quarta-feira, 24 de julho de 2013

O carnaval do foleão


Não é bem que esteja domado
O leão, outrora medonho.
Nem se pode dizer 'tristonho'
Desse, hoje, felino enjaulado,
Pois nunca abandonou seu sonho.

Se ao circo sua vida pertence,
Faz o show não como escravo,
Mas qual legítimo circense.
Mesmo quando perde, ele vence,
Pois, seja no quinto ou no oitavo
Número, sempre escuta: 'bravo!'.

E bravo é mesmo como fica
Se quando escuta 'bravos' ruge
Talvez como quem reivindica
Ou qual quem se desenferruje
O seu rugido se amplifica.

De circo, de selva ou de-chácara,
De chá, zoológico ou de signo,
Todo leão é sempre digno,
Até quando a outro massacra
Com ares de fome e maligno.

Ninguém tem vida fácil não
Mas digo com certa agonia:
Tá mais difícil pro leão
Se todos matam um por dia...
Mas esse aqui, mesmo sem juba,
Eu quero ver quem o derruba!

Nenhum comentário: