segunda-feira, 28 de julho de 2014

Soneto de Naomi e pais

A janela o pai cuidadosamente fecha
Abre o olhinho preguiçosamente a filha
Ao sorrisinho entre parêntesis (bochechas)
O coração da mãe quase descarrilha.

A mãe, dedinhos no rostinho, cócega
A filha, risinhos, perninhas, balbúcies
O coração do pai quase que enrosca
Com algumas girafinhas de pelúcia.

Shhh... Olhinho teimoso, oscila
Palpebrinha pesa, sono, cochila
Desperta, vê pais, relaxa, dorme.

Os pais: imóveis feito estrelas
Nem respiram, oxigênio é vê-la.
Iluminam de leve o sono de Naomi.

sábado, 19 de julho de 2014

AQUI

O que será de nós

nesta terra devastada
natureza morta, pedra dura
alma triste, fria, escura
visão turva, aleijada
trovador sem voz?

O que será de nós agora

sem futuro ou esperança
bicho errante, carcaça
ruína, poeira, desgraça
valsa que ninguém dança
dor que a mente devora?

O que será de nós agora que chegamos

superando prece e morte
vida, destino e tempo
carregados pelo vento
à procura de melhor sorte
utopias, sorrisos, reclamos?

O que será de nós agora que chegamos aqui?



Fábio Roberto

sexta-feira, 11 de julho de 2014

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Perspectiva

Acabo de contemplar-me... a mim mesmo... e do chão...
Dessa perspectiva em decúbito diviso
um ser em altiva postura. Vitorioso. Riso.
Acabo de contemplar-me, mas – estou lá ou não?


Começo a perceber-me... A mim mesmo... No chão...
Desse ponto de vista qualquer bípede ignora
um ser rastejante, invertebrado. E chora...
Reparo que o ser me contemplo com atenção.

Tenho os olhos fechados, não me vejo.
Não me assoberbo nem me queixo.
Estou nem onde estou. Não me julgo.

Me vejo de pé. Do chão. Ah, e almejo...
Vejo-me no chão. De pé. E nem mexo...
Sou nem quem eu sou. Eu me vulgo.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Chatlover

Se me deixar, eu juro que te explorer
e te deixo em firefox, meu amor. 
Desde tatibitate, eu em google-dadá
te searcheio por todos mails possíveis.
Espero que blogo-logo vocêtube. 
Ah, como eu te like, sou ciumento:
nunca vou te share com ninguém.
Que confuso é estar senha-namorada.
Oh virtualíssima! Espero te ver login.

Lê