terça-feira, 11 de junho de 2013

Desperdício

A moça casta, moça virgem,
A sua pele ainda intacta.
O amor acumula a fuligem
Por entre as pernas compacta.

Sente logo uma vertigem
Ao pensar que de suor e sêmen
Está impregnada sua origem.
Seu pudor cala, suas vontades gemem...

Moça virgem, moça casta...
Suas mãos sempre contritas
Salvo quando assim afasta
Mãos de homens trogloditas.

Sente logo uma tontura
Ao sonhar-se em sacanagens.
Logo ela, toda pura
Assim pensando bobagens...

Mas, moça burra, passa fome!
Nem sabe que assim erra...
Pois um dia alguém a come,
Nem que seja a terra.




Nenhum comentário: