Era bela a estória, mas não teve fim
Como se de um livro página rasgasse
Derradeira cena que não se filmasse
Ou se arrancasse as cordas do bandolim
Antes que a seresta uma voz cantasse
E se batessem as asas de um querubim
Como se apagasse luz de curumim
Ou se o tempo nunca mais passasse
Deixando só o vazio que o olho admirasse
Terra devastada, sem nenhum jardim
Samba que esqueceu o som do tamborim
Um reencontro em que não se abraçasse
Ou nele se beijasse lábios de manequim
Como se um poeta nunca mais amasse
E se a lembrança que o habitasse
Fosse a estória bela que não teve fim
Fábio Roberto
2 comentários:
Belíssimos versos!...
Li de um poeta sobre não existir ponto final, vírgulas, reticências... Que o fim seja uma exclamação de alegria, que sejam lábios que mereçam a imortalização pelo nanquim!
Beijos! =)
Que assim seja! Valeu!
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