sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Longa e boa

Quero que minha vida seja um Stairway to Heaven, acionado o repeat.

Dessa pra melhor

O morto é mais poderoso que o Alzheimer.
É a eterna lembrança.

Pró-campanha Doação de Órgãos

Músico consciente o que ao morrer doar seu Hammond.

Inventário

Morrerei. E de mim deixo só:
A carne aos que carnívoros;
Um violão, já armado em dó;
E um caos ou cais, em livros.


Coca gringa tem rato ou não?

RenatoMurakami

Cerveja Escura

Os poemas do André estão Munchen...

Faroberto

Brandy

Jairo é um Napo leon.

Faroberto

Traga!

Uísque bom é dose e anos.

Trago

Whisky ruim nem é dose.

Faroberto

Chatinho

Nem chegava a ser mala, era trouxa.

Faroberto

Mico

Se pagou o maior pau foi por tara?

Faroberto

Odor

A lixeira mal.

Faroberto

Disputas

Aos vencedores as batatas. Aos perdedores balalas...

Faroberto

Qual?

Quando eu otimista posso. Quando pessimista poço...

Fábio Roberto

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Ciclo

Vou dormir porque dormir é morrer. Depois vou acordar porque a vida é talvez.


Fábio Roberto

Diafragma

Pensava ter a solução mas era apenas um soluço...


Fábio Roberto

Acolá

Quando você pensa que chegou lá você pensa.


Fábio Roberto

Quase

Faltou um pouco. Muito perto. Era tão próximo e era quase. Não sei se o eterno pode ser efêmero. Não sei se o quase pode ser pra sempre. Quem sabe o tempo se saiba.


Fábio Roberto

Nada

Quando nada mais te emotiva não há mais motivo pra nada.

Fábio Roberto

Tudo

Tudo tem um motivo. Nem tudo tem uma motivação.

Fábio Roberto

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Bronco

O amor do troglodita cai qual pétala
Dentro do seu coração em balbúrdias.
Entre pregões, cenas estapafúrdias,
Ruídos, brigas, mortes, há um poeta lá.

Está sentimental o troglodita.
A primavera enfim já se aproxima
E o truculento põe-se a fazer rima
Logo que vê passar moça bonita.

Mas bonita a moça não considera
Nem uma palavra nem primavera
Nem pôr do sol nem lua nem crepúsculo.

Frustrado o brucutu rasga os escritos,
Bate o tórax e solta entre dois gritos:
'Amor o troglodita arrasta a músculo!'

Mens-corpore de um desengonçado

Meu espírito é esportivo
O meu corpo sedentário.
Meu sentir é progressivo
Meu coração anti-horário.
O meu passo é decisivo
O meu pé retardatário.

O meu carinho é um clímax
Minha mão empata-foda.
Minha mente igual a Fênix
Meu cérebro cinza, a poda.
Minha visão fiat-lux
Meu olho escuridão toda.

Tudo em mim, do que era ideia,
Quando realizado, afrouxa.
Algo assim feito uma estreia
Para uma plateia chocha.
Minha intenção? É na veia!
Mas o real é nas coxa.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Nunca

Nunca é o lugar a que sempre vou.
A palavra que digo a toda hora.
A pessoa que a todo instante sou
Enquanto o tempo se desmancha aurora.

Nunca é o luar que não se eclipsou.
A palavra que mordo e me devora.
A peçonha que em cura se tornou.
É o antes já depois talvez agora.

É jamais ter sido feliz, ao que parece,
Mas também sem nunca ter deixado de o ser.
É tudo que, por não vivido, não se esquece.
 
Intransponíveis obstáculos... Inalcançáveis metas...
Nunca... Nunca... Nunca! uns jamais vão saber
Como é lindo e absurdo o nunca dos poetas!

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Acordar

Uma palavra
Uma única palavra
De quem te ama
De quem você ama mais do que a vida
Movimenta tudo
Muda o presente
E o futuro se acende

É por isso que vale a pena amar intensamente como se a gente fosse morrer agora
A paixão realiza, te dá força, te eterniza junto à felicidade.

“como é bom poder tocar um instrumento” (Caetano Veloso).

Tem uma mulher que toca a minha alma e eu toco a alma dela.



Fábio Roberto

Adormecer

Triste morrer todo dia
Renascendo maldita esperança
Ah...esperança, isso cansa
A paz prometida é arredia

Não espero ou desejo mais nada
Que venha a verdade indigesta
Deixo a vida, palavra funesta,
Que minh’alma pro inferno se evada


Fábio Roberto

Preocupação paternal

Me perdoe, meu filho
Se te sou muito rígido
Mas é que andas tão frígido
Sem força nem brilho.

