sábado, 9 de abril de 2016

poema de 6 anos

o primeiro nos chegou já do nada
nada trouxe ou perguntou já de prima.
só depois vindo do bar deu em cima,
do florista trazendo a flor roubada.

o segundo mal chegou foi embora,
como tudo que é melhor passou logo.
o segundo - nem minuto, nem hora -
escapou como um silêncio no fogo.

o terceiro foi azul como um sábado.
como o primeiro, intenso, primavera.
qual o segundo, inebriado, bêbado,
e como o quarto, ver-se-á, quimera.

o quarto foi assim: bom como um quarto,
onde existirmos — noite em plenilúnio.
e como o quinto então seria, farto,
como um segredo dentro de um murmúrio.

e o quinto, claro, toda quintessência
de ímpetos, quíntuplos, de amor sublime,
inabalável, toda a exuberância
da delicada flor em terra firme.

o sexto, ah, o sexto é como uma sexta,
é bom: como o aconchego de uma cama.
como a doce alegria de uma festa
que dura bem mais que um fim de semana.

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