sexta-feira, 21 de junho de 2013

Pequena tropo-crônica talvez inútil

O tal gigante acordou: de mau-humor, com mau-hálito, remelas nos olhos o impedem de ver direito (precisa lavar o rosto). De ressaca, faminto e com a bexiga pressionada pelos líquidos acumulados durante a longa hibernação ele vai até o banheiro, a porta está trancada, parece que alguém já estava acordado antes.
Não sei se o tal gigante vai poder fazer qualquer coisa nessas condições. 
Talvez quebre a porta, arranque de lá quem se acostumou a interditar o banheiro por muito tempo, faça o que tem que fazer e, depois de uma boa espreguiçada, se olhe no espelho e se perceba sem muitos recursos senão seu tamanho e força.
Talvez, frustrado, quebre o espelho espalhando pelo chão fragmentos de seu rosto raivoso em que um de seus próprios pés descalços pise. Talvez, agora que mancando do pé esquerdo, tropece com o direito e tombe no meio da sala.
Talvez sim, ou não, mas o tal gigante, como todo de que já ouvi falar, me parece um tanto desengonçado.

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