quarta-feira, 17 de julho de 2013

Êne? ah... oh Tio!

Tio Bonança, meu parente,
Me visita poucas vezes
E quando vem sou ridente:
Meu sorriso dura meses.

Tia Fartura, sua esposa,
Sempre traz muitos quitutes.
Ela me dá qualquer coisa:
Coisas saudáveis ou fúteis.

Mas veja só, esses dois,
Digo por bem da verdade,
Só me visitam depois
Que já passou tempestade!

Aí é que não preciso
De proteção ou abrigo!
Quem vai colhêr o sorriso
Da caveira no jazigo?

Quero fartura e bonança
Enquanto sofro a procela.
Só depois quero esperança,
Por não precisar mais dela.

Um comentário:

Fábio Roberto disse...

Versos perfeitos para a realidade.