quinta-feira, 27 de julho de 2017

Velho Mundo Novo

Pessoas idosas cuidam de suas casas
Com um pincel
Cobrem, delicadamente, aquela ferrugem ressurgênte 
Soldam o portão quebrado 
Podam suas plantas

Os casais se apoiam e aposentam suas bengalas 
A ajuda é mútua e o cuidado eterno 

É fim de tarde
Cheiro de vinho
Azeite 

Pro Sol não entrar nas casas
O toldo é natural
Feito de oliveiras 

O ar é de calmaria
Não há o que ter pressa
O que Temer
Olhem essas casas
Castelos medievais

Em meio a antiquarias 
Casas restauradas
Há mente aberta ao novo 
Outros mentem pro povo 
O novo e o velho acontecem ao mesmo tempo 

É tudo tão clássico 
O sino toca nas catedrais  
Há anúncios nos shoppings  
O cheiro de brechó invade o ar

Caminho nessas ruas ancestrais 
observo o chão de pedra:
"Quantos homens já não devem ter pisado nesse mesmo local?"

Enquanto isso no meu Brasil, feito terra, minha terra!!
Passavam tantos animais...

Jabuti
Jararaca
Jacaré 
Jaguatirica

Avenida perto de casa é Jaguaré 
Meu pai mora na Jabaquara 
Visitamos o Pico do Jaraguá

O povo aqui acha gozado tais nomes 
Eu invejo e admiro 
A calmaria portuguesa 
Mas tenho saudade e respeito 
A minha essência brasileira

5 comentários:

Fábio Roberto disse...

Essência brasileira e alma universal!

Jairo Medeiros disse...

Filha de peixe... ahaha.. tá muito lindo Bia. Te amo

Fábio Roberto disse...

É o que a Cândida sempre diz hihihi

Pati Justino disse...

Bia, poesia que parece um quadro, tingido de mil emoções. Parabéns! Adorei!

Beatriz Dias de Araújo disse...

É isso mesmo Fábio =D
Muito obrigada Patrícia! Fico feliz pelo elogio!
Pai te amo!