terça-feira, 1 de agosto de 2017

DESTINOS

O poeta escreve o que vive, o que gostaria de viver, o que sente, o
que sentirá, o que vê ou irá ver, o que passou, o que sabe e o que
nunca saberá.

O destino do poeta é buscar as palavras mais bonitas, perfeitas e
simples para reproduzir a emoção de viver e amar.

Hoje, especialmente hoje, só neste instante, neste milésimo de
segundo e nunca mais talvez, não tenho vida para escrever, não
gostaria de viver nada, nada sinto ou sentirei, nada vejo ou verei,
nada passei, nada sei e nada soube.

Um poeta assim é um poeta sem palavras e ironicamente um
poeta sem palavras nem mais poeta é para poder reproduzir a
emoção de viver e amar.

Então encerro agora todos os destinos com o meu, o meu destino
de ser sem destino. E como não tenho destino algum, nem palavras,
calo minha voz e fecho os meus olhos.

Vou me deixar conduzir para onde o vento leva as folhas que
caem das árvores. Irei junto como uma folha de papel em branco.

Quando outro vento qualquer, por um capricho do destino, me
trouxer de volta, serei poeta de novo e trarei palavras vivas em
minha folha de papel.

Destinos...


Fábio Roberto

Fim do Livro dos Destinos


Um comentário:

Nadine Granad disse...

Amei a série!

*aplausos*