Será que acabou a pilha?
Estará com mau contato?!
Isso preocupa de fato
Sua artística família.

Andamos tão apreensivos
Co'essas novas companhias
Com o entrares numas frias
'stás calado, sem motivos.

Esse tal Jairo Araújo
Não lhe é boa influência
Afirmo com veemência
Que é pior que o dito-cujo.

Teu escrever periódico
Nossa alegria extravasa
É como, ao voltar à casa
Bem faz, o filho pródigo.

Radical

Mergulhado em mar poema
Aspirando nova idéia
Um hostil ecossistema
Sobrevivo em apnéia

De palavra toma um gancho
Em verso esquiva vem
Uma estrofe em ponta queixo
Abre métrica contagem

Não é luta, não é forte
Nem toureiro ou alpinista
Radical é esse esporte
Quem pratica é poemista

André

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A Música

Melodia surgiu de súbito
E eu dela, humilde súdito,
Perguntei de onde ela vinha,
De quem era, se era minha.

Não tocava um instrumento,
Justo naquele momento.
Perguntei de onde ela era,
Alegria, paixão ou quimera?

Melodia densa fluía,
Bonita que até doía
Perguntei: tu és de verdade?
És agora ou saudade?

Nenhuma resposta eu tive.
Não importa como adjetive,
Era eterna e talvez a esqueça
No fundo desta cabeça.


Fábio Roberto

La Cuenta

Tá tudo muito quieto:
Renato fogo de palha
Silêncio Jairo espalha
André sem alfabeto

Calado, oculto e mudo
Renato, cadê coragem?
Jairo dorme na garagem
André era só papudo

Das palavras, taciturnos
Engoliram letras a seco
Abandonaram num beco
Pisaram com seus coturnos

E à poesia, majestosa,
Coitada, assim maltratada,
Resta a tristeza pesada
Ao pedir a dolorosa


Faroberto

Em forma

André abusou em Setembro.
Causou furores e espanto.
Escreveu tanto, mas tanto,
Como igual dantes não lembro,
Que bateu qualquer recorde,
Disso não há quem discorde.

No entanto o mês inda corre
Aliás não passa de um/terço
E André já pára disperso
Como quem dorme ou quem morre.
De mal a pior, vai péssimo,
Da cota não cumpre um décimo.

Será que se incentivado
E elogiado, honra o mérito,
E então supera o pretérito
Qual recorde ultrapassado?
Boca fechada igual zíper
Silêncio sem roupa: stripper.

Da nossa igreja maldita
Afasta-se André aos poucos.
Anda a pensar que é de loucos
Essa profissão de escrita.
Pra evitar do inferno o abismo,
Pensa que é só pagar dízimo.

Mas entendo a lentidão
Como fraqueza de espír'to
Não é veloz como Ayrton
Nem assíduo qual cristão.
Como da cruz o diabo
Foge André de Poema Brabo.

Ou nos vê qual demoníacos
Ou nos enxerga fanáticos.
Doidos, malucos, lunáticos.
Avecênicos, cardíacos.
Nossa mente cancerígena
É tão rara quanto Krishna.

Crença, fé, besteira, humor
Tudo isso é nosso esporte
Não nos alcançará morte
Eu sou meu próprio tumor.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Pratos Limpos

Impressionante que quando Leandro faz comida soja tudo.

Faroberto

Brasil x França

Quando é contra a França o André quer que tudo Zidane.

Faroberto

Brasil x Portugal

Jairo ficou fã de um jogador português chamado Cuentrão!

Faroberto

Inspiração

Por hoje chega! Pois vai embora...

Delay

Para a comunicação à distância é um defeito. Para a música, um efeito.

Atrasado

Não é que o Jairo não faz poemas. É delay exagerado


Faroberto

Abc

Jairo está começando a ensinar Simão a escrever. Meu Deus, eu pergunto, como??

Vidas

Espiritualista feito Leandro não acredita em encarnação. Acredita em vegetação.


Faroberto

Poligritualista

André, o espiritualista poliglota, diz: sou aquilo que soul.

Xixi

Leandro bebeu cerveja mas não urinou, ele miojo...

Faroberto


Disse-me o padrinho

Jairo me xingando: Seu afilhado da puta!...

