o papa é eleito.
faroberto
faroberto
Pios característicos de cada ave
A ave curiosa espia
A de gaiola expia
O papagaio copia
A coruja arrepia
A de rapina surrupia
E a pomba da paz: utopia.
Lê
PAPILLON
Nome reservado para um Papa francês.
faroberto
SERMÃO DO PAPA
Ele é bom nisso porque tem papas na língua!
faroberto
faroberto
PAPADA
Camada de gordura sob o queixo do Papa.
faroberto
faroberto
PAPOULA
Comida que foi ingerida pelo Papa.
faroberto
faroberto
A GOLA (desafio)
O meu casaco rasgado
Roto, com um grande furo
Puído, sujo, obscuro
Feito coração despedaçado
Vazio de lãs, descosturado
De esperanças pão-duro
Murmúrio grave que amarguro
Colar que enforca um apaixonado
faroberto
Pedido de caricaturo (desafio)
André, bastante cuidado
Com esse meu caricaturo
Quero ele com muito apuro
Pra ser bem representado!
André, já deixo avisado
Não quero borro ou rasuro!
Faça o desenho mais puro:
Como eu sou, mas melhorado...
Lê
* Caricaturo sim, porque caricatura é no feminino.
Com esse meu caricaturo
Quero ele com muito apuro
Pra ser bem representado!
André, já deixo avisado
Não quero borro ou rasuro!
Faça o desenho mais puro:
Como eu sou, mas melhorado...
Lê
* Caricaturo sim, porque caricatura é no feminino.
O GOLE (desafio)
Foi um gole abençoado
Raro, único, maduro
Explicá-lo me aventuro
Um gole a ser admirado
Um prazer antecipado
Derradeiro e prematuro
Como rebento nascituro
Sedentamente desejado
faroberto
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Resposta ao desafio II
Não tenho ordenado
Tampouco seguro
Nem eu me aturo
De contas sou abastado.
Vou ao bar preocupado
Mas logo me curo
A conta? Penduro!
Beber é sagrado!
Lê
Tampouco seguro
Nem eu me aturo
De contas sou abastado.
Vou ao bar preocupado
Mas logo me curo
A conta? Penduro!
Beber é sagrado!
Lê
RESPOSTA AO DESAFIO
Poema Paupérrimo
Por Marili Santos
Não estou passado
O que estou é maduro
Não vejo além do futuro
Mas vejo o alcançado
O céu está alaranjado
A saudade é clausuro
No peito de um apaixonado
Há um remendo em apuro
Desafio
Indagado a respeito da presença de algumas repetidas rimas pobres em alguns de seus poemas, Quintana refletiu sobre a versatilidade da poesia e decretou (algo assim) que se se dessem as mesmas rimas pobres para diferentes poetas cada poema seria uma diferente coisa nova.
Vamos ver o que sai? Cada qual faça um poema cujos versos terminam com as respectivas rimas:
ADO
URO
URO
ADO
ADO
URO
URO
ADO.
ex:
o que estou é duro
não vejo além do muro
mas vejo um boi alado
o céu está parado
a saudade é um furo
no meio de um pano escuro
com um remendo do lado.
Lê
METALINGUE-POST IT
De fato o tal poeta
Não usa só verbete
Usa a pena e papel
Para fazer lembrete!
Marili Santos
E por falar em Papa
Papa: pessoa santa. Um espião infiltrado num antro de pecadores. Está sempre atento ao pecado alheio que com seu olho-de-câmera registra e manda imprimir amanhã mesmo nas gazetas siderais. O Papa é o paparazzi de Deus.
Lê
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
CURIOSIDADES
Para muitos a vida é cíclica, mas para o Papa encíclica.
faroberto
faroberto
Anedota da frase-ricochete (uma história mal-contada)
''A bolsa estourou!''
Tal frase gerou grande alvoroço no calçadão da Sé, centro da cidade, onde se presenciou uma disparada.
O moço prestes a se tornar pai enroscou no afobado economista. Viu-se cada qual buscando a direção oposta se debatendo como peixes siameses fisgados por imperceptível anzol, costurados pelo desespero em comum, movimentando as pernas sem sair do lugar, como se exercitassem numa esteira de academia.
"Senhora! A bolsa estourou!"
A alça da bolsa de uma senhora havia estourado, conforme um desocupado embora prestativo rapazinho avisou. Quando perceberam o mal-entendido, acalmaram, sorriram, até se abraçaram. Ufa!
"Pensei que..." "E eu que..."
E se desvencilhando se acenaram, cada qual para um jamais, a passos lentos. Depois se soube, o moço perdera o nascimento do primogênito e o economista, um valor incalculável nas ações.
O rapazinho, súbito profeta, apenas guardou a língua entre os dentes, satisfeito, como quem guarda uma pistola no coldre.
Lê
Brilho sonoro
Miro meu estilingue
Contra o céu e atiro
Miro uma estrela alta
Uma estrela alta miro.
A estrela se extingue
Mas lá vai o seu brilho...
Como o da viúva flauta
De Altamiro Carrilho.
Lê
Contra o céu e atiro
Miro uma estrela alta
Uma estrela alta miro.
A estrela se extingue
Mas lá vai o seu brilho...
Como o da viúva flauta
De Altamiro Carrilho.
