Uma
canção não se desfaz
se
já tocou e alguém sentiu.
Mesmo
se o dono da canção,
um
dia quiser esse som renegar.
Cantar
é dom da vida.
As frases, melodias
que
a cada sol combinam suas cores.
Destinos, ousadias
vencendo
os pudores.
Passagem
carimbada só de ida.
Uma
canção não se desfaz
se
já tocou e alguém sentiu.
Mesmo
se o dono da canção,
um
dia quiser esse som renegar.
Viver
é dom de quem não sabe,
não
desejou, talvez nem acredite.
Dançam
livremente as notas pelo ar.
Não
haverá amor que não acabe.
Mesmo
paixão louca de Afrodite,
morre
só e longe do seu par.
Uma
canção não se desfaz
se
já tocou e alguém sentiu.
Mesmo
se o dono da canção,
um
dia quiser esse som renegar.
Compor
é próximo dos deuses:
o
artista determina grand finale.
Rasgando
a partitura em improviso,
regendo
o som da morte com berceuses.
E
antes que a paixão pra sempre cale,
a
beija altissonante com um sorriso.
Uma
canção não se desfaz
se
já tocou e alguém sentiu.
Mesmo
se o dono da canção,
um
dia quiser esse som renegar.
(Canção 19 da parceria Jairo Araujo e Fábio Roberto)
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