O poeta é
uma multidão num só.
Janela não
existe pra quem viu
o amor sem
resposta virar pó,
como o mais
lindo dia que existiu.
O poeta é
multidão e solitário.
Cachorro que
o dono morreu.
Garrafas
vazias no armário.
Memórias do
que nem aconteceu.
O poeta é um
caminho sem retorno.
Multidão o
habita, intensos sentimentos.
Criança que
ainda nem saiu do forno.
Futuro
enrugado e seus tormentos.
O poeta é
multidão e mais queria.
Não lhe basta
esse destino infinito.
Só a paixão da
mulher que o amaria,
lendo um
poema só na alma escrito.
Fábio
Roberto
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