terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

ACORDE


Nós conhecemos e desconhecemos as pessoas. Não se assuste as pessoas não passam pelas nossas vidas elas perpassam, apenas. Vão e vem assim como o vento suave ou forte, rasante e efêmero.

Amanhece, anoitece, dias mudam em meses para anos e quando se percebe o tempo dilatado e difuso, aquela gente de outrora se foi. Se foi em morte, em desaparecimento, em vontades de irem simplesmente, como a chuva rapidinha.

E assim achamos novas gentes, novas caras, presentes de agora, por um instante, presas em nós por laços quaisquer, como os ninhos formados apenas para àquela ninhada. Passado o verão se vão livres e temerosos pela liberdade de ir e voar.

E você ali, paradinho, relembra, chora fininho, escondido de você mesmo, daquele amor, daquele amigo, do pai, irmão, conhecido, daquele que nunca conheceu. Chora pelo indigente que é, e vê-se sozinho, porque é assim que sempre somos; sozinhos, abandonados no ninho, esperando o próximo verão chegar.

 

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