Carne

Para o Jairo o buraco é mais emBassi.

Faroberto

Pai protetor

Faroberto: Leandro, meu filho! Estás chorando?
Lê: É a cebola.

Fábio ataca a cebola raivosamente cortando-a em pedacinhos.

Lê: Obrigado!

Precipitação

Faroberto: Porra, Leandro! Queimou a comida!
Lê: É feijão preto, porra!


* fato verídico.

Teaser

Sonia diz: é coisa mística...
Marcia diz: é cabalística...
Carlão diz: é egoística...
Rosana diz: é eurística...
Jairo diz: é eucarística...
Enrique diz: é estatística...
Marili diz: é linguística...
Sarah diz: é sarística...
Celi diz: é urbanística...
Carol diz: é automobilística...
Gabi diz: é turística...
André diz: é realística!
Renato diz: é paisagística...
Luciana diz: é característica...
Fábio diz: é humorística...
Eu digo só: é Mostra Artística!!

Visões hemisféricas

Renato acha que 'For God's sake' significa 'Pelo sakê de Deus, né?!'.
André acha que significa 'Deus tem quatro bolas!'

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Sparring Demitido

Estrategista ele se diz
Não ganha nem jo ken po
Lutando quebra o nariz
Sai dizendo ai ki do

Será que ele é bom no xadrez?
Só se for quando comendo
Um tipo de frango chinês
Ou em cana sofrendo

Tem o Jairo como amante
Murakami de cozinheiro
Do Fábio é coadjuvante
Adora em Leandro até o cheiro

Já cansei desse sparring
Minha pancada já sentiu
Mesmo que me amarrem
Não rende no pay per view

Faroberto


Claquete

André sempre procurou alma gêmea
Pra fazer de poemas troca-troca
Para ser um do outro macha e fêmea
E enfim fazer piar a jiripoca.

André abriu até a grande cúpula
Pra decidir parceiro de poema
Que então faria co'ele grande dupla
Como um casal de filme de cinema.

Primeiro fez com Jairo par romântico
Em Pontes, Clint Eastwood e Meryl Streep
Di Caprio e Winslet se amando no atlântico
Bluesman e Lucille lá por Mississippi. 

Mas não deu certo, não rolou a química
E André continuou fazendo teste
Medindo a aparência e a compleição rímica
Dos pretendentes à função celeste.

Até que um belo dia, nem sei quando,
Alguém desponta; será um poeta,
Na janela de André versos cantando?
Era o Romeu pra sua Julieta!

Era a face-e-meia, a dupla dinâmica
Era o Batman para o seu Robin
Era a mão firme pra sua cerâmica
Era o Vinicius para o seu Jobim.

Oh era o Sal para seu Al Pacino
Num Dia de Cão ou Dia de Fúria
De 4, pecados, o seu destino
Era a cobiça, a ira, a gula e a luxúria.

O Brad Pitt em sua Angelina Jolie
O Ney Matogrosso pra seu Cazuza
O pincel pra seu Salvador Dali
Eram as serpentes pra sua Medusa.

A Yoko Ono para o seu John Lennon
Era o Richard Gere para sua Julia
Era o enorme, confuso e sereno
Palheiro que faltava em sua agulha.

Era o Murakami quem despontava
A deixar André com a perna entre os rabos
Tudo isso no dia em que – té chorava –
Renato vinculou-se ao Poemas Brabos...

O peão tá morto

Como herói que sai de luto
Bate num noutro também
Se não fosse Lex Lutor
Quem seria o super man?

Tenta desfocar fracasso 
Sem sucesso ainda fita
Q'nem piada de palhaço 
Não achou criptonita

Poesia saiba ou não 
É estratégia não é rinha
Sacrifica-se o peão
Pra no fim comer rainha

André 

O Encosto

André, tua obsessão
Não arreda, nunca cessa
Cada hora mais possessa
Mas não faço concessão

Parece um cd riscado
Uma tecla emperrada
Uma bicha mal amada
Entendida do babado

Virou fantasma, encosto
Do meu saco um pentelho
Um menisco do joelho
Do Jairo, mero preposto

Grita, grita e nada fala
João bobo vai e volta
Está doida? A franga solta
Extraviada feito mala


faroberto

A outra turma do Fábio

To falando que é esquisito
Me preocupa, tira o sono
Antes Fábio era o mito!
Hoje um poeta homo

Outra turma que ele espreita
É daquelas da parada
Ô coroa se indireita!
Ta liberando a outra entrada?

