domingo, 2 de junho de 2013

O Poeta da Solidão

O poeta é uma multidão num só.
Janela não existe pra quem viu
o amor sem resposta virar pó,
como o mais lindo dia que existiu.

O poeta é multidão e solitário.
Cachorro que o dono morreu.
Garrafas vazias no armário.
Memórias do que nem aconteceu.

O poeta é um caminho sem retorno.
Multidão o habita, intensos sentimentos.
Criança que ainda nem saiu do forno.
Futuro enrugado e seus tormentos.

O poeta é multidão e mais queria.
Não lhe basta esse destino infinito.
Só a paixão da mulher que o amaria,
lendo um poema só na alma escrito.

Fábio Roberto



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