segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Claquete

André sempre procurou alma gêmea
Pra fazer de poemas troca-troca
Para ser um do outro macha e fêmea
E enfim fazer piar a jiripoca.

André abriu até a grande cúpula
Pra decidir parceiro de poema
Que então faria co'ele grande dupla
Como um casal de filme de cinema.

Primeiro fez com Jairo par romântico
Em Pontes, Clint Eastwood e Meryl Streep
Di Caprio e Winslet se amando no atlântico
Bluesman e Lucille lá por Mississippi. 

Mas não deu certo, não rolou a química
E André continuou fazendo teste
Medindo a aparência e a compleição rímica
Dos pretendentes à função celeste.

Até que um belo dia, nem sei quando,
Alguém desponta; será um poeta,
Na janela de André versos cantando?
Era o Romeu pra sua Julieta!

Era a face-e-meia, a dupla dinâmica
Era o Batman para o seu Robin
Era a mão firme pra sua cerâmica
Era o Vinicius para o seu Jobim.

Oh era o Sal para seu Al Pacino
Num Dia de Cão ou Dia de Fúria
De 4, pecados, o seu destino
Era a cobiça, a ira, a gula e a luxúria.

O Brad Pitt em sua Angelina Jolie
O Ney Matogrosso pra seu Cazuza
O pincel pra seu Salvador Dali
Eram as serpentes pra sua Medusa.

A Yoko Ono para o seu John Lennon
Era o Richard Gere para sua Julia
Era o enorme, confuso e sereno
Palheiro que faltava em sua agulha.

Era o Murakami quem despontava
A deixar André com a perna entre os rabos
Tudo isso no dia em que – té chorava –
Renato vinculou-se ao Poemas Brabos...

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