Já sei onde isso acaba
Sai do armário! Desiniba!
Quer sair da Turma Braba
Quer entrar na Turma Biba!

André 

Fronha

Bofetada tua esquivo
Não acerta nem uma mosca
Só sabe palavra tosca
Problema cognitivo

To velho, mas no jogo
Ainda craque, bom de bola
Você chora e rebola
Vestido de demagogo

Essa tua pose de macho
Não se sustenta no espelho
Que te olha e vê um fedelho
Usando calcinha por baixo

Fica quieto, volta pra cama
Esconda-se mordendo a fronha
Fazer sexo pra tu é bronha
Sonhando que é minha dama


Faroberto

Mulher de malandro

Faroberto com ciúmes
Gostaria ser primeiro
Ta querendo entrar pro Guines 
Não quer parte quer inteiro

Pra você tenho uma lisa
Tem pra todos não insista
Sai de mim coroa, chispa!
Depois de velho masoquista?

Antes peço agora mando
Uma verdade acreditada
Como mina de malandro
Fábio ama bofetada

André 

Projeção predilecional recíproca (para Murakami)

Ele do Abujamra é fã
Mas do filho, não do pai
Será, não gosta de cã?
E odeia os velhos; uai?

Fiquei tentando entender
Por que não gosta do Antônio
Será que não tem a ver?
Ou é coisa do demônio?

Mas agora dou destaque
Só agora entendi, pois é
É que o cantor do Karnak
Se chama também André...

Terceira Campainha

Corre um boato que Renato é insone
Sei não, isso me parece lenda
Tanto faz que ele se ofenda
Adormece com Abujamra no fone

Agora mesmo está sonhando e ronca
Vizinhos reclamaram com o síndico
Sugeriram meditação de índico
Só resolve da Luciana a bronca

Acordem o Murakami poeta
Aguardemos o próximo ato
Da peça que escreve de fato
Foi suave a minha indireta


Faroberto

Naipe em carta marcada

Única razão para André amar Murakami e não Jairo é que um é nipo e o outro é napo...

Churras Nipônico

Quando o André escreveu "um de coração" é que ele tá querendo espetinho!

Faroberto

Hora da Verdade

Vejam só que impressionante
André desandou a escrever
Débito tinha a haver
Agora caminhão basculante

Foi que o Renato chegou
André de repente tão meigo
Deixou de palavras ser leigo
Parece que se apaixonou

Leandro também sorridente
Pastel garantido, né?
Pão de queijo, quem sabe um café
Ou saborosa massa al dente

Viraram dois cordeirinhos
Realmente era só falsidade
O tamanho da agressividade
Ai que poemas bonitinhos

Eu não me vendo por comida
Aqui tem homem com agá
Sou velho mas não estou gagá
E coloco o dedo na ferida

Covardes, pulhas, puxa-sacos
Nunca aguentaram uma briga
Dormem sempre, muita fadiga
Dou-lhes bananas, macacos!


Faroberto

Predileção projetada *

Incrível como André
Desmanchou o silêncio
Foi chegar o homem-né **
Ficou seu estro imenso.

Está claro, tá exposto
Vou falar nada menos
É que André tem um gosto
Pelos tipos pequenos.
 
Queima igual labareda
Vou falar nada mais.
É que André tem u'a queda
Pelos orientais....


* Predileção projetada = termo freudiano que define o ato inconsciente do sujeito se identificar com alguém que apresente alguma característica do respectivo cônjuge.

** Homem-né = pessoa com o costume oriental de, no Brasil, terminar toda frase com né?!

domingo, 8 de setembro de 2013

Pasteleiro poeta

Óleos quentes
Massa mão 
Frigem mentes
Bolha derme
Um pragora
Outro não
Um de carne
Um de coração

André 

Calma o caralho!

Não quero Elísios nem Tártaro
Nem tampouco quero a abóbada.
Me traga a raspa do tacho
Que eu me contento com a sobra da.

Calma, CARALHO!

Não vim aqui prometendo o céu.
todo o tempo que eu tenho, é válido
única coisa que japa é rápido
é na arte de fritar pastel

Pequenino


Co'essas coisas do Japão
- nunca tive que esconder -
Sempre tive obsessão
'ma proposta vou fazer

Pois desejo animalesco
apimenta o casamento
o meu não vai ter refresco,
pode vir, que eu aguento

Gire o dimer do neon
Bote o dildo pequenino
Vista logo esse strap-on
que a bunda, eu empino

É você quem vai por cima
ande logo! não reclame
Deixe de ser Higashima
Finja que é meu Murakami

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

DECEPÇÃO

Não há como justificar
Tamanho atraso a micar
Parece estrela do rock
Quer que eu te reboque?

