segunda-feira, 7 de julho de 2014

Perspectiva

Acabo de contemplar-me... a mim mesmo... e do chão...
Dessa perspectiva em decúbito diviso
um ser em altiva postura. Vitorioso. Riso.
Acabo de contemplar-me, mas – estou lá ou não?


Começo a perceber-me... A mim mesmo... No chão...
Desse ponto de vista qualquer bípede ignora
um ser rastejante, invertebrado. E chora...
Reparo que o ser me contemplo com atenção.

Tenho os olhos fechados, não me vejo.
Não me assoberbo nem me queixo.
Estou nem onde estou. Não me julgo.

Me vejo de pé. Do chão. Ah, e almejo...
Vejo-me no chão. De pé. E nem mexo...
Sou nem quem eu sou. Eu me vulgo.

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