Lê
Xinguilingue
O bom poeta
Não faz jejum
Nem faz dieta
Execra abstinência
Ou outro gesto análogo
Silêncio é violência
Contra todo diálogo
O item desistência
Não está em seu catálogo
Muitas vezes é normal
Que esbraveje ou que xingue
Se estiver sentimental
Pode ser que choramingue
Se alguém provoca e tal
Talvez depois se vingue
Mas nessa luta verbal *
Nunca foge do ringue
O bom poeta é original
Agora, o resto... é xinguilingue!
Lê
* Luta verbal consigo mesmo.
Não faz jejum
Nem faz dieta
Execra abstinência
Ou outro gesto análogo
Silêncio é violência
Contra todo diálogo
O item desistência
Não está em seu catálogo
Muitas vezes é normal
Que esbraveje ou que xingue
Se estiver sentimental
Pode ser que choramingue
Se alguém provoca e tal
Talvez depois se vingue
Mas nessa luta verbal *
Nunca foge do ringue
O bom poeta é original
Agora, o resto... é xinguilingue!
Lê
* Luta verbal consigo mesmo.
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Estilingue
Que o jejum acabe!
Língua seca, saliva calcária
Envolvido em mortalha
Quase tudo se extingue
Silêncio que não cabe
Erra gol até na área
O que antes metralha
Hoje é tiro de estilingue
André
domingo, 12 de agosto de 2012
Sempre saudade
Já sinto a tanta falta sua
mais agora ainda
daquele pai da infância herói imaginado
sinto maior a sua ausência em carne
e mais ainda aquela do espírito...
Sua parte que em mim ficou
hoje cala e sorri.
daquele pai da infância herói imaginado
sinto maior a sua ausência em carne
e mais ainda aquela do espírito...
Sua parte que em mim ficou
hoje cala e sorri.
FÁBULA
Era uma Formiga trabalhadora, mas sonhadora.
Labutava durante o dia e na madrugada era boêmia.
A Cigarra lhe disse não beba, pare de fumar, a arte não leva a nada.
Na fábula oficial eu cantei o tempo todo e quando eu fiquei pobre você me mandou dançar.
Pois é, respondeu a Formiga para a Cigarra, continue a dançar, por isso uma Formiga poeta fica com o Cigarro...
faroberto
A PRÓXIMA ESTREIA
Será música, será poema, será teatro?
Será idade ou criança?
Chico, Abrahão, Beatriz, Simão, Cecília, Alice...
O futuro nos pertence.
Temos que fazê-lo agora, pois o amanhã já passou.
A vida é o que ainda não existe.
Perpétua vontade
Dormi nos braços do meu amor
sonhando formigas...
Braços de meu amor é que formigavam
e dormiam.
Como formigas sustentando um sonho
cujo peso é dez vezes maior
que a própria imaginação.
Lê
sonhando formigas...
Braços de meu amor é que formigavam
e dormiam.
Como formigas sustentando um sonho
cujo peso é dez vezes maior
que a própria imaginação.
Lê
A última estreia
Toda estreia é sempre última. Dali pra frente são bises. O último ato nada é mais que inauguração do término. E o término... mero pretexto para aplausos.
Aplausos e acenos: mãos querendo voar. Logo, as mãos em queda pousam nos bolsos da calça nova que, por sua vez, acabou de sofrer, também, a última estreia.
Lê
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Caminhos abertos
O político é aquele que diz abrir todos os caminhos. Em São Paulo tal promessa é cumprida à risca, basta ver as buraqueiras que são as ruas da cidade. Aqui, todos os caminhos já estão abertos.
Lê
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Valores
Para pessoas como Fábio, beber não é um jeito de viver melhor, espairecer, curtir etc etc. Viver é que é a única forma que ele encontrou para poder beber.
Lê
Guinness
Publicado em diversos veículos da Imprensa uma pesquisa feita pela empresa alemã Bath-Haas Group que estabelece um ranking oficial dos países cujos habitantes bebem mais ou menos litros de cerveja por ano (per capita).
A República Tcheca ocupa a 2ª posição com 143 litros anuais, seguida de Áustria (108 litros) e Alemanha (107 litros). Brasil aparece apenas na 17ª posição com 62 litros.
O primeiro lugar foi concedido para o país Fábio Roberto (cuja capital é a-falta-de) que bebe em média 907,2 litros anuais.
Lê
terça-feira, 7 de agosto de 2012
DEFINIÇÕES
Dorminhoco: é o marido da minhoca quando dorme muito.
faroberto
SÓ COM PARTITURA
O André não toca música de ouvido porque as focas não têm orelhas!
faroberto
ps.: boas vindas ao André que retorna de merecidas (?) férias.
PROTETOR SOLAR
Era o que a Celi usava na praia quando o André cismava de fazer um solo de clarinete.
faroberto
FOLGADO
Diz que o André estava de férias mas deu muito trabalho para a Celi.
faroberto
faroberto
BRAVEZA
Parece que André está uma férias.
faroberto
faroberto
domingo, 5 de agosto de 2012
Destrinchando ditados
Para o boêmio a noite é um óvulo ainda não fecundado. Há que o fecundar para que a noite se torne, quiçá, uma criança, como no famoso ditado. Sem o boêmio a noite é infértil como uma velha de pernas e braços cruzados.
Lê
sábado, 4 de agosto de 2012
DIA DO FILHO
Leandro, meu filho, de dia fica com cara de ui
Vai dormir dizendo... fui
Meio da tarde, sempre com a cara amassada,
Toca o telefone, que maçada
Chega a noite a cara do cara acorda
Pega o violão, pinta e borda
Mas o seu melhor momento é a madrugada
Quando olha pro lado e vê a amada,
Se ela não está fica apaixo(enca)nado!
faroberto
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