Defendê-lo eu tentei
Saraivadas de balas levei
Parece uma velha com coque
Não entendeu o meu toque?

Teve apoio, teve chance
A palavra não teve alcance
Não conseguiu um enfoque?
Olhe no espelho e se soque

Nem vale a pena o sarro
Nem tosse, foi um pigarro
Realmente não tinha estoque
Nem pra fazer um nhoque


Faroberto

Azia da Ásia

Japonês tem olho fechado
Pra da vida não ver desgraça
Tudo que enxerga é imaginado
Em olho fechado não entra fumaça.

Japonês tem mão fechada
Pra não mostrar felpudo tapete
Sua intimidade é tarada
Em mão fechada não passa gilete.

Japonês tem boca fechada
Pra não incitar a barriga
Por isso é que não fala nada
Em boca fechada língua formiga.

Japonês quietinho

Japonês que é bom de pesca
Você metido nessa rinha
Murakami tira sesta
Você mordeu a minhoquinha

Japa já jogou toalha
Já há uns dias anda torto
To tentado incentivar
Que nem chuta gato morto

Qué apanhá entra na fila
Haraquiri ou suicida
Se Renato só cochila
Jairo é bela adormecida

André 

Desbotado

Rancor-de-rosa é espinho
De peixe-adolescente é espinha
O teu é de estar sozinho
Desprotegido nessa rinha.

Pescaria fácil? Teus instrumentos:
Vara – a noite com medo dessa plêiade
Linha – perde-a em todos momentos
Minhocas – tua cabeça é cheia de.

É tanto tempo que nada no riachão
Que o botinho cor de rosa até desbota
Hoje não passa de filhote de salmão
Na contramão das águas da chacota.


Boto o cor de rosa

Lambari tá ofendido
Desceu do salto, perdeu respeito
Quer me arpoar, tá decidido?
Teu arpão mato no peito

Tem bafinho perfumado
Teu poema uma anedota
Já de  bala perfurado
Lá na toca da marmota

Ta nervoso, que volátil!
Tá agindo feito leigo
Mas que pescaria fácil!
Lambari e seu pai meigo

André 

Lamba ali!

Tubarão 'té pode ser bravo
Mais bravo é meu arpão
Em cuja ponta vira escravo
O inofensivo tubarão.

Bala perdida... Por isso o mau hálito?
Se quiser te dou listerine.
Escove o dente, não tem o hábito?
Talvez um dia eu te ensine...

Só não me faça rir, mermão
Deixe de lado essa prosa
E essa pose de tutubarão
Tá mais é pra bôto cor de rosa...

Casca de Ovo

Leandro, você sabe, não sou de bater em filho
Mesmo esse agora revoltado
Que por mim um dia foi adotado
Não faço ajoelhar no milho

Ele luta tae kwon do
Judô, muay thai, capoeira
Desembesta a falar besteira
Mas de espancar tenho dó

Proponho outro desafio
Quero ver ele é tocar piano
Lá no palco, ao subir o pano,
Sem desculpa que está no cio

Quero ver ele fazer mais poemas
Pra Celi, vai esperar as bodas?
Nem consegue tomando todas?
Parece bolovos sem gemas.


Faroberto

Lambari

É duelo de gente crescida
Não se meta se quer se salvar
Em duelo uma bala perdida
Certeza que pode te achar

Dou uma chance na briga contenda
Nessa praia tem chance porém 
Não se arrisque menino, entenda!
Que no muque não tem pra ninguém!

Sei na hora foge feito bisca
Mas agora posa de machão 
Em mar brabo acerte na isca
Com minhoca não se pesca tubarão

André 

Treco, tricô, troco, truque

Calma, donzelos,
Senão vão ter uns trecos
Puxar os cabelos
Vão lhes deixar carecos.

Parece briga de coroca
Uma com a outra não se bicou?
Uma da outra faz fofoca?
Ora se concentrem no tricô!

Parece briga de cliente louco:
Paga abaixo do preço
E ainda exige o troco...
Uma solução vos ofereço.

Juro não é nenhum truque
Mágica em que coelhos somem.
Resolvam tudo no muque
Resolvam, pois, que nem homem!