De sol o casco racha e rompe o solo seco
Lomba baixa e perna fina ágil porém
Se não se ágil de lado a pexera roça
E arrocha a vontade de correr
Pexera essa que de frente enfrenta cangaço
Que embainha cinturão famoso
Famoso é meu amo
Carrego a morte onde a boca manda
Sorte é obedecer em direção do nada
Torpedo é forte,
Torpedo aguenta
Pra direita vejo o Gatilho
Pangaré coxo da coxa
Culpada lance de foice
Não se deve nem dar coice
Gatilho logo vai, digo, foi-se
Torpedo é forte, Torpedo aguenta
Em mais um dia jornada nada
Buscando cabeça jurada à morte
Em alto penhasco avisto com sorte
Um cheiro carnal vindo ao sul e outro norte
Temido meu amo temida emboscada
Torpedo é rápido, Torpedo corre!
De dez jagunços gritam: Morre!
Mal criado desobedece a ordem
Esconderijo em judiado cacto
Percebe é seu todo esse sangue escorre
Culpa o Diabo que
desfez o pacto
E desse solo que em anos não se molha
Folha seca delicia um só gole
Suspiro último não se assusta com que olha
Pulmão vazio apertado feito fole
Torpedo é forte, Torpedo aguenta...
André
(Para a IV Mostra Artística Temática da Turma Braba)
2 comentários:
Lindo.
Muito lindo e forte
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