O
espantalho vivia rodeado de frutas e dos predadores que tinha que espantar.
Mas
sempre um predador mais ousado rompia limites e roubava algo do que ele tinha
que proteger.
Não
entendia o fracasso.
Ficava
ali estático, firme, dedicado, de braços abertos cumprindo a sua função sem questionar.
Nem
uma frutinha sequer já experimentara.
Até
que certo dia os predadores levaram a última preciosidade do terreno.
Estava
tudo acabado. Frutas, função, firmeza, dedicação, razão de viver.
Desapareceram
os predadores e até o sol sumiu, o que não justificava mais nem usar o seu
chapéu de espantalho.
Mergulhou
em profunda depressão, sem saber pra onde ir ou fincar.
Entristeceu
uma dor imensa, pensou que ela nunca mais iria passar.
Exausto
e sem futuro, finalmente abaixou os braços.
Nesse
exato momento espantou a tristeza.
fÁBIO
rOBERTO
Um comentário:
Lindo... O texto.
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